Leah Fora de Sintonia - Becky Albertalli




Sinopse: Leah odeia demonstrações públicas de afeto. Odeia clichês adolescentes. Odeia quem odeia Harry Potter. Odeia o novo namorado da mãe. Odeia pessoas fofas e felizes. Ela odeia muitas coisas e não tem o menor problema em expor suas opiniões. Mas, ultimamente, ela tem se sentido estranha, como se algo em sua vida estivesse fora de sintonia. No último ano do colégio, em poucas semanas vai ter que se despedir dos amigos, da mãe, da banda em que toca bateria, de tudo que conhece. E, para completar, seus amigos não fazem ideia de que ela pode estar apaixonada por alguém que até então odiava, uma garota que não sai de sua cabeça. 
Nesta sequência do sucesso Com Amor, Simon, vamos mergulhar na vida e nas dúvidas da melhor amiga de Simon Spier. Em um livro só dela, mas com participações mais do que especiais dos personagens do primeiro livro, vamos acompanhar Leah em sua luta para se encontrar e saber com quem dividir suas verdades e seus sentimentos mais profundos. Em Leah fora de sintonia, Becky Albertalli mostra por que é uma das vozes mais importantes e necessárias de sua geração. Sem nunca soar didática, a escritora lança mão dos mesmos ingredientes que tornaram Com Amor, Simon um sucesso mundial: a leveza, o senso de humor, a representatividade e a certeza de que vale a pena contar histórias sobre jovens que podem até estar perdidos, mas estão determinados a encontrar seu caminho. 
Se você se emocionou com Simon Vs. A Agenda Homo sapiens, prepare-se para ter um treco de felicidade, raiva, saudades, amor e muita fofura com Leah Fora de Sintonia.

A história aqui acompanha nossa querida Leah. Ainda no mundo de "Com Amor, Simon" (agora que foi relançado com esse nome), alguns personagens ainda fazem parte do contexto da história, mas nada que atrapalhe o livro em si, caso não tenha lido o "primeiro livro".
Ela, que não tem muito controle sobre o que pensa ou fala, não esconde a cara de ranço e está pouco se lixando para os padrões. O que não muda seus sentimentos e muito menos inseguranças. Afinal, ela é incrível, mas é só mais uma adolescente, o que infelizmente não se cura com um bom copo de coca gelada.

Os sentimentos escondidos são finalmente relevados para nós leitores em uma corrente inacreditável de acontecimentos.
Leah, ao longo do livro, não só se descobre que não precisa se anular para ser feliz e fazer os outros a redor felizes, como também encontra uma voz que não sabia existir dentro de si. E, sem dúvidas, da forma mais linda e cheia de magia possível, como a dos filmes.

Sem dúvidas, a transformação da personagem é chocante e também algumas revelações sobre sua forma de pensar. Você passa o livro todo se lembrando de momentos de sua própria adolescência e talvez, como eu, vá chegar a conclusão que não tinha metade dos sentimentos que ela guardava dentro de si. Mas que compreende completamente as incertezas e até mesmo, algumas de suas decisões.

A leitura é fluida e Leah se mostra aquela pessoa que você deseja conhecer sempre mais, principalmente quando se sente nela a evolução que sempre desejamos para personagens queridos E isso faz com que você mal sinta as páginas passando, entre os conflitos amorosos, da faculdade e etc.

Com uma construção doce, Becky Albertalli acerta em cheio ao mostrar uma personagem que está se descobrindo na melhor forma e raiz possível. Sem mascarar os dramas da adolescência ou a confusão que é a mente jovem e sem fingir que Leah já sabe todas as respostas, porque afinal de contas, crescer é justamente não saber o que está acontecendo, mas continuar mesmo assim.

Termino deixando aqui a quote que mais define esse sentimento de dualidade que é viver e seguir adiante:
Esse não foi o baile de formatura perfeito que eu idealizei. E esse não é o final feliz que imaginei. Não é um final de jeito nenhum. Mas é meu. Todo esse momento é meu. O salão todo iluminado, com a música tão alta que consigo senti-la. É meu.

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