Stolen by an Alien - Amanda Milo

O que você faria caso acordasse em um mundo completamente estranho e no meio de um leilão em que a mercadoria é você?


Amanda Milo me fez explorar esta experiência através de Angie, uma humana que é raptada e levada para um planeta conhecido pelo mercado de escravos. Depois de arrematada, ela sofre uma tentativa de estupro da qual é salva por Arokh, uma espécie de alien gladiador, que a confunde com uma princesa Gryfala. Contudo, salvar um escravo de seu dono em um ambiente que fomenta a escravidão acarreta numa caçada aos dois, que têm de ultrapassar as barreiras linguísticas e culturais para sobreviver.


Stolen by an alien é a história de abertura de uma série de mesmo nome que conta, até o momento, com nove livros publicados no exterior. A saga não tem previsão de publicação por aqui, mas pode ser encontrada no Kindle Unlimited por aqueles que desejem treinar o inglês.


Ao finalizar esta leitura senti que a história se dividia em dois momentos distintos que não se interligavam tão bem. O primeiro, que devorei rapidamente, deixa evidente as diferenças físicas e culturais entre os personagens. É sensacional vê-los tentando se comunicar e compreender sons ou sinais enquanto tentam escapar de um ambiente hostil. Também é interessante acompanhar suas dúvidas e medos sobre o outro e si mesmo a medida que os sentimentos começam a crescer. Talvez o fato do amor ser uma linguagem universal que se baseie em ações seja o que mais me agrade nesta parte.


No segundo momento temos a introdução de um aparelho tradutor que permite a Angie e Arokh se comunicarem. E é aí que começou a minha decepção, Angie é uma humana que nunca viu nenhum tipo de alienígena e não tem curiosidade em aprender sobre este mundo? Neste vasto universo há alimentos nunca vistos, seres de todos os tipos e formatos, culturas diferentes das que temos, aliens que possuem veneno, ácido... e jura que ela não se importa em saber de nada?


Nesta segunda parte percebemos o quanto Angie é inerte e alheia a tudo que lhe rodeia. Mesmo percebendo que há desentendimentos graves na comunicação entre os dois, ela não se esforça em tentar esclarecer, o que resulta em confusões e riscos desnecessários. Porém o que mais me incomodou na personagem foi a visão romantizada com que via a agressividade possessiva de Arokh ao agredir qualquer tipo masculino que se aproximasse dela. E acredite, isso mesmo após outros aliens se mostrarem preocupados que aquilo não era um bom sinal.


Como leio Monster Romance há algum tempo, para mim a história foi bem ok e sem nada novo. Perto do final, a obra toma um tom mais sombrio que me fez querer ver a autora se aventurar por outros gêneros. Espero que as próximas histórias se encaixem melhor, porque certamente os personagens secundários me deixaram com vontade de conhecer os próximos volumes. Contudo, ainda não perdoo Amanda Milo por não ter transformado este livro em um harém reverso... literalmente, ficou esfregando a ideia na minha face e, no fim, me deixou só no gostinho. Desalmada!

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