Noiva || Ali Hazelwood

 Ah, Ali, você pode escrever mais livros sobre este mundo?


    Há séculos vampiros não vem uma cerimônia de casamento. Não que este seja um matrimônio por amor, afinal Misery Lark e Lowe Moreland nunca se viram pessoalmente. Este é mais um arranjo político para garantir a paz entre seus povos: vampiros e lobisomens, assim como o programa de Colaterais que engloba também a raça humana.

    Mas para Misery, este casamento representa a única chance de achar sua melhor amiga desaparecida. Ela só precisa descobrir o que Serena estava investigando sobre Lowe sem destruir a delicada trégua entre seus povos.

    Lançado pela editora Arqueiro neste ano, Noiva é o primeiro romance sobrenatural escrito por Ali Hazelwood. E, sinceramente? Espero que não seja um livro único. Embora previsível e repleto de clichês, a história sob a narração sarcástica de Misery me conquistou e me deixou querendo acompanhar certo personagem que apareceu e não tem papas na língua.


    O começo não é tão focado no romance. Na realidade, a autora leva seu tempo nos apresentando o passado da protagonista, o funcionamento do programa de Colaterais e as motivações que a fazem aceitar um casamento interespécies. Neste início, grande parte da história é focada em alguns mistérios que vão surgindo e prendem nossa atenção, enquanto mostra a crescente proximidade de Misery e Lowe num segundo plano.


    Percebi que ao contrário de A Hipótese do Amor, aqui a autora fez mais uso dos personagens secundários, o que deixou a trama mais dinâmica e gostosa de acompanhar. Além disso, trouxe mais foco sob as relações familiares, impossível não amar Ana (irmã de Lowe) e se divertir com Owen (irmão de Misery, outro que me fez ficar desejando livro sobre sua história).


— Estamos na dúvida se os licanos vão enterrar seu cadáver ou apenas, você sabe... comer tudo.
— É, um questionamento válido.
— Mas, se você quiser viver um pouco mais, tente jogar um pedaço de pau quando ele começar a espancar você. Ouvi dizer que os licanos adoram ir buscar...


    Francamente, um grande trunfo nesta obra tem a ver com a escrita da autora, que parece ter melhorado muito desde A Hipótese do Amor. Ainda é um clichê com certos furos no enredo e sem uma construção de mundo esmiuçada, mas consegue entrar na sua pele, entende? Para mim, o único problema são os hots que no final apareceram em quantidades bem maiores do que em Hipótese... Bem maiores mesmo... o que pode atrapalhar a leitura. Em certo momento, nem sabia mais para onde a história estava indo. Rsrss.


    Após a leitura vi alguns comentários acerca da autora ser a inovadora de histórias de lobisomens ao trazer termos como parceria e o "polêmico" nó. Porém, estes assuntos não são novos para os leitores de shifter lupino, honestamente são bem comuns. Então, se ficou interessado ou gostou das ideias, você pode se aventurar no gênero. Se souber inglês vai ter uma gama mais ampla de opções te esperando.


    Bem, eu facilmente leria mais um livro... Na realidade, dona Hazelwood, você não pode terminar a história daquele jeito. Você me deixou querendo saber o que vem em seguida, então trate de escrever o próximo e rápido, por favor.

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