A Jaula || 2021



Um thriller intenso e claustrofóbico do cinema nacional...


Olá, amores! Mila aqui e venho falar de um filme que foi uma grata surpresa! Já não é novidade que o cinema nacional tem se aventurado cada vez mais com filmes de suspense psicológico e, A Jaula, dirigido por João Wainer, pode comprovar isso! Com um cenário simples, diálogos cheios de tensão e atuações marcantes, o filme se desenvolve como um jogo psicológico sufocante, no qual cada detalhe influencia a construção do suspense.

E vamos aos detalhes!
Em uma movimentada rua de São Paulo, o ladrão Djalma (Chay Suede) tenta roubar um carro de luxo em um dia comum, um crime que deveria ser rápido e simples para ele. Porém, a situação rapidamente se transforma em um pesadelo quando ele percebe que caiu em uma armadilha. Preso dentro do carro, ele precisa encontrar uma maneira de escapar enquanto enfrenta um adversário invisível e, claramente, bem cruel.



O filme é praticamente um monólogo visual do ator, que entrega uma atuação intensa e eficaz. A interpretação de Suede captura a transformação de Djalma ao longo da narrativa. No início, ele é confiante, seguro de si, certo de que pode sair impune. Mas, conforme o tempo passa e a tensão aumenta, sua postura muda, os traços de desespero aparecem e o medo se instala. Ele não está mais no controle e essa inversão de poder é o que torna o filme tão envolvente.
Desde cenas que nos fazem ficar perto da ideia de sobrevivência sem o básico, passamos por calor, frio, tentativas de comunicação e, claro, toda a sabotagem que vem do "vilão" escondido por trás de uma ligação. 

Mais do que um filme de suspense sobre um roubo que deu errado, A Jaula também levanta questões morais e sociais. A trama brinca com a ideia de justiça e vingança, nos desafiando a entender quem realmente é a vítima e quem merece punição. Em tempos de discursos sobre segurança pública e punição exemplar, o filme provoca um incômodo necessário, nos fazendo questionar até onde vai o conceito de “cidadão de bem” e quem tem o direito de aplicar a justiça.




Porém, a ideia de um embate entre vítima e criminoso é promissora, mas nem sempre se desenvolve de maneira profunda. O filme insinua discussões sobre desigualdade social, trauma e violência, mas não se aprofunda o suficiente nesses temas. Em alguns momentos, o roteiro parece ter medo de se arriscar em temas que poderiam nos envolver mais e prefere ser apenas um thriller de tensão.

Isso não significa que a narrativa seja superficial, mas sim que havia espaço para expandir certos dilemas apresentados. Algumas motivações dos personagens poderiam ter sido mais bem trabalhadas, o que aumentaria o impacto emocional da história.



Ou seja, com um ritmo tenso e uma abordagem claustrofóbica, A Jaula nos prende do começo ao fim. A direção envolvendo e uma atuação impecável garantem um thriller psicológico interessante, que não apenas entretém, mas também provoca reflexões sobre a natureza humana e a moralidade em uma sociedade marcada pela violência.

E fiquem sabendo que o longa é um remake do filme argentino chamado 4x4 que está disponível na Max
Além disso, teremos um outro remake em março desse ano, chamado Locked: Trancado. O filme foi produzido por Sam Raimi e será estrelado por Bill Skarsgard e por Anthony Hopkins.

Se você gosta de filmes que desafiam sua percepção e te deixam tensos, essa é uma ótima escolha. Disponível na Disney+, o longa mostra que o cinema nacional tem muito a oferecer quando se trata de suspense psicológico de qualidade.

Para os curiosos, segue o trailer dessa jornada nacional:




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