O Cavaleiro Preso na Armadura || Robert Fisher
Entre castelos e silêncios, esse é um conto sobre se encontrar...
Olá, amores! Mila aqui e venho falar sobre uma indicação que veio em um bom momento.
O Cavaleiro Preso na Armadura, escrito por Robert Fisher, é um livro curto, de leitura leve e profunda, tudo ao mesmo tempo. Apesar da aparência de uma fábula medieval com cavaleiros, castelos e magos, a história funciona como uma metáfora sobre o autoconhecimento, a vulnerabilidade e o processo de se reconectar com quem realmente somos. É uma leitura que serve para jovens e adultos, já que nos ajuda a refletir sobre a vida de forma simples e direta.
"Uma pessoa não pode fugir e aprender ao mesmo tempo. Ela precisa permanecer algum tempo no mesmo lugar."
A trama começa com a figura de um cavaleiro valente admirado por todos, que veste uma armadura brilhante e vive em busca de batalhas para proteger o reino e ser reconhecido por suas conquistas. Porém, com o tempo, ele passa a usar a armadura o tempo todo, inclusive em casa...o que, no fim, o impede de conseguir retirar a mesma do corpo. A metáfora é clara: ele está tão focado em sua imagem de herói e em agradar os outros, que se desconectou de si mesmo e das pessoas ao seu redor, inclusive da própria família.
"Quando você aprender a aceitar em vez de ter expectativas, seus desapontamentos serão menores."
Conforme eu lia, deu para entender que a armadura representa as máscaras que usamos no dia a dia, seja para agradar, esconder sentimentos ou manter uma aparência de força. O cavaleiro percebe que não consegue mais se mostrar como realmente é, além de estar afastado emocionalmente de tudo o que é importante. E é aí que começa a sua jornada de transformação, não com espadas ou lutas, mas com coragem interior.
"Nós levantamos barreiras para proteger quem pensamos ser. Então um dia ficamos presos atrás das barreiras e não conseguimos mais sair."
Guiado por Merlin (sim, ele mesmo) o famoso mago, o cavaleiro entra no Caminho da Verdade, onde passa por três castelos: o Castelo do Silêncio, o Castelo do Conhecimento e o Castelo da Vontade e da Coragem. Cada um desses lugares representa uma etapa do processo de autoconhecimento.
No Castelo do Silêncio, ele aprende a escutar a si mesmo.
No Castelo do Conhecimento, encara verdades difíceis sobre seu passado, suas atitudes e seus sentimentos.
Já no último castelo, precisa reunir forças para aceitar essas verdades e decidir mudar.
"Não temos de sentir orgulho por sermos humanos, isso é tão sem sentido quanto seria para Rebecca sentir orgulho por poder voar. Rebecca nasceu com asas. Você nasceu com um coração - e agora o está usando, simplesmente como deveria fazê-lo."
A narrativa é bem direta e sem complicações. O autor usa uma linguagem acessível e figuras de linguagem claras, que ajudam qualquer leitor a se conectar com a história. Mesmo sendo uma obra de ficção e fantasia, o livro traz ensinamentos que devem ser usados no nosso dia a dia. Questões como ego, orgulho, medo de mostrar fragilidade e dificuldade de ouvir os outros são colocadas de forma simbólica, mas bastante fáceis de reconhecer em atitudes diárias. É uma obra curta, mas que permaneceu comigo mesmo depois da última página e, ouso dizer, até agora.
"Será que você não confundiu necessidade com amor?"
Ideal para quem está em um momento de transformação, dúvida ou busca por equilíbrio interior. Não oferece fórmulas prontas, mas mostra, com sensibilidade, que o caminho da verdade começa dentro de nós e que a coragem de tirar a armadura é o primeiro passo para viver de forma mais verdadeira e com mais leveza.
"Ele chegou à conclusão de que o tempo realmente passa rápido, quando se está em contato consigo mesmo. Relembrou quantas vezes o tempo se arrastara indefinidamente, quando tinha dependido dos outros para preenchê-lo."
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