As duas faces de um crime (1996)

 



"— E o que acha da verdade?
— Verdade? Só há uma que interessa. Minha versão. A que elaboro na mente dos doze jurados. Se quiser, pode dar outro nome: a ilusão da verdade."


    Olá, cheirosos

    É muito fácil algumas obras passarem despercebidas por nós na plataforma vermelhinha (Netflix), principalmente quando mais antigas. Às vezes, as imagens com qualidade inferior aos 4K acabam não nos atraindo, contudo isso não significa que a história narrada seja de baixa qualidade. As duas faces de um crime nos mostra que bons filmes envelhecem como um bom vinho, aqui temos uma premissa harmoniosa com críticas ao sistema judiciário através da famosa frase: Todos são inocentes até que se prove o contrário.



    Sinopse: Martin Vail, um brilhante advogado de Chicago que não se importa com a verdade, ama os holofotes que a carreira de sucesso lhe proporciona e manipular as pessoas para ganhar causas que todos dão por perdidas. Quando ele aparece em seu escritório informando que pegou o caso de Aaron Stampler, seus assistentes não conseguem acreditar. 

    Aaron, um coroinha de 19 anos, foi preso após fugir da cena de um crime hediondo coberto de sangue. Sua vítima? O amado arcebispo da cidade. Com a promotoria pedindo a pena capital e todas as evidências apontando para o jovem como culpado, Martin terá que usar todo seu poder manipulativo e conhecimento para provar a inocência do rapaz.



    Baseado em Primal Fear de William Diehl, As duas faces de um crime nos conquista com um enredo simples e atuações convincentes. Martin, vivido por Richard Gere, possui uma personalidade narcisista e consegue nos convencer de seu poder de manipulação através do charme do ator. A medida que o desfecho se aproxima o vemos mudar de um advogado pouco interessado em saber quem de fato são seus clientes para um que sente empatia, defendendo-os com unhas e dentes. Este também foi o filme de estreia de Edward Norton e lhe rendeu uma merecida indicação ao Oscar de melhor ator coadjuvante.


    Quanto ao tempo de duração, as poucas mais de duas horas passam rapidamente em meio a momentos de tensão e revelações de segredos. A forma que o Direito e o julgamento são abordados aqui não é tão técnica, o que torna o filme de fácil compreensão para leigos, sem deixá-lo cansativo ou monótono. Minha experiência acabou sendo um pouco prejudicada já que decidi ver o filme após levar spoilers, mas garanto que a cena final é a cereja do bolo. Para aqueles que gostam de ver advogados em ação e sentir a tensão de julgamentos, vai aí a dica! 😉








   


Comentários

Postagens mais visitadas