A Última Colônia - John Scalzi




Olá amigues da internet! Teu Miasma favorito, Thiago, está de volta e rejuvenescido trazendo aqui minhas impressões sobre o terceiro volume da saga de “A Guerra do Velho”.
Sim, estou falando de “A Última Colônia” de John Scalzi.

Para quem não conhece essa ficção científica moderna, é importante se familiarizar com algumas premissas para esse livro. Primeiro, A Guerra do velho se passa em um tempo onde existe uma ampliação das fronteiras espaciais e o governo propõe aos seus velhos aposentados a passarem por um processo de rejuvenescimento e irem lutar no front de batalha. Isso por si só já me abriria espaço para uma ótima discussão a respeito da valorização da vida do velho e como muitos dos soldados eram movidos a tomar essa decisão justamente por solidão e falta de perspectiva em sua terceira idade. O livro passa sorrateiramente por esse ponto, como se fosse natural alguém preferir lutar em uma guerra em troca de um pouco de juventude. A verdade é que, para muitos, o vazio existencial que se dá no proesso de envelhecer é um peso a ser considerado e é preferível sim ir à luta, do que viver o marasmo.
Não é a primeira obra a tratar isso e não será a última, mas é importante esse conceito ser fixado.

No primeiro livro somos apresentados ao protagonista da série, John Perry, que perdeu a esposa para um derrame e quando completou 75 anos se alistou para o tal processo de rejuvenescimento. Um ponto que me frustra um bocado na leitura é a falta de desenvolvimento das personagens, não sei se é algo proposital do autor por essas personagens já terem toda a experiência de uma vida ou se o foco do autor está, unicamente, no contexto que ele criou. Mas, a impressão que tenho é que a limitação do desenvolvimento como um todo é incômoda, porém o enredo da história compensa bastante essa falta de evolução.
Outra personagem que tem importância é Jane Sagan que protagoniza o segundo livro da saga, “Brigadas Fantasmas”.

A princípio, A Última Colônia nos tira do ambiente de guerra, começando o enredo com John e Jane aposentados e administrando uma colônia em território espacial.
Aposentados como soldados, ambos viveram praticamente outra vida, o que faz todo sentido pois uma vez alistados, eles eram dados como mortos para a sociedade da qual vieram.
De qualquer forma, eclode uma crise populacional. A União Colonial não expandia suas fronteiras a alguns anos, as colônias começam a sofrer com uma super população e passam a pressionar a administração para a realização de uma nova colônia para dar vazão de seu próprio território. Obviamente que essa tarefa fica incumbida a John e Jane, ambos seriam mandados a um planeta longínquo e liderariam um novo assentamento já que eram as escolhas mais óbvias. Ambos veteranos de guerra e sobreviventes, além de que John já estava habituado a administrar colônias e Jane era sua delegada.

Nesse livro nós somos melhores contextualizados a respeito da misteriosa União Colonial.
Vejam bem, até então o autor constrói a história para acreditarmos que nossos protagonistas estão trabalhando em prol do lado mais “Correto” ( que talvez não seja o termo certo) mas, basicamente, o autor quer que acreditemos que estamos na perspectiva dos mocinhos. Porém, esse novo assentamento em um planeta longínquo acaba revelando algumas questões de segundo plano que coloca em xeque alguns valores e ideais.

 A escrita do autor é fluída e divertida já que tem uma facilidade enorme em nos prender com observações simples. E o dinamismo de sua narrativa é uma qualidade que faz com que tenhamos interesse no desenvolver da obra.

O trabalho de capa da Editora Aleph é superior às edições originais no exterior, ao menos ao meu ver, a tradução é de boa qualidade e acredito que a saga como um todo é bem concisa.

Deixo a dica para os fãs de ficção científica que gostam da temática de guerra espacial!

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