Psicose - Robert Bloch





Sinopse: Livro que deu origem ao mais famoso filme de suspense de todos os tempos. Psicose conta a história de Marion Crane, que foge após roubar o dinheiro que foi confiado a ela depositar num banco. Ela então vai parar no Bates Motel, cujo proprietário é Norman Bates, um homem atormentado por sua mãe controladora. Belo suspense, de tirar o fôlego!

Dessa vez, venho com uma edição de um clássico relançado pela editora Darkside.

Admito ter sido dessas que chegou a ver o clássico filme e até o seriado que terminou não faz muito tempo, Bates Motel, antes de ler o livro. O que, infelizmente, me fez saber algumas peças chaves de todo o suspense que gira em torno da trama.

O livro começa bem básico, nos mostrando a vida de Norman que, apesar de já estar vivendo sua meia idade, ainda mora com sua mãe e tem momentos de sua vida que parecem girar em torno dela e seu temperamento difícil.
Exatamente por isso o vemos como um homem solitário, sem amigos e relacionamentos, que usa seus dias para cuidar do motel da família que, devido a construção de uma nova rodovia, tem bem menos movimento do que o normal.
Porém, toda sua rotina pacata que consiste em pensar em livros com assuntos bem proibidos por sua mãe, muda assim que uma jovem pede um quarto para passar a noite.



"Todos nós somos um pouco loucos de vez em quando"

Mary Crane vem carregada de uma história que nos é apresentada em alguns capítulos, com toda sua visão e decisão que muda sua vida. E provavelmente mudará a de todos ao seu redor.
Se você é o tipo de pessoa que nunca soube nada sobre a história, não se preocupe, irei poupar detalhes e spoilers. O que é importante saber é que Mary toma uma decisão que julga importante e necessária (apesar de desesperada), tudo para tentar ajudar o homem que ama.
E enquanto tenta dar um rumo a sua vida e chegar ao seu amado, Mary faz sua pequena parada no motel, e é quando começamos a entender que o temperamento da mãe de Norman vai muito além do normal.

É aí que temos a famosa cena do filme, em preto em branco, dentro de um banheiro com uma trilha sonora bem apropriada.

Porém, pulando detalhes...
O livro continua sua jornada mostrando como Norman precisa ser resposável pelas atitudes da mãe, enquanto ainda tenta manter seu controle pessoal conforme tudo começa a seguir caminhos que ele não esperava.
A cada capítulo que passa fica evidente que Norman não é um simples homem gordinho e solitário. O buraco é bem mais fundo e todos seus pensamentos se tornam um problema, ainda mais por pensar demais em sua mãe e não em si mesmo.
Sem contar que ele é claramente instável.


" Quando você começa a especular desse jeito, uma vez que reconhece que ninguém sabe como funciona a mente de outra pessoa, você tem de admitir: tudo era possível. 


Enquanto vamos conhecendo mais toda essa loucura da família Bates, alguns capítulos com a irmã de Mary e seu amado, Sam, vão preenchendo lacunas e dando um maior espaço para o suspense que é tão bem trabalhado.
Notem que o livro não é logo e a leitura é tão tranquila que o livro parece bem menor do que realmente é.
E vale dizer que, apesar de termos mais personagens que fazem a trama seguir para algum local, tudo acaba girando em torno de Norman e os limites que ele impõe a si mesmo e sua mãe. E é aquele tipo de personagem que te faz querer ignorar todos os outros para entrar mais em sua mente e tentar entender um pouco mais como as coisas chegaram ao ponto atual.

No todo, é um livro que possui suspense, horror, um pouco de romance e aquele lado policial que sempre nos questionamos por quê existe, sendo que outros personagens acabam sendo mais espertos que as autoridades em si.
O livro todo é bem dosado, não abrindo espaço para absurdos que nos fazem ficar sem acreditar nas situações. Os segredos vão sendo revelados aos poucos, não deixando tudo apenas para o final. Ou seja, não espere um tipo de terror totalmente absurdo que irá fazer sua alma sair de dentro de seu corpo e seu coração acelerar. É um clássico que tem todo um estilo próprio, com toda uma trama brilhante que merece ser lido pelo maior número de pessoas, sim.
Recomendo tranquilamente =D



"Mas o que jazia no caixão não estava verdadeiramente morto. Não mais. O menino mau é que estava morto, e era assim que deveria ser." 


Curiosidade: Robert Albert Bloch (1917 – 1994) foi um conceituado escritor e roteirista norte-americano, conhecido como um autor prolífico no gênero da ficção científica. Robert Bloch foi por diversas vezes agraciado, tendo recebido um Prêmio Hugo, um Bram Stoker Award e um World Fantasy Award. Chegou a ser presidente, de 1970 a 1971, da Mistery Writers of America e foi membro da Science Fiction and Fantasy Writers of America. Teve como mentor H.P. Lovecraft, um dos mestres das histórias de horror e mistério, grande incentivador do trabalho de Bloch, com quem chegou a trocar cartas, além de ter sido um dos mais jovens membros do Lovecraft Circle, círculo de amigos do escritor. Seu romance de horror mais conhecido foi Psicose (1959), tendo sua obra adaptada para o cinema pelo aclamado cineasta Alfred Hitchcock, a partir de um argumento escrito pelo próprio escritor. Em 23 de setembro de 1994, aos 77 anos, Robert Bloch, faleceu em decorrência de um câncer. 
(Retirada do site BlahCultural)

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