O Pior dos Crimes - Rogério Pagnan





Sinopse: Sinopse: A história completa do assassinato que chocou o Brasil Construído em ritmo de thriller, O pior dos crimes esmiúça o trágico caso que conseguiu estarrecer a opinião pública de um país rotineiramente violento. Em 29 de março de 2008, Isabella, de 5 anos, foi atirada ainda com vida pela janela do sexto andar do apartamento do pai, Alexandre Nardoni, e da madrasta, Anna Carolina Jatobá, na zona norte da capital paulista, e morreu pouco depois de chegar ao hospital. O que se seguiu foi uma investigação e um processo repletos de pistas mal perseguidas, depoimentos de suspeitos com “pegadinhas”, uso de informações falsas, pressões indevidas para a obtenção de confissões, perícias criminais deficientes e um Ministério Público empolgado com os holofotes. Se o caso Nardoni representou ou não um erro judicial, se houve elementos suficientes para uma condenação “acima de qualquer dúvida razoável”, o leitor será capaz de dizer a partir da leitura deste instigante livro-reportagem.

Escrito com um ritmo de um thriller, o livro conta detalhes sobre a investigação do trágico caso ocorrido no dia 29 de março de 2008.
Tive a oportunidade de conseguir o livro assinado pelo autor, Rogério Pagnan, em um bate papo muito interessante onde o mesmo tentou deixar claro que, apesar dos muitos comentários, o livro não escolhia um lado e foi escrito para mostrar o quanto um dos casos mais famosos do país possui erros absurdos do começo ao fim.

Depois de dez anos do assassinato, o livro veio para reviver um momento forte, com uma base de pesquisa tão incrível que seria totalmente capaz de reabrir o caso para melhores investigações, se possível.
O livro mostra como o casal foi prontamente culpado e o caso se tornou tão midiático que respostas e um responsável precisavam ser descobertos, encontrados e justiça deveria ser feita de alguma forma. Porém, Rogério mostra como algumas provas jamais existiram, desde o sangue que foi grande motivo para o casal ser preso, e que não era realmente sangue... até depoimentos que existiram e depois pareceram sumir ou mudaram totalmente de contexto.

O livro é daqueles que você começa a ler e não quer parar de jeito algum. Admito que eu li incansavelmente até a parte do julgamento, onde o ritmo segue algo mais jurídico (no assunto, e não na maneira como é escrito), que apenas fui mais lenta nessa parte.
Mas, do começo ao fim, fica evidente o quanto a polícia e todos os responsáveis pelo caso fizeram uma bagunça enorme o tempo todo.

O interessante é que, lendo as páginas, fica muito fácil para cada leitor criar sua própria teoria, tentar juntar os pedaços, algo que o autor fez muito bem e que deveriam ter sido feitas com mais calma no atual ano do crime.
Eu mesma tenho uma conclusão própria, que não difere muito do que já sabemos, mas o livro faz o que promete. Ele aponta cada um dos erros, pequenos e enormes, de pessoas com ego ou aquelas que trabalharam muito bem por trás de tudo e não tiveram chance de falar...e nos mostra como o caso mais famoso foi levado na pressão, deixando tantas verdades e dúvidas de lado que chega a ser triste ver como todo um sistema pode agir como bem quiser, apenas para dar respostas e acalmar a raiva de um público que sofria a morte de uma criança inocente.

"O Pior dos Crimes" é aquele livro que claramente te faz querer conversar com todos ao redor e repensar cada detalhe assim que as páginas vão sendo lidas. É, sem dúvida, um ótimo material jornalístico e que pode interessar também a todos no meio jurídico.
Eu, como simples leitora, admito que foi uma leitura que me prendeu muito, ainda mais por lembrar do caso, de algumas reportagens e como tudo foi acontecendo há 10 anos atrás.

O interessante é que é um livro tão verdadeiro, com tantas falhas no caso em si que difere muito dos bons livros policiais fictícios que amamos, com começo, meio e fim. Onde todas as perguntas acabam tendo respostas e seguimos satisfeitos (ou não) com o desfecho.

Um livro absurdamente interessante de se ler que recomendo para todos que tenham recordações do caso, ou que estejam apenas curiosos em entender como tudo pode dar muito errado devido a falta de experiência de alguns profissionais, assim como um receio e outros sentimentos que fizeram muitos terem atitudes em nada profissionais.


"Enquanto Gabriel prestava depoimento no 9º distrito, os jornalistas se lembravam de uma famosa piada sobre a disputa para descobrir qual era a melhor polícia do mundo. Participavam, entre outras, o FBI (dos EUA), a Scotland Yard (do Reino Unido) e, do Brasil, a polícia de São Paulo. Os organizadores soltavam um coelho na floresta e a polícia que achasse o bicho mais rapidamente ganhava.
Uma das melhores marcas do FBI, que usou fotos de satélite, helicópteros, análise de DNA  de pelos encontrados e, seguindo os protocolos de investigação, localizou o coelho em 3 horas e 14 minutos.
Ótimo resultado, mas nem perto do que viria a obter a polícia da rainha. Usando analistas de comportamento, estudiosos da espécie dos coelhos e cenouras com soníferos, a Scotland Yard capturou o animal em 1 hora e 30 minutos. Uma marca praticamente imbatível. 
Mas, a polícia paulista, com um Chevrolet Ipanema preto e branco (com o porta-malas amarrado por uma corda) e usando apenas um "tirocínio" altamente desenvolvido ao longo de anos de trabalho,  conseguiu voltar da floresta em apenas 23 minutos cravados, para espanto de todos. Ao abrir o chiqueirinho da viatura, daí vem o nome, foi retirado um porco amarrado, com alguns hematomas e ainda ligado a um fio de cobre.
- Eu sou um coelho! Eu sou um coelho! Eu juro que sou um coelho! - gritava desesperado o animal."

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