Suzume || 2022
Uma experiência visual e emocional única te espera em Suzume. O anime japonês dirigido por Makoto Shinkai nos leva a viajar por belas paisagens, enquanto nos fala do poder que memórias e desejos tem sobre nós e da importância de fechar certas portas.
Sinopse: Suzume Iwato, uma jovem de 17 anos, vive em uma pequena cidade do Japão. Certo dia, seu destino cruza com o de Souta Munakata, um jovem guardião que está a procura de portas misteriosas espalhadas pelos país. Intrigada pela beleza de Souta e o objeto de sua busca, Suzume acaba indo atrás do rapaz e embarcando em uma jornada pelo arquipélago japonês para fechar portas e prevenir uma catástrofe.
Aqui, o diretor responsabiliza os desastres naturais, terremotos que acontecem comumente no país, ao mundo fantástico e nos mergulha na crença popular da existência de um ser subterrâneo. Em entrevista, Shinkai confirmou que suas referências para o enredo deste anime foram retiradas de obras literárias de Haruki Murakami, especialmente Super-Frog saves Tokyo, que você pode conferir aqui, e Kafka à beira-mar.
Contudo, Suzume não se resume a isso. Shinkai adiciona sua própria essência ao trazer sutilmente personagens enigmáticos que representam armadilhas quando o luto toma proporções gigantescas. O ser subterrâneo, que não é a personificação do mal, mas perigoso demais para ser ignorado, representa todos os tipos de sentimentos ruins que absorvemos e armazenamos ao longo do tempo. Personagens secundários, como Daijin e Sadaijin (Yin-yang), fazem um belo trabalho ao representar a natureza imprevisível do ser humano. O anseio de ser amado e percebido, o desejo de destruir algo que possa nos substituir ou ser mais importante, a autopreservação ao se sentir desmoronando, o poder que as memórias e desejos tem sobre nós... tudo isso é abordado e visto, mas não de forma literal.
Alguns podem se incomodar com o modo como Suzume e Souta lidam com Daijin. Contudo, ao contrário do que possam imaginar, animes podem não ser lineares e trazer mensagens que não são fáceis de visualizar. Normalmente, estas animações acabam passando a sensação de serem enigmáticas e confusas, o que se deve a diversos fatores ligados ao país onde são produzidos, como: desconhecimento de acontecimentos, crenças, territórios e histórias populares; diferença cultural e social; entre outros. E, isso se aplica aqui, onde o Daijin representa o desejo de ser amado a qualquer custo.
Quanto ao Souta, bem... o filme nos dá uma leve sugestão de romance na história, o que acaba sendo algo superficial e de bom tom devido a diferença de idade e vivência dos protagonistas. Enquanto Suzume se encontra na fase final do ensino médio, Souta está na faculdade e tentando uma carreira. Em uma visão filosófica, assim com os personagens secundários citados, Souta é uma representação da força, de visitarmos as boas memórias e da necessidade de fecharmos ciclos que nos prejudicam para seguirmos adiante. Ele é algo que inicialmente Suzume tenta alcançar, mas acaba amaldiçoando ao se prender ao passado.
Prepare-se para acompanhar Suzume em uma jornada de autodescoberta e redenção. Além de se apaixonar por uma cadeirinha que, com movimentos reduzidos e trabalho de dublagem magnifico, consegue nos cativar. Suzume é uma recomendação àqueles que amaram Your Name, A viagem de Chihiro e Castelo animado.
Veja o trailer aqui:
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