Salmo Para Um Robô Peregrino - Becky Chambers



Sinopse: Passaram-se séculos desde que os robôs de Panga ganharam autoconsciência e abandonaram as fábricas; séculos desde que peregrinaram para a vastidão selvagem e nunca mais foram vistos; séculos desde que desvaneceram em mitos e lendas urbanas. 

Um dia, a vida de Dex, um monge de chá com sentimentos de incompletude e insatisfação, é perturbada pela repentina chegada de um robô que veio para honrar uma velha promessa de checar como os humanos estão. Esse robô não pode voltar até que uma questão essencial seja respondida: “De que os humanos precisam?” 

Mas a resposta para essa pergunta depende muito de quem pergunta, e como. Assim, dois aliados improváveis partem em uma jornada filosófica sobre propósito, anseios e pertencimento. 

Em um mundo onde as pessoas têm tudo de que precisam, será que ter mais importa? 

E das leituras feitas em 2023, posso afirmar sem medo que essa será uma das minhas favoritas! Darth Nyx por aqui, para falar sobre Salmo para um robô peregrino, de Becky Chambers. Lançado pela Editora Morro Branco, o livro é uma obra de distopia como você nunca viu.


O livro vai nos apresentar para Irme Dex, ume monge de chá, que em um momento de sua jornada, decide seguir por um rumo há muito não trilhado por humanos, um caminho que levava diretamente para a vida selvagem e também aos misteriosos robôs. A história não tarda para nos apresentar ao outro personagem focal, sendo este, Chapéu de Musgo, um robô que até tal momento, nunca tinha se deparado com um ser humano. Mas você pode se perguntar, como assim?



O mundo criado por Becky Chambers envolve um tratado de separação, onde após anos sendo usados em fábricas para produção de commodities humanos, os robôs tem uma “revelação”, eles acordam para uma nova consciência e em um tratado de paz, os território são divididos, sendo parte deixado para robôs viverem como bem desejarem e humanos seguindo livremente para o outro lado.


Vemos que essa separação não fez com que a tecnologia deixasse de evoluir para humanos, eles têm ainda sua querida internet, mas pela perspectiva de Dex, tudo flui de maneira tão natural, que até mesmo sua simples bicivaca (uma espécie de carroça com bicicleta) é algo normal e cotidiano.


Escrito todo em linguagem neutra, a obra é uma das leituras mais suaves e agradáveis que pude ter, já que Irme Dex, mesmo em seus piores momentos, consegue conversar com você durante a leitura, te fazendo pensar desde como devemos ser gratos a tudo o que temos, por mais simples que seja, até qual propósito de vida te espera. E o que realmente seria esse propósito.




Por esse encontro inesperado, a autora conseguiu elaborar uma história que facilmente tem potencial de agradar quem gosta de leitura de fantasia, até quem é apaixonado por ficção científica. É um livro curtinho, que em edição impressa vem em capa dura e tem uma proporção de aconchego desde a página 1. Mesmo já esperando gostar da história, quando comecei a acompanhar os passos de Dex, pude me pegar rindo e até emocionando com a narrativa durante a viagem de metrô na minha volta do trabalho.


Apesar de ser o primeiro de uma duologia, o segundo volume é recente no exterior e tem grandes chances de sair no Brasil também, então vamos manter as esperanças! Mas de toda forma, a jornada iniciada aqui, fecha de uma maneira bem satisfatória.


Se você está procurando algo para sair de uma ressaca literária, quer fugir de romances e gostaria de algo que se assemelha a um chá agradável e um abraço aconchegante, eu recomendo demais ler Salmo para um robô peregrino.



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