Cruel King || Rina Kent

Já te contaram que o acordo com o diabo é uma passagem só de ida? 


Sinopse: Vivendo novamente sob a tutela do pai, Lorde Clifford, Astrid se vê tragada por um mundo de opulência e poder, o mesmo que sua mãe tanto detestava. Presa aos herdeiros da aristocracia britânica, ela luta para não ser notada, esperando pacientemente o dia em que atingirá a maioridade. Um ano. Apenas mais um ano sendo invisível e ela estará livre.

    Mas mesmo enquanto sonha com a liberdade, Astrid não resiste às festas clandestinas do time de futebol com seu melhor amigo, Daniel. É em uma dessas noites que seus planos desmoronam drasticamente: drogada e vulnerável, ela se encontra cara a cara com ninguém menos que Levi King.

    Levi é o padrão-ouro no Royal Elite. Capitão do time, com uma presença que faz corações acelerarem e calcinhas voarem, ele controla a escola inteira na palma da mão. Não, não é sobre dinheiro – no Royal, isso é óbvio. Beleza? Sobra. Mas é a fúria de Levi que o torna uma força da natureza: volátil, incontrolável e impossível de parar. 

    Quando Astrid se mostra uma pedra em seu caminho, Levi sabe que precisa removê-la. A questão é: pelo caminho fácil ou pelo difícil?


"Ele mordisca o canto do meu lábio, provocando um arrepio profundo em mim. — Que pena. O acordo com o diabo é uma passagem só de ida."


Com o pai consumido pelo trabalho, vemos que a vida de Astrid é uma versão sombria de Cinderela. Embora não seja tratada como serva, sua presença é abertamente indesejada pela madrasta e sua filha, que se deleitam em infernizá-la. Para sobreviver a essa vida hostil, Astrid tenta passar despercebida entre os herdeiros mimados e destrutivos da Royal Elite. A única quebra nessa tensão diária é proporcionada por seu melhor amigo, Daniel: um jogador mulherengo, incapaz de manter as calças fechadas, mas que, inexplicavelmente, faz a diversão ser garantida. A amizade entre os dois é um refúgio genuíno e livre de qualquer interesse sexual. E sim, já desejo um livro só dele. 💕


Alternando os pontos de vista, Rina Kent nos convida a uma imersão profunda no mundo de Levi King, revelando as camadas por trás da persona imponente. Através de seus olhos, testemunhamos a complexa dinâmica de um líder: a boa relação com sua equipe de futebol, seus sonhos ambiciosos e o eterno "jogo de xadrez" que define sua relação com o guardião. Entendemos que, para Levi, o poder exige tanto quanto oferece, e que seu futuro nem sempre está sob seu controle. É nesse cenário de certezas e incertezas que Astrid entra em cena, e a vemos perturbar seu mundo ao se recusar a baixar a cabeça diante de suas vontades. O que acontece quando o inquebrável encontra o indomável? A resposta está em cada página.


" Manipule a pessoa...
 Não o jogo."


A guerra entre Astrid e Levi é declarada com o mistério daquela noite na festa. Enquanto Astrid se esforça para desvendar o que aconteceu, Levi a ameaça com a ruína. A partir desse ponto, o que se desenrola é um duelo implacável de vontades – ou contra elas – e um embate voraz entre o desejo de consumir e ser consumido. Sim, porque aqui, a trama é menos sobre amor e muito mais sobre posse, e isso de ambos os lados. Uma grande parte da história se desenvolve sem uma definição clara do tipo de relacionamento que os une, mergulhando em uma dinâmica de "vamos ver quem consegue ferir mais".


Embora a busca por invisibilidade de Astrid possa, a princípio, sugerir uma garota fácil de intimidar, prepare-se para ser surpreendido. Uma vez confrontada, suas ações e escolhas tomam um rumo completamente diferente. Com o tempo, essa fachada se desfaz, engolida por sua notável capacidade de provocação e seu talento inato para caçar confusão. Sim, meus caros, Astrid não teme quase nada... até as coisas saírem do controle.


" Você vai me arruinar.
Lambo o lábio superior dela sobre o arco do cupido. Prometo que você vai adorar cada segundo."


Bem... Antes de mergulhar nessa história, é crucial entender: este não é o seu romance escolar comum. Prepare-se para um dark romance onde protagonistas adolescentes transitam de desconhecidos a inimigos declarados. Isso significa muita intimidação e personagens que, em suas vinganças, podem ir longe demais. O foco aqui não é uma relação saudável, mas sim a exploração de sentimentos possessivos, egoístas e até mesmo irresistíveis. Portanto, esqueça os príncipes encantados e as ações cheias de cavalheirismo. Sua jornada por esta história é por sua conta e risco.


Cruel King serve como seu cartão de visitas para o Rinaverso. Embora seja considerada uma obra independente da série Royal Elite, é nela que você encontrará todos os personagens que a compõem: os temidos Quatro Cavaleiros. Comparado a outros trabalhos da mesma autora, Cruel King me deixou com a estranha sensação de ser um rascunho, algo apressado e, de certa forma, inacabado. Mesmo com suas 360 páginas e um final fechado, a narrativa em alguns momentos pareceu ter sido escrita com urgência, deixando uma lacuna, a impressão de que algo essencial se perdeu pelo caminho. No entanto, apesar de não ser a joia da coroa da autora, devo alertar: esse é o livro mais "leve" desse universo. Se este já te deixar com a sensação de trauma, não ouse se aventurar pelos próximos da série. Mas... Se você está pronto para se aprofundar, sirva-se da taça do diabo.


"— Você gosta de um pouco de dor com o seu prazer, princesa?  Ele morde o lóbulo da minha orelha, me fazendo estremecer.
— Eu... não sei.
Vamos descobrir. Ele agarra meu quadril com uma das mãos e envolve meu pescoço com a outra."

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