Battle Royale - Koushun Takami






Sinopse: Battle Royale é um thriller de alta octanagem sobre violência juvenil em um mundo distópico, além de ser um dos best-sellers japoneses e mais polêmico entre os romances. Como parte de um programa implacável pelo governo totalitário, os alunos do nono ano são levados para uma pequena ilha isolada e recebem um mapa, comida e várias armas. Forçados a usarem coleiras especiais, que explodem quando eles quebram uma regra, eles devem lutar entre si por três dias até que apenas um "vencedor" sobreviva. O jogo de eliminação se torna a principal atração televisiva de reality shows. Esse clássico japonês é uma alegoria potente do que significa ser jovem e sobreviver no mundo de hoje. O primeiro romance do jornalista Koushun Takami, tornou-se um filme ainda mais notório pelo diretor de 70 anos de idade, Kinji Fukusaku.



Já fazia muuuuito tempo que queria ler esse livro e tive que esperar meu pai o ler em alguns dias para eu entender que já estava mais do que na hora de me aventurar em suas páginas.
Battle Royale foi o único livro escrito pelo autor e se tornou bem famoso no Japão, ganhando um Live Action, anime e mangá.

O livro havia chegado à final do Japan Grand Prix Horror Novel, um famoso concurso literário de ficção de terror, mas gerou tantas controvérsias que acabou não seguindo em frente. Com um tema um tanto quanto "complicado" e apesar de usar o Estado Japones como grande vilão, o livro ainda vendeu mais de 1 milhão de exemplares por lá.



"Vivemos sob um regime fascista bem-sucedido. Em que outra parte do mundo há algo tão malévolo?
Ele tinha razão, o país era louco. Não apenas naquele jogo absurdo: qualquer um que mostrasse o menor sinal de resistência ao governo era eliminado na hora. O sistema não perdoava nem mesmo os inocentes. Por isso, todos continuavam intimidados pela sombra do governo, obedecendo totalmente às suas políticas, e viviam tendo como consolo somente as pequenas facilidades da vida diária. "


Vamos ao que importa.
Depois de muitas comparações e citações de um plágio por parte da grande saga de Jogos Vorazes, eu tinha que entender do que todo o bafafá se tratava.
O enredo se passa quando o Japão se tornou uma nação mais fechada e extrema, conhecida como República da Grande Ásia Oriental. Assim como em Jogos Vorazes, para mostrar seu poder sobre a nação, o governo criou o jogo chamado Batte Royale.

A ideia é realizar o jogo em um prazo de, no máximo dois anos, escolhendo alguma turma do nono ano de uma escola aleatória e os deixar em um local pré determinado, para todos acabarem lutando entre si até que reste apenas um estudante vivo.
(Lembrando que esse livro foi publicado em 1999, por isso Suzanne Collins acabou ouvindo muito sobre plágio.)

                                        "Amigos surgem em sua vida e dela desaparecem"



Vale dizer que a ideia de base realmente é bem parecida, mas particularmente, sinto que o livro de quase 700 páginas difere um tanto da saga de Jogos Vorazes.

De toda forma, temos nosso protagonista, Shuya Nanahara em uma viagem de escola com outros 41 estudantes. É bem fácil de notar que a maioria conviveu junto por muitos anos, tirando alguns poucos alunos novos que ainda parecem perdidos e nada entrosados.

Depois da liberação de um gás dentro do ônibus da excursão, todos os alunos acabam acordando em uma sala de aula com um membro do governo explicando o que acontecerá de agora em diante e como a vida deles já não pertence a eles, e sim ao governo. 


- (...) Amar alguém requer sempre que você não ame outros. 


É aí que as coisas começam a ficar intensas.

Não querendo comparar e dizer qual das sagas é melhor, apenas direi que Battle Royale foca muito no jogo em si, em como todos lutam por sobrevivência e como é difícil confiar na pessoa ao seu lado...enquanto Jogos Vorazes tem um lado mais político, onde a mídia é a principal ferramenta de combate (ou manipulação) após o primeiro jogo. 

