Eu Não Nasci Mãe - Lua Barros

 


Sinopse: Para muitas mães e pais, é tentador acreditar na ilusão de que criar um filho depende de seguir manuais. Os modelos de parentalidade são múltiplos e, apesar da existência deles, cuidadores continuam sofrendo com a culpa e o receio de não fazer um bom trabalho. Por isso, ao invés de buscar respostas prontas, se faz cada vez mais necessário desenvolver um novo olhar para a parentalidade. Nesse sentido, Lua Barros se vale de sua experiência como educadora parental e mãe para, ao invés de propor fórmulas ou receitas, trazer questionamentos. Essas questões que ela levanta se baseiam em suas próprias experiências e em teorias da educação, com o intuito de conduzir o leitor a se perceber no processo de educar a criança e, principalmente, se (re)educar para encarar uma parentalidade mais saudável.

 

Depois de ler um livro bem intenso pra começar o ano como foi com Uma  Mulher no Escuro (veja aqui, já falei dele😉), peguei esse livro um pouco mais suave por ser um relato pessoal que a autora faz e que convida o leitor a refletir sobre o que é ser responsável por educar um novo ser, uma criança que nem sempre segue os moldes dos adultos ao redor e mais: desafia esses adultos a largar tudo o que acham que sabem para descobrir o novo todos os dias. 

 

Para mim, parentalidade era algo que não entraria no meu mundinho de leitura tão cedo, mas foi uma surpresa boa e uma onda interessante de aprendizados. Lua Barros explora não só a visão ampla que ela própria adquiriu com o tempo na criação dos quatro filhos, como convida quem está lendo a se descobrir e encarar os próprios sentimentos, lembranças e conexões. Até porque, às vezes nós é que somos a "criança birrenta" da relação.

 

Não é uma leitura ficcional e acabei lendo bem rápido o livro. A linguagem é suave e a mensagem é super válida: não existe fórmula mágica, existem acertos e erros. Vivemos numa época onde existem vídeos que prometem a cura para se livrar de birras, livros que vão te ensinar como ser o pai ou mãe exemplar e a verdade é que tudo o que você precisa é ouvir e se abrir. Não sou mãe, mas sou tia e durante a leitura, descobri que faço bem mais pelo meu sobrinho, abrindo para ele um canal de liberdade para dizer como se sente e permitir que ele ouça como me sinto, do que impor uma autoridade com a fachada do medo. 

 

Por fim, uma das mensagens principais da autora para os leitores é que cada um encontre seu próprio caminho sem se prender nos métodos milagrosos. Afinal, todos vivemos experiências diferentes e estamos em ambientes que não são idênticos aos descritos nesses métodos. Lua nos convida a abrir o coração e a mente para aprender, ouvir e crescer junto com as crianças dentro da nossa realidade e sempre, SEMPRE, admitindo a verdade porque se vamos exigir a sinceridade das crianças, precisamos entregar a sinceridade para eles em troca. 

 

Nossos gritos, nossos destemperos são respirabilidades nossa. Cabe a cada um de nós cuidar para manter o controle e a razão em seus devidos lugares, sem esperar que as crianças atendam a uma expectativa que não realista.


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