Sempre (Os Lobos de Mercy Falls #3) - Maggie Stiefvater







Sinopse: Antes. Quando Sam e Grace se conheceram, ele era um lobo e ela, uma garota. Quando por fim ele descobriu como ser um garoto também, o amor dos dois se transformou de uma paixão distante na intensa intimidade de uma vida compartilhada. Agora. A história deles deveria terminar aí. Mas o destino de Grace não era permanecer humana. Agora ela é a loba. E os lobos de Mercy Falls estão todos prestes a serem assassinados em uma caçada definitiva. Sempre. Sam faria qualquer coisa por Grace. Mas será que um garoto e o amor dentro dele são capazes de mudar um mundo hostil e fatal? Passado, presente e futuro vão colidir em um momento decisivo — um momento de vida ou morte, de adeus ou para sempre.

Desde já pedimos que entendam que esse é o terceiro livro de uma série, portanto, spoilers sobre os livros anteriores existirão.
Caso queiram ler as outras resenhas, basta clicar respectivamente: Livro 1 e Livro 2

Para quem não se lembra, estou relendo a série depois de muitos anos e preciso admitir que toda a emoção, detalhes de sentimentos e apego que senti antes, ainda existem. Porém, o final me surpreendeu mais do que eu esperava e acho que minha mente me pregou peças. Por isso digo, se possuem livros que gostam... releiam em algum momento.

"Não existe gosto melhor do que o riso de alguém em seus lábios."

Agora, vamos lá.
Quero evitar muito dar spoilers e tentarei falar sobre um livro em um todo.
Nesse terceiro volume (último da trilogia apesar de haver um quarto livro, como um spinoff-continuação com alguns persongens), toda a proximidade e conexão que poderíamos ter com os personagens, ainda existe. Porém, conforme notamos que Sam agora é o humano mais presente, acaba sendo um livro um tanto mais... "sentimental e silencioso", se posso definir assim.
Quando Grace era humana, o livro envolvia mais energia, o jeito como ela lidava com a vida e com pais que não sabiam ser pais. Sam, no entanto, agora está mais sozinho, com a companhia de Cole, alguém que ele ainda não conseguiu definir como alguém importante em sua vida.
Então, não esperem um livro que tenha o ritmo do primeiro, ou a intensidade de caos do segundo. Apesar de a autora nos dar um prazo final, uma data para o caos... tudo ainda é calmo e lento demais.

O que eu não considero algo ruim. Desde o primeiro volume vamos nos acostumando com a escrita da autora e Maggie continua seguindo o ritmo de leitura fluída mesmo com todos os detalhes que possam vir de alguns personagens.
O bom é que temos capítulos que variam de personagem para personagem, ou seja... Temos a calma  e tensão angustiante de Sam, depois temos o jeito desapegado e inconsequente de Cole, indo para Isabel que, depois de perder o irmão e se envolver demais, tem sentimentos conflitantes enquanto tenta entender o que sente.
E eu amo isso. Acho que a série toda não sobreviveria se não fosse a variedade de personagens e a quebra no ritmo de determinados momentos, sentimentos e conflitos.

"Eu detestava saber daquilo. Detestava saber o que queria e saber o que era certo e saber que as duas coisas não eram a mesma."

Então, se tratando de um final, eu acho que a série equilibra bem o lado que fala sobre a fantasia, sobre os lobos e a sobrevivência, quanto o lado que foca no romance entre os personagens. Ainda assim, depois de tanto tempo consigo me lembrar por quê tantas pessoas românticas demais não ficam satisfeitas com o final do contexto todo. E, admito que depois de reler e estar no caos acelerado que demorou páginas e páginas para surgir, o final pareceu rápido demais, simples demais, deixado ao acaso para nossas imaginações.
Me senti frustrada? Não. Amo demais o mundo e os personagens, mas é como desejar que a autora fosse mais como a Cassandra Clare e escreva novas séries, nos dando mais detalhes sobre personagens dos quais não queremos abrir mão e nos despedir.

O que acho bom na escrita da autora e o que me faz lembrar do por quê de eu amar a série é que, apesar de ser um tema saturado (ao menos eu acho que lobisomens não sejam novidade, muito menos lobos), a autora consegue fazer isso de maneira diferente. Ela nos dá toda uma visão do que é ser lobo, estar em uma matilha, como é se comunicar e estar vulnerável por causa da temperatura ao seu redor. Sem contar que a ideia de gostar de ser um lobo ou não vem de maneiras variadas com personagens que possuem características bem definidas.


"As pessoas não mudam o que são. Apenas mudam o que fazem com o que são."


Para alguém que ainda possui algumas das capas antigas, de outras editoras, até essa mais nova pela Agir Now, posso dizer que é o tipo de série que, depois de anos, irei desejar reler.
Estou ansiosa em ler "Perdido", o quarto livro lançado depois de um tempo que nos traz um pouco mais de Cole, indo para a Califórnia encontrar Isabel. Ou seja, ao menos posso matar um pouco de saudades com um livro que ainda não li.

Indico com facilidade para quem gosta de fantasia, está aberto a romance, já conhece ou quer se aventurar em uma leitura mais detalhada, com ritmos variados e com um final que deixa aquele gosto de quero mais.
Uma série que fica no coração, sempre.

"Eu era uma coceira que tinha coçado tanto a ponto de sangrar. Eu havia me preparado para fazer o impossível, o que quer que o impossível fosse, até descobrir que isso seria conviver comigo mesmo."

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