Bakuman!







Sinopse: O Jovem escritor Takagi Akito e o igualmente jovem artista Mashiro Moritaka decidem ainda no ensino fundamental que Juntos irão ser tornar Mangakas (escritores de magás) Famosos! Sua empreitada ganha ainda mais força quando Moritaka se declara para seu primeiro amor Azuki Miho que quer ser uma Seiyuu (dubladora profissional) com a proposta que quando um dia ele fizer um mangá que ganhe o anime e ela dublar a heroína desse mangá eles irão se casar, assim a dupla adota o pseudônimo de Ashirogi Muto e começa a empreitada para chegar ao topo da Shonen Jack! (nome parodiado da Shonen Jump, uma importante revista de publicação de mangás).


Anime: Bakuman
Gênero: Slice of Life, Drama, Comédia, Romance
Autor: Tsugumi Ohba e Takeshi Obata
Estúdio: J.C Staff
Direção: Kenichi Kasai e Noriaki Akitaya



OK, esse momento eventualmente ia chegar então sentem-se crianças pois o titio aqui vai explicar como bons mangás e animes são feitos...

Bakuman é uma obra fictícia que acompanha a vida e empreitada desses jovens cheios de paixão que decidem entrar nesse mundinho dos mangás. 

A premissa parece um pouco tediosa e alguns podem até pensar que seria aquela típica obra parada que demora a se desenvolver, mas NÃO. Bakuman entrega romance, entrega empolgação, tensão, frustração e é uma metalinguagem muito bem elaborada. Afinal, se você vai fazer um mangá que fale sobre como chegar ao topo das vendas e ser um mangá de sucesso, você tem que ter no mínimo uma excelência em sua obra.
Mas, o mais interessante de Bakuman está no teor autobiográfico da obra, já cheguei a pincelar sobre isso no meu texto sobre Death Note e acho justo explicar um pouco mais a respeito nesse texto.






Mas, antes de mais nada vamos falar dos personagens.

A construção das personagens é como um todo bem elaborada. Todas as personagens com quem temos algum apego na obra tem ao menos um desenvolvimento decente, mas isso é uma característica forte do autor. Tsugumi tem uma habilidade muito grande quando se trata de tornar as personagens mais profundas, pois ele trabalha as emoções e tem um toque sutil. Não é como ele estivesse tentando empurrar goela abaixo algum apelo emocional, ele apenas as constrói de forma que as ações sejam condizentes com suas personalidades e ele não se atem apenas ao núcleo principal para tal, o que torna a obra mais atraente e acabamos nos apegando aos personagens e começamos a torcer por eles. 
É assim com Takagi Akito que possui um passado um pouco sombrio em alguns aspectos, devido a problemas familiares. A personagem se demonstra muitas vezes insegura e em dado momento até perde o controle e, quando juntamos todas as peças, vemos que a personalidade dele é bem elaborada, o que nos faz entender o motivo de ele gostar tanto de se apegar aos fatos para suprir suas inseguranças. E como ele é afetado pela opinião pública.
O Mashiro não fica atrás. Esse desejo e admiração que cresce dentro dele pela profissão de mangaka e até o fato de ele ser relutante em assumir o risco de querer se tornar autor no começo da obra, é tudo muito explicado. Tal como a teimosia persistente do Romance entre ele e a heroína, Azuki Miho, mas depois eu volto para falar dessa tortura que é esse romance. 
No fim não só eles, mas a maior parte das personagens acabam ganhando seu espaço e seu desenvolvimento e, em alguns casos, conseguimos até acompanhar o amadurecimento e crescimento dos coadjuvantes.







Também vale dizer que Bakuman é o tipo de obra que vale a pena ser revista, e isso pelo motivo muito simples de que quanto mais você gostar de animes e mangás, mais você vai entender Bakuman. 

A obra é recheada com referencias explícitas a outras obras e autores, além do enredo se tratar de um crescimento dentro da indústria e da forma que se faz mangá.
Um crescimento real que os fãs acompanharam e que ao ver a obra, podemos sentir 
como foi essa mudança nesse mundinho da perspectiva de quem fez parte direta dela.
Recheado com críticas e elogios ao sistema das grandes editoras, Bakuman sempre conseguiu entregar tensão e redenção em seus capítulos. 

Acho que um dos melhores arcos é o que precede o último arco da obra onde um autor rival decide que se ele conseguir manter a posição de primeiro lugar por 20 semanas nas pesquisas de preferência dos fãs, ele irá encerrar a própria obra (o que por contrato era impossível). 
O arco é bom pois mostra a rivalidade saudável e todos os autores que admiram o trabalho dele fazem de tudo para tirá-lo do primeiro lugar, a revista tem um crescimento enorme na qualidade por conta disso. Isso é uma alfinetada, um conselho do autor para as grandes editoras. Nesse arco, o autor está dizendo praticamente "vocês deveriam estimular a rivalidade entre seus autores e deixa-los terminar suas obras da forma que eles quiserem" e caso ninguém pegue essa mensagem nesse arco, o próximo é bem mais explícito, pois os personagens principais querem encerrar um mangá da melhor forma para a história deles e isso acaba incomodando os editores pois o mangá, no ritmo que estava, acabaria antes da estreia do Anime. Então temos uma fala fantástica de um dos editores que diz "Uma vez o antigo Editor chefe me disse que quando a empresa confronta com o ideal do autor, um verdadeiro editor é aquele que defende o Autor". Isso é talvez um tapa com luva de pelica que Ohba queria dar, apesar de ser apenas especulação. Não seria errado dizer que ele esteve em situação semelhante com Death Note e se quiserem ficar com a pulga atrás da orelha é só prestar atenção no design de personagens desse anime fictício dos autores de Bakuman e comparar com os de Death Note (qualquer semelhança é mera "coincidência").





