Tudo e Todas as Coisas - Nicola Yoon




Olá amores!
Dessa vez a resenha será escrita tanto por mim, Mila, quanto pela Heila. Ambas participamos de uma leitura coletiva e estamos bem empolgadas para falar sobre o livro.

Primeiro, vale citar que o livro foi lançado a primeira vez no Brasil em 2016 pela Editora Novo Conceito e em 2017, a editora Arqueiro relançou o livro com a chegada da versão cinematográfica.
Mas, vamos à história.

O livro conta o dia a dia de Madeline Whittier, uma garota portadora de uma doença chamada IDCG, que prejudica sua imunidade quase a ponto de ela ser totalmente nula e a impede de viver uma vida normal. Ou seja, para se manter viva, Madeline passa seus dias dentro de casa, convivendo apenas com sua mãe e sua enfermeira, Carla.
Por ter seus dias limitados, Mad se distrai com livros aos quais faz suas próprias resenhas resumidas e bem diretas e, além de visitas esporádicas de um professor de arquitetura, ela se distrai com jogos em noites variadas, com sua mãe.

Madeline está completando seus 18 anos e como qualquer bom young adult, o livro tem seus clichês bem presentes. Ou seja, certo dia a vida da personagem começa a mudar quando olha pela janela e nota que está ganhando novos vizinhos. E é quando ela conhece Olly, o garoto que se veste com roupas pretas e parece ter seus próprios problemas com uma família conturbada, onde seu pai é irritadiço demais (especialmente depois de beber), e sua mãe e irmã precisam lidar com tudo da maneira que sabem.

"Como é possível sentir uma determinada emoção e seu exato oposto ao mesmo tempo? Eu luto, imersa em um oceano escuro, com um colete salva-vidas ao redor do peito e uma âncora presa a uma das pernas."

Para mim, Mila, a escrita da autora é tão fluída que o que achamos mais usual em livros do gênero, se torna uma parte tranquila de um enredo que se desenvolve aos poucos. Seja por vivermos o dia no ritmo de Madeline até finalmente vermos que a vontade dentro dela fala mais alto e, de alguma forma ela consegue um contato maior com seu vizinho... até o momento em que a realidade que ela vive não basta mais e Mad resolve viver. Seja por pouco tempo, seja atrás de lembranças de uma infância em que ela ainda tinha o pai e irmão em sua vida. 

Na minha opinião, Olly é um garoto como outro qualquer e, de alguma maneira... isso encanta Madeline. Seja por começarem a manter conversas por e-mail, seja com pequenas atitudes que o fazem ser mais na dele... ela se sente conectada. De início fica fácil notar que talvez seja apenas o fato de ser um garoto próximo e ela não ter tantas pessoas ao seu redor. E mantenho essa opinião, no geral. Mas os pequenos detalhes em cada um deles fazem toda a ideia de necessidade de contato, ser bem natural. 

Ele, com uma personalidade mais cativante e ela com sua timidez de início e sagacidade que veio com a intimidade do dia a dia, fizeram a leitura fluir bem.

Quero ressaltar que senti que entre o primeiro contato até o "sinto que estou eternamente apaixonada", eu fiquei incomodada. Rápido demais, até para uma garota presa dentro de casa. Mas, a autora consegue nos cativar sem demora e isso foi ficando para trás. Ainda mais quando a ansiedade por um final começou a me dominar. 

Quanto ao final... não fui surpreendida. Imaginei que algo como aquilo aconteceria e, ainda assim, fiquei tocada pela carga de sentimentos que vieram, me fazendo tentar me colocar na situação de Madeline e como eu mesma lidaria com tudo. Na verdade, sei que lidar com a ideia de ficar em um mesmo lugar para sempre é beeeem difícil. 
Para concluir, um livro gostoso de ler, rápido, que nos prende com tranquilidade e dá aquela aquecida na alma, apesar das pontadinhas de dor =D


"A segurança não é tudo. Há mais na vida do que se manter vivo."

Vou começar deixando claro que: AMO ESSA AUTORA DE PAIXÃO! 

Comecei a leitura de obras dela com O Sol Também É Uma Estrela e quando comecei este livro, Tudo e Todas as Coisas, me senti encantada com o quanto de cuidado e detalhes ela trabalhava um contexto tão limitado quanto o dia de uma menina que, aos 18 anos, só tinha sua casa e uma imaginação para viver. 

A minha opinião sobre o livro é: Surpreendente. Em nenhum momento eu senti a bandeira vermelha para o que viria no final e, em mais de um momento, entendi bem o que a personagem sentia ao assistir o mundo da sua janela. Sem dúvidas, a escrita de Nicola Yoon é do tipo envolvente com detalhes cuidadosos, sem exageros e que torna a realidade do personagem, algo trivial e comum a sua realidade. 

Eu vejo este livro como aqueles que são bons não só para uma leitura, mas que merece uma releitura. Nas entrelinhas, lemos sobre não só um tipo de amor e descobrimos diversas formas de como esse sentimento pode nos ajudar e nos levar à perdição, seja com pessoas externas a nossa família ou aqueles com quem vivemos uma vida inteira. 

Quero ressaltar também que o livro trata de maneira delicada e suave a visão de terceiros sobre um assunto muito importante que vem ganhando destaque e precisa em muito ser discutido: Violência Doméstica. Por mais que tenhamos apenas a visão de Madeline através de sua janela, esse tipo de mal é algo que atinge muitas famílias e, infelizmente, nem todas tem o final parecido com a que vemos neste livro. 

Finalizo dizendo que essa história não é só sobre um romance, um amor, uma doença ou uma família. Esse livro é realmente sobre Tudo e Todas as coisas, porque envolve em suas páginas um pouquinho do que é crescer, amadurecer e se descobrir, independente do ambiente em que você vive ou foi criado. Uma leitura mais que indispensável para quem gosta de descobrir outros olhares desse mundo que vivemos. 


Dou voltas e mais voltas e termino no mesmo lugar. Amor. O amor torna as pessoas loucas. A perda do amor torna as pessoas loucas.

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