O canibal de Milwaukee (2022)

 


Olá, meus cheirosos! Estamos nos aproximando do Halloween, que é uma celebração popular no exterior onde as pessoas se vestem de monstros e saem as ruas para procurar gostosuras ou travessuras. Contudo, a realidade é que não são bruxas, vampiros ou lobisomens os verdadeiros monstros. É irreal a aparência grotesca, já que eles na realidade são nossos semelhantes. Os monstros podem ser encontrados em um passeio despreocupado pela rua, em uma boate onde apenas procuramos nos divertir, em nosso círculo de amizades e até mesmo dentro de nossos lares.


O canibal de Milwauke conta com especialistas, advogados, vizinhos e jornalistas que tiveram contato com Dahmer. Eles relembram como era a convivência com ele, o momento de sua prisão em 1991 e traçam a cronologia dos 17 assassinatos que foram cometidos. Nesta minissérie também há relatos e confissões do próprio Dahmer enquanto conversa com sua advogada, além de sua tentativa de entender o motivo de ser assim. Em suas confissões Jeffrey fala sobre a relação com seu pai; o tempo em que viveu na casa da avó, com quem visitava a igreja e como cometeu seu primeiro assassinato e ocultou o corpo sob seu teto.


Steven Hicks, primeira vítima.


Eu senti um certo viés a medida que me aproximava do final, uma tentativa de fazer o telespectador acreditar que Dahmer fez tudo aquilo por se sentir solitário. Porém como alguns anos atrás a internet era terra de ninguém e as pessoas faziam upload de todo tipo de conteúdo, acabei tendo contado com algumas das fotos que Jeffrey registrou. São justamente elas que não me permitem ter qualquer sentimento de pena por ele e até ficar indignada, não nos tornamos santos após morrermos! Ele dopava, estuprava, assassinava, desmembrava, praticava necrofilia e canibalismo com suas vítimas. 


No documentário Dahmer expõe claramente que sua necessidade não era apenas por companhia, mas por alguém que conseguisse controlar completamente. O que no futuro resultaria em experimentos semelhantes a lobotomia para criar um zumbi e nos faria deparar com o descaso das autoridades policiais quando a ocorrência envolvia pessoas negras, imigrantes e homossexuais. O que é visível no caso de Konerak, o único que irei abordar aqui.



Konerak Sinthasomphone tinha apenas 14 anos e era filho de imigrantes que passavam necessidades, por isso aceitou a oferta de Dahmer de tirar algumas fotos em troca de dinheiro. Em seu apartamento, o assassino dopou a vítima e tentou uma espécie de lobotomia através do uso de ácido, antes de sair para comprar bebidas. Konerak conseguiu retornar a consciência a ponto de saber que precisava fugir do local e foi encontrado por uma vizinha de Jeffrey, uma mulher negra, que chamou a polícia. 


Durante a abordagem policial Konerak não conseguia se comunicar e Dahmer, que havia retornado, conseguiu convencer aos policiais que o rapaz era seu namorado que havia bebido demais e que tinha 19 anos. Os policiais liberaram Dahmer para voltar ao apartamento com seu "namorado" enquanto a vizinha questionava a falta de procedimento e o fato do rapaz claramente ser uma criança. Ela chegou a ligar outras vezes pedindo aos policiais que averiguassem melhor a situação, porém seus pedidos foram descartados. Se as autoridades tivessem pedido ao menos a identificação de Jeffrey, descobririam que estava em liberdade condicional por agredir sexualmente o irmão de Konerak.


O canibal de Milwaukee faz parte de um documentário de crimes reais disponibilizado pela Netflix. A história de Jeffrey Dahmer é a terceira a compor a minissérie denominada Conversando com um serial killer, que também conta com as confissões de Ted Bundy e John Wayne Gacy (O palhaço assassino). A produção executiva ficou a cargo de Joe Berlinger, que foi indicado ao Oscar por sua direção em Conversando com um serial killer: o Palhaço Assassino. 


Indico para aqueles que gostam de acompanhar crimes reais e, principalmente, para maiores de 18 anos.  


Aqui deixo a imagem das vítimas, aqueles que não devem ser esquecidos.





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