Desejo Obsessivo (2023)

 


    Olá, meus cheirosos!

    Lançada neste ano, a minissérie Desejo Obsessivo conta com quatro episódios e é uma adaptação do livro Damage de Josephine Hart. A obra literária de Hart já havia sido adaptada anteriormente sob o título de Perdas e Danos em 1992, o que rendeu o prêmio BAFTA de melhor atriz coadjuvante a Juliette Binoche. Resta descobrir se esta nova versão seguirá os passos de sua antecessora e virará um sucesso digno de prêmios. Vamos conferir?


    O cirurgião respeitado William Farrow tem o casamento perfeito. A vida perfeita. Ao menos, era o que acreditava até colocar os olhos sobre Anna Barton, noiva de seu filho. Uma centelha de luxúria arde entre os dois e uma aventura proibida se transforma em uma obsessão perigosa.


William Farrow (Richard Armitage) e Anna Barton (Charlie Murphy) vivem uma aventura proibida em Desejo Obsessivo.

    Com uma trama instigante e uma trilha sonora que evoca a tensão, Desejo Obsessivo promete muitas emoções conflitantes ao mirar em uma premissa regada a suspense e erotismo. Contudo a obra mostra dificuldade ao tentar alcançar qualquer um destes gêneros e isso se deve a falta de complexidade nas relações, que não permite ao telespectador criar laços com os personagens.


    O primeiro encontro entre William e Anna é promovido por diálogos e atitudes tão bizarras que fogem à nossa compreensão. A todo momento ficamos nos perguntando o que Anna tem de tão especial que William em nenhum momento consegue lembrar da família ou da própria reputação? De onde veio esta obsessão tão aleatória? Acredito que o sentimento que dá titulo a obra, caso baseado na relação, teria se tornado mais crível se exibido de modo crescente, deixando-nos acompanhar os momentos que culminaram naquele plot twist. Contudo é tão estapafúrdia a situação e diálogos criados que apenas a sensação de confusão consegue tomar conta, como se estivéssemos pegando o bonde andando. 


    Em minha percepção, o melhor personagem da trama é certamente Ingrid Farrow, esposa de William. Mesmo com um roteiro que deixa a desejar e poucos momentos de aparição em tela Indira Varma, atriz que vive o papel da esposa traída, consegue entregar uma ótima atuação em seu confronto com William.

Ingrid Farrow, William Farrow e Anna Barton


    Bem... Quanto a William e Anna, a falta de interações e explicações que nos convencesse deste "encontro de almas" fez com que eu sentisse que o casal não possuía química e com uma interação perturbadora. As cenas de sexo que claramente deveriam transbordar erotismo, se transformam em algo frio e mecânico que não acrescenta nada a história. A vontade é de pulá-las. 


    Certamente Anna é uma personagem bonita e misteriosa, porém o fascínio dos homens por ela é algo inexplicável. Seu passado conturbado é um enigma que vamos tentando desvendar com base em migalhas e, no final, não temos um quebra-cabeça completo. Alguns acreditam que o final da série foi aberto, mas creio que nos revele que o título não se refere a William... 👀


    Cada episódio da minissérie tem duração de cerca de 40 min, entretanto para o conteúdo apresentado, um filme de 40 min teria sido mais proveitoso. Os três primeiros episódios são esquecíveis e no quarto há uma melhora no desenvolvimento e velocidade da trama, porém esta não consegue se manter ao longo das cenas, o que acarreta em uma grande decaída.

  

    Se você espera uma obra cheia de suspense, erotismo e drama familiar... Bem, é melhor evitar esta.


       Confira o trailer!




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