Seis Anos Depois - Harlan Coben





Sinopse: Jake Fisher e Natalie Avery se conheceram no verão. Eles estavam em retiros diferentes, porém próximos um do outro. O dele era para escritores; o dela, para artistas. Eles se apaixonaram e, juntos, viveram os melhores meses de suas vidas. E foi por isso que Jake não entendeu quando Natalie decidiu romper com ele e se casar com Todd, um ex-namorado. No dia do casamento, ela pediu a Jake que os deixasse em paz e nunca mais voltasse a procurá-la. Jake tentou esconder seu coração partido dedicando-se integralmente à carreira de professor universitário e assim manteve sua promessa... durante seis anos. Ao ver o obituário de Todd, Jake não resiste e resolve se reaproximar de Natalie. No enterro, em vez de sua amada, encontra uma viúva diferente e logo descobre que o casamento de Natalie e Todd não passou de uma farsa. Agora ele está decidido a ir atrás dela, esteja onde estiver, mas não imagina os perigos que envolvem procurar uma pessoa que não quer ser encontrada. Em Seis Anos Depois, Harlan Coben usa todo o seu talento para criar uma trama sensacional sobre um amor perdido e os segredos que ele esconde.


Faz um tempo que, às vezes, com muita disciplina...tento realizar sorteio de um livro a ler.
Acumulo tanta leitura em casa que ia pulando sempre para os mais novos e esquecia alguns antigos. E finalmente chegou o momento desse livro e fiquei bem empolgada.
Já fazia um tempo que queria ler algo do autor, ainda mais por sempre ler resenhas e críticas incríveis.
E não fiquei decepcionada.

A sinopse acima conta muita coisa, mas tudo isso acontece nos primeiros capítulos.
O autor segue um ritmo agitado em toda a escrita, porém de maneira tão tranquila e clara, que apesar das muitas perguntas que vão surgindo, tudo vai ficando guardado na sua mente enquanto você nota que largar o livro é algo impossível.
Eu sou grande fã de suspense, então...foi fácil me cativar pela trama.


"Você acredita em amor à primeira vista? Nem eu. Mas acredito numa grande atração à primeira vista, mais que física. Acho que de vez em quando - em uma ou duas ocasiões na vida - nos sentimos fascinados por uma pessoa, de forma muito profunda, primordial e imediata, um encanto mais que magnético. Foi assim com Natalie. Às vezes não passa disso. Em outras cresce, esquenta e se transforma numa chama gloriosa, que sabemos ser verdadeira e destinada a durar para sempre."


A história é guiada por Jacob Fisher, um personagem que foi muito carismático desde o começo. Com um humor sarcástico e comentários pertinentes, eu soube desde o início que ele faria a leitura ser bem interessante.
E, para ajudar, Jake tem um melhor amigo, Benedict. Ele também é professor na atual universidade que Jake trabalha e acaba tendo um humor mais engraçadinho, o que faz a dupla ser interessante apesar dos momentos mais divertidos entre eles não ser algo que dura muito, porque a trama é rápida em te jogar na confusão de situações.


"Uma característica da condição humana é que todos pensamos que somos singularmente complexos, ao passo que os outros são mais fáceis de compreender. Não é verdade, claro. Todos têm seus sonhos esperanças, vontades, desejos e mágoas. Todos têm um tipo próprio de loucura."


Então, assim que Jake vai tentar prestar suas condolências para seu antigo (e nunca esquecido) amor, Natalie, e descobre que o falecido marido de seu amor era casado com uma mulher totalmente diferente, alguém que não era ela. A pulga atrás da orelha começa a incomodar, ainda mais depois de seis anos sem contato e Jake se enfia em um caminho sem volta, onde ele não irá parar até ter todas as respostas e encontrar Natalie.
O engraçado é que, logo no começo dos questionamentos mais intensos, eu cheguei a cogitar que o que aconteceu era o que realmente aconteceu no final. (Algo que não irei dizer o que é, claro).
E teria sido chato se realmente parecesse o que achei que era desde o começo. Porém, Harlan Coben soube levar a trama toda para caminhos tão aleatórios e confusos que eu comecei a questionar tudo, assim como Jake.


"A esperança é cruel porque nos faz pensar no que quase foi. Provoca a volta da dor física."



O bom da trama é que Jake começa a ligar alguns pontos e, quando achamos que finalmente entendemos, algo vem como um tapa na cara e tudo muda. E é incrível quanto o personagem acaba sofrendo devido a escolhas e atitudes que toma, muito passionais e não tão calculadas.

Podemos considerar o personagem como teimoso? Sim.
Em um primeiro momento o considerei um personagem bem egoísta, ainda mais quando evidências de que ele deveria parar de cavar buracos atrás de respostas, iam surgindo. Especialmente quando suas atitudes pareciam colocar muitas pessoas em perigo.
Consigo entender o amor e até a preocupação, mas... não deixa de ser um personagem com uma sensibilidade voltada para o próprio umbigo, sim.
O que me deixa com sentimentos conflitantes sobre o rumo de tudo.



"Quando olhava em seus olhos, podia ver que era para sempre. Sabia disso quando a abraçava. Isso só acontece uma vez na vida, com sorte. Encontramos um lugar raro e especial, e, quando se tem essa sorte, lamentamos qualquer instante da vida em que não se está nesse lugar, porque parece um desperdício triste."



Outra coisa que me incomodou de leve, mas não o suficiente para parar de ler é que policiais, agentes e afins são sempre...nulos. Claro que do ponto de vista de Jake e de um livro escrito em primeira pessoa, fica fácil considerar "a lei" como um certo tipo de inimigo. Mas realmente achei que, em um trama mais "pé no chão", policiais e agentes teriam um peso um pouco maior.

Não quero entregar muito da trama, mas o que posso dizer é que, para mim, foi um livro que funcionou. Como não li com qualquer expectativa e, apesar de conhecer a fama do autor, não fui muito atrás de mais informações sobre os seus livros, além do básico...a experiência foi ótima.

Apesar dos pontos baixos que fizeram a trama ser um pouco irreal, o livro me manteve tão compenetrada que fico feliz com isso.
Não sou alguém que busca veracidade em livros desse tipo, ainda mais quando a base toda já é algo que nos tira do comum.
Portanto, se busca um suspense interessante, com aquela pitadinha de absurdo e que conclui de um jeito interessante, pode ler tranquilamente e espero que a experiência seja tão boa para você, quanto foi para mim. =D


"-... A morte é melhor. Quando se morre, a dor para. Mas a esperança põe a pessoa lá em cima e depois solta, deixando que caia no chão duro. Protege nosso coração com as mãos e depois esmaga com um soco. Várias e várias vezes. Nunca para. É isso que a esperança faz." 

Comentários

Postagens mais visitadas