Projeto LGBT+ - Semana 3
E nessa semana vamos falar tanto de um livro quanto sua respectiva adaptação cinematográfica.
Dessa vez, gostaria que visitassem o link AQUI, e dessem uma olhada em uma antiga resenha que fiz há um tempo atrás.
O livro havia sido uma indicação de um bom amigo e antigo colaborador do blog, Lucas.
"Como comentário extra, você não acha que todo mundo devia ter que sair do armário? Por que o comum é ser hétero? Todo mundo devia ter que declarar o que é; devia ser uma coisa bem constrangedora, não importa se você é hétero, gay, bi ou sei lá o quê. Só uma ideia."
Partindo disso, consegui assistir a adaptação cinematográfica, finalmente!!
O longa nos apresenta aos estudantes do colégio Creekwood, local frequentado por Simon (Nick Robinson, do drama adolescente Tudo e Todas as Coisas, 2017) e seus amigos inseparáveis, Leah (Katherine Langford, da série 13 Reasons Why, 2017), Nick (Jorge Lendeborg Jr., de Homem-Aranha: De Volta ao Lar, 2017) e Abby (Alexandra Shipp, de X-Men: Apocalipse, 2016).
E posso dizer que valeu todo o tempo em que vi.
Quando li o livro, admito que por ter ido com expectativas muito altas, não me senti totalmente empolgada quanto achei que faria. Porém, o filme tem toda uma simplicidade que nos cativa. Diferente de alguns filmes que vão para um lado mais intenso, com um drama pesado, o filme capta o que o livro nos quis mostrar em um primeiro momento. É um filme adolescente, com toda uma transição de sentimentos e personalidades sendo formadas, onde todos estão perdidos, sentindo demais, querendo demais e desejando a felicidade.
Como no livro, o filme nos mostra Simon, interpretado por Nick Robinson, que sabe bem quem é, o que gosta...mas não sabe como contar ao mundo que o conhece há tempo demais.
Não irei me focar tanto nos detalhes do filme em si, ainda mais para aqueles que usaram o tempo para ler a resenha. O filme é exatamente com o livro, nos ajudando a entrar na mente de Simon, fazendo com que víssemos Blue da maneira que sua mente imaginava que ele fosse, sendo quem ele sonhava em ser no momento.
Indo de um amigo à alguém mais desconhecido, vamos tentando descobrir junto de Simon quem é o garoto responsável pelos momentos de completo amor adolescente.
Claro que todo filme adolescente tem seu drama, que vem de uma realidade bem conhecida. O bom do filme é que Simon é como qualquer outro adolescente, que acaba errando ao pensar mais em si mesmo, em uma proteção que vem na base do medo, e com isso vai criando uma bola de neve enorme e que acaba por ir machucando todas as pessoas com quem ele se importa. E que se importam muito com ele.
Com esse drama ainda vem a "recompensa" de uma felicidade levemente exagerada, com grupo de pessoas ansiosas demais por uma felicidade e união bem merecida para qualquer adolescente, independente de raça, oriental sexual e vontades. O que, no todo, acaba sendo um alívio muito bom.
Quando vemos um filme adolescente, não podemos esperar situações adultas, claro. Mas podemos voltar à época em que éramos adolescentes e recordarmos como nos sentíamos. Novamente, independente de qualquer orientação sexual.
Eu gosto de considerar o fim do filme como aquela explosão de felicidade que vem acompanhada de aplausos dados por conhecidos e desconhecidos, que não tem um coração e alma repleto de preconceitos e apenas anseiam pela felicidade de um garoto que ama outro garoto.
E é óbvio que o filme tem suas falhas, ainda mais no plano LGBT.
Em um momento do filme, Simon se imagina saindo de casa, indo para a faculdade, livre de segredos e vivendo um dia de musical, com dança, cores e felicidade. E, no final desse pensamento, ele pensa que aquilo talvez não acontecesse porque seria gay demais até para ele. O que é um problema com todos os padrões que conhecemos e todas as pessoas que ainda se sentem resistentes em abrir a mente e entender que orientação sexual não define alguém. A frase acaba mostrando algo que é uma realidade. Preconceito existe no mundo dos que lutam contra preconceitos, também. E não ter essa frase teria ajudado a mostrar uma realidade mais respeitosa em todos os lados.
Claro que a ideia não foi fazer algo como desrespeito, mas se o filme é sobre aceitação, qual seria o problema se fosse exatamente assim que as coisas acontecessem com Simon?
Uma pena.
Porém, de outro lado, uma cena que simplesmente amei foi quando seus amigos tiveram espaço de cena com seus pais, novamente em outro pensamento de Simon, onde eles acabavam se abrindo e contando aos pais que são heterossexuais. E a cena é hilária, o que realmente nos faz entender o pensamento de que não é justo que apenas pessoas homossexuais tenham que passar por isso. Algo que sequer deveria existir, e que ainda é uma realidade bem dura para muitas pessoas.
E a conversa que Simon acaba tendo com seus pais, quando finalmente consegue entender que deve conversar e que está mais aberto a ser ele mesmo, é ótima, cheia de sensibilidade e que mostra como uma realidade, que não é ruim, afeta as pessoas ao redor de maneiras variadas.
E vamos falar sobre algumas curiosidades =D
O diretor, Greg Berlanti, é assumidamente homossexual e também escreveu e produziu uma das minhas séries queridinhas antigas, Dawson's Creek. Que também tinha um personagem adolescente homossexual, que sofria com dúvidas até finalmente aprender a amar e se respeitar, Jack McPhee, interpretado por Kerr Smith.
Greg também foi escritor e produtor de uma série mais adulta e familiar, Brothers and Sisters, que contou com outro personagem gay, o advogado Kevin Walker, interpretado por Matthre Rhys.
Outro ponto alto, o elenco. Vale citar que Miles Heizer e Keiynan Lonsdale são assumidamente gays, e é sempre bom ver o elenco ter pessoas que realmente sentem e sabem do que estão falando, interpretando quem tem o direito de ser.
Então, caso não tenha lido ou visto, realmente recomendo que arrisque um dos dois.
A base de que amor é amor já deveria ser algo tão natural para nós que é triste quando filmes assim são tão necessários para mostrar algo simples. E como filmes e livros assim ainda são um número pequeno.
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