Fat Chance - A vez de Charlie Vega - Crystal Maldonado



Olá, amores! Mila aqui e hoje irei falar de uma leitura bem tranquila e com todo aquele clima da adolescência, seus dilemas e problemas de quem está lidando com sentimentos e mudanças.

Charlie Vega é inteligente, divertida, artística e ambiciosa. Também é uma garota gorda que deseja ter um bom relacionamento com seu corpo, mas essa se torna uma tarefa difícil quando todo mundo parece querer que ela seja diferente – mais magra, mais branca, mais discreta. E, com o desenvolvimento do livro vamos notando que além das pessoas a compararem com a sua melhor amiga, ela também faz isso já que a garota é linda, simpática e conquista todos com facilidade.


É só fingir que está tudo bem, e tudo vai ficar bem. Mesmo que eu saiba que isso é mentira.


E, como todo bom livro, Charlie passará por situações onde ela acreditou que poderia ser amada, até que o mundo mostrou que não, ela não poderia. E com todas as vezes em que ela sentiu que caiu ou apenas escorregou, Charlie aprendeu a levantar e andar de cabeça erguida até que, finalmente, um colega presta atenção nela. 

O bom do livro é que apesar de todos os clichês que o livro traz, não nos surpreendendo em nada, nem com uma mãe que não a apoia apesar de já ter passado pelos problemas que a filha passa, especialmente sendo apenas as duas, até os pequenos dilemas... temos uma representatividade mais do que necessária.
Charlie é uma garota incrível, gorda, latina, com sonhos e vontade de usar todo o conhecimento que adquire nas aulas para ter a vida que merece, mesmo que o mundo não pareça sempre tão aberto.


Dizem que não é possível estar com alguém até que você se ame de verdade, mas estou aprendendo que também é possível usar a admiração e o apoio de outra pessoa para te ajudar a chegar lá.

 

Mas, o livro também toca na alma de quem já se sentiu inferior e nos faz pensar se não eram apenas cobranças que colocávamos em nós mesmos pela simples cultura da comparação. O quanto nossos medos e falta de confiança não eram alimentados por nós mesmos, nos cegando e impedindo de ver tudo o que havia de bom ao nosso redor. 

O livro com toda certeza é mais voltado para o público adolescente, mas eu consegui entender com facilidade e até identificação, todo o caminho com pedras que Charlie percorreu, até ela saber como correr sem medo. É sobre aprender a se amar mais e se aceitar com todos os defeitos, qualidades e oportunidades de crescimento. E o livro não para por aí, não! Ele também fala sobre problemas familiares, sobre amizade e representatividade LGBTQIAP+, tudo rodeado de muito amor. 


Você precisa acreditar no seu valor por si mesma, mesmo que você não seja um ser etéreo e perfeito, mesmo que nem todo mundo veja o que você tem de especial, mesmo que sua história seja um pouco caótica. Todos somos imperfeitos, Charlie. Então, quando tudo desmoronar, você só precisa se dar um tempo pra respirar.

 

Fat Chance foi publicado pela Editora Gutenberg e recomendo para todo mundo que busca uma leitura real, que está passando por situações assim ou já viveu, aprendendo ou até hoje batalha internamente com alguns dilemas. Eu amaria ter lido um livro com tanta representatividade assim na minha adolescência! 

E para finalizar, trago algumas informações que eu mesma consegui apenas depois de ler! O livro foi vencedor do prêmio New England Book em 2021 e eleito pela revista Cosmopolitan e pela POPSUGAR como o Melhor livro Jovem Adulto de 2020.

Conheciam a obra? Nos contem qual foi o último livro com representatividade que leram e se, no fundo, possuem alguns receios da adolescência que carregam até hoje. Vamos nos libertar todos juntos! =D

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