O Jardim das Borboletas - Dot Hutchison

 




Sinopse:  Perto de uma mansão isolada, existia um maravilhoso jardim. Nele, cresciam flores exuberantes, árvores frondosas... E uma coleção de preciosas “borboletas”: jovens mulheres, sequestradas e mantidas em cativeiro por um homem brutal e obsessivo, conhecido apenas como Jardineiro. Cada uma delas passa a ser identificada pelo nome de uma espécie de borboleta, tendo, então, a pele marcada com um complexo desenho correspondente. Quando o jardim é finalmente descoberto, uma das sobreviventes é levada às autoridades, a fim de prestar seu depoimento. A tarefa de juntar as peças deste complexo quebra-cabeça cabe aos agentes do FBI Victor Hanoverian e Brandon Eddinson, nesse que se tornará o mais chocante e perturbador caso de suas vidas. Mas Maya, a enigmática garota responsável por contar essa história, não parece disposta a esclarecer todos os sórdidos detalhes de sua experiência. Em meio a velhos ressentimentos, novos traumas e o terrível relato sobre um homem obcecado pela beleza, os agentes ficam com a sensação de que ela esconde algum grande segredo.


Antes de mais nada, é importante avisar que este é um livro que trata de temas que podem ser gatilho, como sequestro, abuso de menores e violências diversas.

Uma das coisas bacanas de Nova York é que ninguém fazia perguntas a ninguém. (...) É um sonho, um objetivo, um lugar onde você pode desaparecer em meio a milhões de outras pessoas que estão fazendo a mesma coisa.

Esse é um livro que da primeira até a última página te deixa preso na leitura e temendo pelo o que está por vir. Tudo começa quando os Agentes do FBI Victor Hanoverian e Brandon Eddinson precisam entrevistar uma vitima em um caso delicado de sequestro de menores, onde sabemos que muitas estão no hospital e outras não sobreviveram ao escape. Tudo é um grande quebra-cabeças e a pessoa com as peças é a jovem que não se sabe até onde é uma narradora confiável dos fatos, afinal, ela era apenas uma vitima, ou havia se tornado parte do esquema de sequestro de menores? Até onde as garras de seu captor afundaram na menina? Cada pedaço da leitura se alterna entre a conversa na sala de interrogatório e a visão da jovem que nos conta sua história, desde os momentos que passou no cativeiro, até a libertação que a levou para aquela sala.


O livro todo é justamente um misto de agonia e desespero, cada fato revelado é como um pequeno pedaço de horror que encontramos e nos faz pensar no quanto o ser humano pode ser desprezível. Ao mesmo tempo, temos o trabalho dos investigadores agoniados por respostas que possam ajudar a não só entender, como lidar com as outras vitimas hospitalizadas que decidem falar apenas após conversar com aquela vitima em especifico: a jovem que nos é apresentada como Maya. 


E o quanto a menina saberia sobre as outras que não sobreviveram? A atmosfera de insegurança e medo que vai sendo criada pela autora nos leva a não só conhecer a menina, como compreender o que a levou a se tornar um ponto forte e de segurança para as outras garotas.

Os pensamentos ruins tomam a mente com mais facilidade quando não se tem nada para fazer.

Esse é um livro onde a narrativa escolhida, que é um vai e vem entre presente e passado com a conversa dos investigadores e ela, não é apenas adequada, como também eletrizante. Houve momentos em que parei para respirar e ao mesmo tempo precisei ler, porque sabia que todo aquele mau encontraria um fim e queria entender como isso aconteceria. Mas também haviam outras perguntas que eu julgava que talvez não fossem respondidas, afinal, você mesmo é levado a pensar que talvez ela não esteja contando tudo para o FBI, começando a pensar no por quê ela está escondendo alguma coisa aqui? Ou quem ela está escondendo?


Quem curte livros de suspense e consegue fazer leituras de obras relacionadas a crimes psicológicos e físicos, vai encontrar aqui uma leitura completa. Essa é uma daquelas obras que devoramos e fazia tempo que não encontrava uma leitura tão complexa e ao mesmo tempo magnética o suficiente para me segurar por horas a fio sem querer fechar o livro.

Comentários

Postagens mais visitadas