Amor e Morte || 2023
Onde aparências enganam: O crime por trás do cotidiano...
Olá, amores! Mila aqui e irei falar sobre uma série que vi há um tempo. A crítica, como entenderão, não é das mais favoráveis, mas achei válido falar sobre porque é um caso não tão divulgado no meio do true crime, ao menos por aqui.
Amor e Morte (Love & Death), minissérie de sete episódios escrita por David E. Kelley e disponível na HBO Max, revisita o caso verdadeiro de Candy Montgomery, dona de casa que cometeu um assassinato brutal em 1980 no interior do Texas. A série se apoia nas performances de Elizabeth Olsen e Jesse Plemons para tentar oferecer uma visão completa e emocional de um crime bem explorado na mídia gringa.
Nos primeiros episódios, a série impressiona ao apresentar os personagens e construir uma atmosfera retrô: roupas, cenários, ambientação da pequena comunidade religiosa e tensões contidas parecem prometer um verdadeiro mergulho nos detalhes que levaram ao assassinato. Porém, conforme a história avança, a proposta intensa vai se arrastando. Em vez de aprofundar o mal-estar social e o vazio existencial da protagonista, Amor e Morte se perde entre cenas burocráticas, documentação legal e investigações extensas, que mais distraem do que se transformam em alguma conclusão significativa.
O problema aqui é que nem mesmo o excelente elenco consegue trazer peso dramático ao texto tedioso. As nuances psicológicas, que podiam ganhar força, acabam virando longos episódios que falam muito, mas entregam pouco. A produção se torna confortável demais com sua frieza documental, deixando a atenção nos diálogos, em vez de no conflito emocional.
Elizabeth Olsen, sempre elogiada, está incrível de forma básica como Candy, uma mulher que se divide entre o papel de esposa e pastora engajada para uma figura sedutora em conflito. Seu desempenho tem força suficiente para criar certa tensão em momentos específicos. Já Jesse Plemons, que interpreta Allan Gore, se sai bem ao construir um homem preso entre a culpa, a fé e o desejo. E quem é Allan? Vocês saberão ao assistir.
As cenas que temos que nos conduzem até o assassinato, ainda possuem uma ponta de envolvimento. O problema todo é o que vem depois porque, novamente, falta emoção. O brilhantismo dos atores se choca com um roteiro que não oferece profundidade ou desenvolvimento real. A série cultiva boas intenções ao humanizar seus personagens, mas muitas vezes, não traz aquela intensidade psicológica prometida em divulgações.
A ambientação dos anos 70 e 80 é bem construída com figurinos, cenografia, fotografia e trilha incríveis. No entanto, a estética contrasta com a falta de ousadia narrativa. A série parece hesitar entre ser um thriller psicológico com crítica social e um relato verdadeiro sobre um crime. O resultado é uma obra que, apesar de visualmente interessante, peca ao não trazer o impacto emocional necessário.
No fim, Amor e Morte é uma produção tecnicamente bem executada e bem interpretada. Seu início promissor, repleto de tensão contida, é um convite envolvente. No entanto, ao se estender na investigação judicial e na burocracia, a série acaba presa a seus próprios métodos, resultando em um ritmo lento e uma narrativa que promete muito e emociona pouco.
Para quem aprecia true crime denso, pode haver interesse no roteiro e na reconstituição de época. Mas se o que se busca é envolvimento emocional, reviravoltas impactantes ou uma análise psicológica profunda, Amor e Morte pode decepcionar, pois falha em entregar tudo isso, apesar da boa atuação.
E quem estiver curioso, segue o trailer:
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