Legend – Marie Lu





Sinopse: Ambientado na cidade de Los Angeles em 2130 D.C., na atual República da América, conta a história de um rapaz – o criminoso mais procurado do país – e de uma jovem – a pupila mais promissora da República –, cujos caminhos se cruzam quando o irmão desta é assassinado e a ela cabe a tarefa de capturar o responsável pelo crime. No entanto, a verdade que os dois desvendarão se tornará uma lenda. O que outrora foi o oeste dos Estados Unidos é agora o lar da República, uma nação eternamente em guerra com seus vizinhos. Nascida em uma família de elite em um dos mais ricos setores da República, June é uma garota prodígio de 15 anos que está sendo preparada para o sucesso nos mais altos círculos militares da República. Nascido nas favelas, Day, de 15 anos, é o criminoso mais procurado do país; porém, suas motivações parecem não ser tão mal-intencionadas assim. De mundos diferentes, June e Day não têm motivos para se cruzarem – até o dia em que o irmão de June, Metias, é assassinado e Day se torna o principal suspeito. Preso num grande jogo de gato e rato, Day luta pela sobrevivência da sua família, enquanto June procura vingar a morte de Metias. Mas, em uma chocante reviravolta, os dois descobrem a verdade sobre o que realmente os uniu e sobre até onde seu país irá para manter seus segredos.

Lembro que li o primeiro livro há anos, quando o mesmo foi lançado em 2014. Depois disso, demorei muito para conseguir adquirir os outros dois e acabei parando de ler. O que me fez reler esse primeiro volume ainda esse ano, e é por isso que venho falar sobre ele.
Voltamos àquele momento em que distopias eram uma febre grande, então ter dado um tempo de tanto livro do gênero foi bom para poder avaliar melhor o livro.
A pena é que eu lembrava ainda de muita coisa, pelo menos a parte mais chave de surpresa, o que tirou a emoção que lembro ter sentido da primeira vez. Porém, isso não atrapalhou em nada o enredo bom e rápido de se ler.

A sinopse diz bastante coisa, então podemos seguir por aí.
Todo o "novo mundo" criado pela autora é tão consistente, como se fosse possível ver toda nossa civilização caminhando para algo assim, com o poder nas mãos de alguns sendo usados de uma maneira estranha e dividindo tanto a sociedade, que chega a dar medo. Porém, apesar de ser um momento intenso, onde inteligência conta muito para determinar o destino de um adolescente, a leitura é tão rápida que fica bem difícil deixar o livro de lado.

"Tiro da manga da camisa as margaridinhas que eu tinha guardado nela. Alguns brotos estão amassados, mas eu os arrumo cuidadosamente, com suavidade limpo-os da terra. Mamãe provavelmente nunca vai vê-los, mas eu sei que eles estão aqui. As flores são uma prova para mim mesmo de que continuo vivo, e sempre tomando conta da minha família."

Apesar da trama política, vemos muito do sentimento que guia as pessoas. Acompanhamos de perto Day e June, em capítulos alternados entre os dois personagens e fica fácil notar a motivação que cada um tem na vida. Claro que a vida de June sofre uma mudança brusca ao perder o irmão e se deixar guiar por um sentimento de vingança e justiça. E é exatamente por seguir isso que a vida de Day acaba sofrendo grandes consequências enquanto é perseguido pela garota que o julga culpado de tudo.
O bom do livro é que essa variação entre os personagens nos faz sentir uma ligação com cada um deles. Conseguimos entender ambos os lados e começamos a torcer mais ainda quando algumas verdades, bem escondidas debaixo dos panos, começam a surgir e mudar tudo o que ambos achavam ser verdade.

"Se você quiser se rebelar contra o sistema, faça-o de dentro dele. Isso é muito mais forte do que se rebelar estando fora do sistema."


Para aquelas sedentas por romance, podemos dizer que ele existe, sim. Em um primeiro momento notamos que nada mais é que uma peça no jogo e, depois, começa a ir crescendo como uma base de apoio. Eu ainda sou dessas que sente que esse tipo de relacionamento, em alguns livros com uma base mais importante, se torna um pouco forçado. Até senti isso ao ler, porém, parando para analisar o quanto os personagens perderam e o quanto ainda correm risco de perder, algumas coisas até parecem fazer sentido. Por isso não acaba sendo algo tão importante devido a tudo o que continua acontecendo ao redor deles e de pessoas com as quais eles se importam.

Por ser um livro com menos de 300 páginas, tudo acaba sendo rápido, intenso, com ação e revelações na medida certa. Acho que a autora fez um trabalho incrível ao dosar tudo isso, em poucas páginas e nos deixando com aquela vontade de continuar a leitura e saber como tudo irá terminar. Então, se for ler, esteja preparado para ir recebendo informações com uma rapidez um pouco maior do que livros que podem ter algumas 400 páginas, ok?
É um livro com ação, personagens inteligentes que tentam passar por cima do que sentem ser errado e do que claramente machuca as pessoas. Um livro rápido, que com certeza prenderá qualquer um que arriscar ler algumas páginas. Estou ansiosa em ler a continuação e não pretendo demorar tanto dessa vez ;D


" - Porque cada dia significa novas vinte e quatro horas. Cada dia quer dizer que tudo é possível de novo. Você pode aproveitar cada instante, pode morrer num instante, e tudo se resume a um dia após o outro."

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