De toda forma, o que vale dizer sobre Battle Royale é que nas muitas páginas, o autor se prende em nos descrever bem os momentos, nos dando informações suficientes sobre cada um dos estudantes que, além de seu nome citado, sempre vem seguido do seu número na lista de chamada da escola.
Admito que a princípio foi um pouco difícil decorar todos os nomes. Mas, com o tempo e "convivência", alguns nomes vão sendo facilmente memorizados.

Conforme somos apresentados a um pequeno resumo de vida de cada um, com suas vontades e desejos, o autor nos guia durante os momentos de sobrevivência e nos descreve muito bem o fim dos personagens ou como eles se entregam ao jogo e acabam tendo que eliminar algum colega, por medo, auto defesa ou puro prazer.

"Não se preocupe com coisas que não dependem de você. Faça o que está a seu alcance mesmo que as probabilidades de sucesso sejam inferiores a um por cento" 


Acho que a parte interessante é notar como os alunos pensam diferente ao mesmo tempo que todos, sem exceção, querem sobreviver. Alguns se entregam facilmente a posição de vítima, outros aceitam lutar enquanto alguns poucos claramente querem matar o maior número de colegas possíveis. 
E, são nesses momentos em que somos surpreendidos. Acho que o livro se torna bem fácil de ler e de ter nossa atenção com essas reviravoltas inesperadas, quando nenhuma personalidade define caráter. 


“E não se tratava simplesmente de serem mortos: os estudantes deviam matar uns aos outros até que restasse uma única cadeira. Sim, esse era o pior jogo da dança das cadeiras de toda a história.” 


Podemos considerar como um livro Young Adult, sim, devido a muitos fatores que criam toda uma trama de envolvimento entre adolescentes. Mas, não podemos negar o quanto algumas coisas são pesadas, frias e até cruéis demais. Ainda acho que é um ponto alto, mas nem todo mundo pode se sentir confortável o suficiente para ler tais situações. 
Ainda mais porque, diferente de Jogos Vorazes, a ideia é que a maioria dos estudantes são amigos, colegas ou tem algum tipo de ligação maior com as pessoas que terão que matar em algum momento, caso queiram sair vivos. 

É aí que entra toda aquela luta interna e psicológica, que mais atrapalha do que ajuda. 



“Mentiras são necessárias para o mundo continuar a girar de forma harmoniosa. São coisas inevitáveis.”



No todo, o livro tem um final muito bom, com uma reviravolta interessante, saindo de todo um clichê que poderíamos esperar e que teria me deixado um pouco decepcionada. 
Ler cada página sem fazer ideia em quem confiar ou o que esperar é o que faz das 700 páginas algo tão incrível de se ler.

Para fãs de Jogos Vorazes, recomendo que abram a mente e, caso ainda não tenham lido, arrisquem avaliar essa história. Sem dúvida não será tempo perdido e apesar das diferenças gritantes, a experiência não deixa de ser muito interessante também.  



"Nesse momento, ela já estava morta. Na verdade, ela já tinha morrido fazia muito tempo. Fisicamente foi alguns segundos antes, mas psicologicamente terminara havia muitos anos."



Comentários

  1. Olá.
    Eu nunca li o livro mas vi o filme pela primeira vez há quase 10 anos e se tornou um dos meus favoritos desde então. Não sei pq ainda não peguei pra ler, tenho certeza que vou adorar. rs Mas não sei pq, tenho a impressão de que o livro é ainda mais pesado.
    Vc já viu o filme? Super recomendo! Bjss

    http://www.cafeidilico.com

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    Respostas
    1. Olá Eduarda, tudo bom?
      Eu ainda não vi, mas está em meus planos. Mesmo!
      Eu esperava algo um tanto mais pesado ao ler, admito. Mas, preciso ver o filme para ter uma base.
      De toda forma, se tiver um tempo e disposição, tenta ler, sim =D
      Obrigada pelo comentário e volte sempre <3

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