Mas a questão é: Como um mangá sobre metalinguagens que fala sobre o dia a dia de um mangaka pode cativar tanto assim as pessoas? Isso o próprio mangá responde.
A obra deve ser interessante pois a Shonen só publica aquilo que acredita ser interessante. Se a obra tem tal qualidade, ela irá ser publicada. Caso não, foi falha do autor. Simples assim.
Bakuman não é só uma obra que critica esses processos editoriais, ele também elogia os editores, mostra essa relação praticamente de família que o editor desenvolve com o autor e mostra que o dia a a dia dentro do escritório não é nenhum sonho. 
Mas talvez a arma secreta de Bakuman esteja no desenvolvimento do casal principal.

Então voltemos ao Romance.

Mashiro Moritaka promete a sua amada Azuki Miho que fará um mangá que consiga se tornar um anime, e que ela irá dublar a personagem principal dessa obra e, quando isso acontecer, ambos vão se casar(o ponto aqui é uma criança de 15 anos falando que quer casar com a menina, mas relaxa porque eles meio que ficam uns 9 anos no stand-by). 
Miho aceita a proposta de Mashiro e impõe uma condição extra, até isso acontecer eles não devem se ver, eles só podem se incentivar por mensagens e essa condição é que gera toda a expectativa para esse relacionamento maluco! É quase que sádico da parte do autor construir esse casal dessa forma, mas também é genial, pois não fosse assim, talvez Bakuman perdesse muito de seus climax.
Você gosta do casal, logo torce por eles, e o casal só ficará junto quando as coisas derem certo pro Mashiro. Então é natural que quando eles falham em entregar algum mangá ou surge algum empecilho na carreira deles, você se frustre. Não pela dificuldade da personagem em si, mas sim pelo fato de que você é um Otako que quer MUITO ver aqueles lábios 2d se tocando, o autor te faz querer que o casal dê certo, e ele explora isso de tantas formas para alegrar e frustrar o leitor que eu acredito piamente que o Ohba é um sádico! 
Mas, a genialidade dele está em, mesmo mantendo esse distanciamento do casal principal, ele ainda entrega um romance para satisfazer um pouco os seus fãs.
Takagi, que é integrante do núcleo principal, tem uma romance bem desenvolvido e outros autores que aparecem na obra acabam roubando um pouco a cena e formando um casal.





Bakuman é um Anime nota 10? Não, não é! 
E você deve estar se perguntando o que diabos eu estou pensando em não dar um 10 para essa obra. Considerando enredo e personagens, ele tem uma nota alta, mas o Anime falta um pouco com a direção e, em alguns momentos, com a qualidade de animação. Mas é por pouco, são 75 episódios divididos em 3 temporadas e é notável que o Anime entregue tudo que se espera e com uma qualidade consistente, mas fazer isso não é digno de nota máxima.

O Anime é extremamente fiel ao mangá e claro que quando é assim ficamos agradecidos pelo diretor respeitar a obra, mas um bom diretor trabalharia melhor os ângulos de câmera e a trilha sonora. O próprio anime tem uma passagem que fala de um autor que cria conteúdo exclusivo pro anime da sua obra e um dos editores comenta: "Ele até pensou em como mostrar as cenas de forma que fiquem melhor na Tv". E é importante ter essa visão, e não é como Bakuman não fizesse isso, ele só não corresponde a o que esperamos de uma obra desse calibre e acho que principalmente em trilha sonora.

Mas como eu disse, Bakuman é o tipo de obra que vale a pena ser revista, tanto o mangá quanto o anime.

Para quem ainda não é muito aprofundado nesse universo, o anime cita várias outras obras e é uma ótima fonte de recomendações. Acho que quase todo o beabá Shonen é citado na obra, Naruto, One Piece, Dragon Ball, Bleach... Além disso, ele fala um pouco sobre os diferentes gêneros. Nesse caso o Mangá é um pouco mais didático que o anime, mas no fim, acho que todas as pessoas que assistirem o anime vão querer ao menos dar uma olhada no Manga que tem uns pontos extras de desenvolvimento.
Apesar dos pesares, acredito que o Anime acabou da melhor forma possível.
Talvez eu tenha um pontinha de tristeza por uma pequena questão no final, mas vendo como um todo é uma obra exemplar e divertida!

A nota é 8,5/10 e eu torço que para aqueles que resolvam se aventurar e ver a obra consigam se divertir e aprender com ela.

Como eu falei, quanto mais você gostar de Animes e Mangás mais você vai gostar de Bakuman. E você irá pegar inúmeras referencias e até alguns easter eggs!






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