Um jeito de recomeçar - Filipe Salomão





Sinopse: Carolin... desculpe, Carol não sabia mais quem ela era quando encontrou o corpo de seus pais. Carol mudou, Carol teve que mudar mesmo sem querer. A vida fez isso com ela. Carol não estava preparada em seus 20 e poucos anos para tudo isso. Carol errou, errou ao pensar que o passado não iria voltar a atormentá-la. Ainda mais quando esse passado envolve tanto amor. Carol errou ao pensar que o passado não iria a feri-la tanto. Carol talvez tenha errado ao ter esperança. As pessoas que a acolheram e ela só queriam recomeçar.


E vamos de uma parceria que tivemos com um livro enviado pelo autor Filipe Salomão. O livro está disponível pela Amazon também e você pode o conferir AQUI. 


Seguimos Caroline, uma jovem de 20 anos que acabou perdendo seus pais. E não de uma maneira que seria trágica por si só por serem os dois de uma vez, mas seu pai acabou assassinou sua mãe depois de descobrir traições da mesma e cometeu suicídio logo em seguida. Ou seja, o baque da trama já vem logo de início. 

E enquanto sua vida perfeita de garota rica, bonita e fazendo faculdade termina, Caroline nos leva para um momento de fuga da realidade onde ela deixa o pouco que sobrou da vida para trás, e vai viajar enquanto entende que não há mais uma Caroline do passado. Agora resta apenas a Carol.

E conforme Carol viaja e divide um pouco do que sente, vamos criando aquela empatia por alguém que está perdida e tentando se achar, tentando colocar mente e coração em ordem para ver onde a vida irá a levar. E como começo de viagem pessoal, ela vai até a Praia do Cedro em Ubatuba e conhece alguns moradores ao ficar em uma pousada acolhedora.

Porém, enquanto Carol começa a conhecer novos personagens como a dona do local, camareiros, outros turistas e jovens que trabalham por lá, vamos tentando criar aquela conexão com todos e notamos o quanto isso é difícil.


"Eu não sabia o que queria, e isso era saber mais do que muita gente."


Mas, vamos lá. Um ponto totalmente positivo que podemos trazer do livro é que o autor consegue nos mostrar um lado do ser humano que muitas vezes ignoramos ou não vemos, por serem tão bem escondidos.
De uma garota que buscava um pouco de paz e conforto interno, caímos em uma trama repleta de segredo, vontades e incertezas.

E é aí que vem o lado que considero mais peculiar da trama porque, ao pensar na ideia toda, acho que o sentimento comum era sentir empatia e dó da Carol. Mas, ela se mostra uma personagem tão complicada, que toma decisões duvidosas e mente tanto, que tudo ao redor parece começar a ruir junto dela.

E talvez essa tenha sido a intensão do autor desde o começo, mas como as descrições são rápidas, alguns momentos são apenas momentos vividos e pouco sentidos por Carol, parece que o excesso de confusão ao redor dela é grande demais para criarmos laços e nos importarmos com ela.


"Queria ser a menina independente, mas não queria ser independente suficiente para não notarem que eu precisava de ajuda."


E é aquilo, talvez a ideia seja exatamente essa. Notarmos que mesmo uma garota que perdeu tudo não vai automaticamente se tornar a melhor pessoa. Que ao mesmo tempo em que ela quer se encontrar e seguir com a vida, ela pode ser capaz de fazer todo mundo duvidar de si mesmo e colocar pedras no caminho de pessoas que não tem qualquer culpa sobre a dor que ela sente. 

Carol não é uma personagem fácil que, no meio de sua dor e por alimentar barreiras ao seu redor, facilmente nos distancia de si e deixa a leitura um tanto quanto instável.


"Rimos para tentar afastar o monstro, mas a risada apenas disfarça para as outras pessoas, a risada para fora não liberta o mal que tem lá dentro."


Com um livro curto, podemos ver uma realidade que não era esperada apenas por, no começo, sentirmos empatia por alguém que perdeu tanto. Com um final que foge também da felicidade esperada, eu consegui sentir tantos sentimentos conflitantes durante a leitura que, com toda certeza, foi uma experiência interessante.

Carol não é uma personagem fácil e, além dela, muitos outros despertaram raiva, confusão e até vontade de gritar já que no meio de sua humanidade, são absurdamente imperfeitos.
Com um clima de praia, verão, uma rotina de pesca, Piña colada e relacionamentos novos... a sensação de nuvens carregadas pairando em cima do clima caloroso é sempre presente.


"Sabe, aprendemos mais com o fundo do poço do que com o topo da montanha, mas, de um é fácil sair, do outro não."


Ainda sinto que o livro segue um patamar de "imperfeição pessoal" um tanto grande demais, fazendo com que a leitura me tirasse da zona de conforto para me sentir apenas incomodada. E por isso mesmo não acho que seja uma leitura para todos, mas com toda certeza eu gostei da experiência.

Com termos que nem sempre são leves, que deixam a sexualidade mais evidente e com assuntos que podem ser gatilho para alguns, é um livro que eu não indicaria à todos. Mas, como toda leitura, vale a tentativa.

Agradeço novamente ao autor por ceder sua obra e pela paciência em esperar por essa resenha =D


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