Fique Onde Está e Então Corra - John Boyne




Sinopse: Em meio às tragédias da Primeira Guerra Mundial, o amor é a única arma de um garoto para curar seu pai.

Alfie Summerfield nunca se esqueceu de seu aniversário de cinco anos. Quase nenhum amigo dele pôde ir à festa, e os adultos pareciam preocupados — enquanto alguns tentavam se convencer de que tudo estaria resolvido antes do Natal, sua avó não parava de repetir que eles estavam perdidos, estavam todos perdidos. Alfie ainda não entendia direito o que estava acontecendo, mas a Primeira Guerra Mundial tinha acabado de começar.

Seu pai logo se alistou para o combate, e depois de quatro longos anos Alfie já não recebia mais notícias de seu paradeiro. Até que um dia o garoto descobre uma pista indicando que talvez o pai estivesse mais perto do que ele imaginava. Determinado, Alfie mobilizará todas suas forças para trazê-lo de volta para casa.


Fique Onde Está e Então Corra é aquele livro que fala sobre a guerra, te mostra seus horrores de maneira humana e termina com aquele gosto agridoce onde você não sabe se realmente está bem com o final, ou se está em choque com o que leu. Tudo isso enquanto tenta entender como tudo aconteceu tão depressa ao mesmo tempo em que foram anos para chegar até ali.

A história é contada principalmente pelo ponto de vista de Alfie, que nada mais é que um garoto colocado pra amadurecer antes de seu tempo por conta da guerra que começa em seu aniversário de 5 anos e que todos diziam que iria acabar antes do Natal.
A pergunta que nunca se calou para ele é: Qual Natal? Dali um ano? Ou dez anos? E isso, nenhum adulto tinha resposta ou ao menos queria dar, afinal, eles mesmos estavam lidando com esse grande conflito de tamanho inesperado e que estava levando tempo demais para ter um fim.

Todos os dias, antes de dormir, Alfie Summerfield tentava recordar de como era a vida antes de a guerra começar. E a cada dia era mais e mais difícil ter uma lembrança clara.
Aliás, uma coisa recorrente nos livros do autor John Boyne é a forma como os adultos parecem sempre ignorar a presença das crianças menores de 10 anos. Algo que deveria ser notado, como um garoto desacompanhado em uma Estação de trem, passa despercebido e é visto com até certa graça. Isso é algo que mostra como nós, pessoas acima dos status de adolescente, olhamos tão pouco para as crianças ao redor.
O que vemos nos livros são relatos históricos romanceados, mas não se diferem muito das crianças que ignoramos no metrô ou nas ruas da cidade.

Outro ponto interessante é a forma como a história nos mostra que, como adultos, em muitos momentos de tensão e incerteza exigimos um extremo de compreensão por parte das crianças ao redor, sem lhes dar o mínimo de informação. O problema que isso causa é que mesmo tentando proteger os pequenos detalhes e sabendo os males que alguns problemas podem trazer, criamos neles o sentimento de exclusão, o que nem sempre faz tão bem à eles (crianças), como deveria.

O amadurecimento do personagem em alguns aspectos da vida é algo comum na história de muitas crianças que hoje são os nossos pais, tios e alguns avós. Eles precisaram ajudar em casa, deixar a escola e até mesmo ir atrás do adulto responsável em alguns momentos. E ler essas histórias, como a de Alfie, nos faz lembrar que nada vale os horrores que uma guerra.
Um livro, sem dúvida, tocante e que todos deveriam ler.

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