O Amante de Lady Chatterley (2022)

 



"Ninguém toma conta de você?"

Olá, meus cheirosos e amantes de polêmicas! Hoje vamos conversar sobre este filme que foi lançado na plataforma vermelhinha (Netflix) e que se baseia no livro homônimo de D. H. Laurence. 
 
Aqui acompanhamos Constance Reid, uma jovem que está convicta de que o futuro com seu amado Clifford Chatterley, um baronete gentil de família tradicional, será perfeito. Por isso decide adiantar o casamento, antes que ele retorne ao front da Primeira Guerra Mundial.  
 
Seis meses após está decisão, vemos Clifford e Constance se mudando para a casa Wragby, que fica em uma área rural. Neste novo lar Constance enfrenta não apenas a solidão que a troca de ambiente traz, como também o fato do marido estar distante nos próprios pensamentos e sonhos, além de preso a uma cadeira de rodas totalmente dependente. 




 
O Amante de Lady Chatterley possui um enredo simples e de temática polêmica, que aborda o questionamento do quanto vale a pena se sacrificar em prol do outro e se a própria liberdade estaria numa dessas opções. 


Achei interessante a obra iniciar com uma Constance radiante fazendo os votos matrimoniais que incluiriam as promessas de fidelidade e amor vitalício em momentos bons ou ruins, o que mostra uma antítese do futuro reservado. No decorrer da história é possível visualizar a regressão do companheirismo do casal a um relacionamento distante e egoísta.


Quanto a relação com o amante, Oliver Mellors, bem... o primeiro contato sexual entre eles me rendeu um momento vergolha alheia. 😅 Foi tão inesperado o gesto de Constance para iniciá-lo, e sequer haviam indícios de interesse da parte de Mellors, que tive que pausar e ir fazer qualquer outra coisa para me recuperar do choque. De modo poético, fica evidente que a medida que o casal se encontra há uma redução na quantidade de roupa, fazendo com que a nudez simbolize a liberdade.


O filme levantou certo burburinho por ser um romance de época com cenas obscenas, mesmo motivo que levou o livro a ser censurado por cerca de quarenta anos no Reino Unido (final de 1920 à 1960) e levado a julgamento. A obra, vista com maus olhos por "encorajar o adultério", foi baseada na vida conjugal do autor que possuía tuberculose, o que o tornava impotente, porém não cego a infidelidade de sua esposa.
 


David Hebert Laurence


Devo porém alertá-los que o autor D. H. Laurence é uma pessoa bastante controversa. Embora sua obra pareça favorável a liberdade feminina e mostre Lady Chatterley como uma mulher forte, o autor tinha verdadeiro ódio as mulheres, além de simpatizar com o nazismo. Em uma carta a editora e autora Blanche Jennings, Laurence declarou que:


"Se eu pudesse, construiria uma câmara letal tão grande quanto o Crystal Palace, com uma banda militar tocando suavemente, e um cinematógrafo trabalhando brilhantemente; depois eu sairia pelas ruelas e avenidas e os levaria para dentro, todos os doentes, os mancos, os mutilados; eu os levaria gentilmente, e eles me sorririam agradecendo cansados; e a banda tocaria suavemente o 'Coro Aleluia'."


Na realidade, há várias polêmicas sobre a personalidade e ideologias do autor. O que me traz ao pensamento de como é possível alguns autores destoar tão forte de suas obras. 

Finalizando, consigo entender porque algumas pessoas viram a obra como um encorajamento ao adultério. Mesmo sendo um romance de época, é visível que a protagonista poderia ter informado sobre o desejo de se divorciar e ido embora a qualquer momento. Contudo não o faz e os motivos que levam a isso não são abordados no filme, o que me deixou curiosa para saber se o são no livro.


E você, conhece alguma obra envolta em polêmica? Me conta aqui! 👀

Confira o trailer:



Reação desta leitora ao filme:






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