O Lar das Crianças Peculiares (2016)





Sinopse: Quando seu querido avô deixa para Jake pistas sobre um mistério que se estende por diferentes mundos e tempos, ele encontra um lugar mágico conhecido como O Lar das Crianças Peculiares. Mas o mistério e o perigo se aprofundam quando ele começa a conhecer os moradores e aprende sobre seus poderes especiais… e seus poderosos inimigos.


Quando o diretor Tim Burton foi anunciado como responsável por dirigir a adaptação do livro O Orfanato da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares ( caso queira conferir nossa resenha do primeiro livro, só clicar AQUI ), admito que fiquei bem empolgada. O diretor sempre tem aquele ótimo dedo para acertar nos climas sombrios de cenários e dar aquela pitada perfeita de fantasia para a maioria dos filmes que faz. Porém, esse foi um daqueles filmes em que eu esperava que muita coisa não tivesse sido tão fantasiosa e cheia de clichês, fiquei desejando que o roteiro fosse mais como o livro e, infelizmente, saí apenas com desejos não realizados hehe.

Asa fofo Butterfield interpreta Jake, um neto dedicado a cuidar de seu avô, que se vê bem perdido e com problemas psicológicos depois que o encontra morto e é deixado com informações de impacto, que despertam sua curiosidade e apenas o impulsionam a saber mais sobre o passado do avô. Com a companhia de seu pai (Chris O’Dowd), os dois acabam indo parar no País de Gales, em uma pequena ilha que aparenta ser como qualquer ilha isolada, até que Jake segue seus instintos e se vê em um mundo totalmente novo.



Já no começo do filme acabamos notando algumas mudanças em comparação ao o livro, mas nada absurdo. Tim Burton segue o clima sombrio, evidenciando a visão do garoto e tudo o que só ele acaba vendo. Porém, apesar do clichê de um personagem que não aparenta ter muitos amigos, assim que ele pisa na ilha, informações são jogados de todos os lados, em uma correria para tentarmos entender quem é quem, quem faz o quê e como todas aquelas crianças peculiares parecem ter se reunido em uma casa segura, comandada pela Srta. Peregrine (Eva Green).




Notem que apesar de informações serem jogadas rapidamente, o filme acaba tendo um ritmo lento, o que gera aquela ansiedade por algo mais, um caminho para todas aquelas crianças e o fato do garoto estar lá. Evitarei spoilers, claro, mas apesar de ficar evidente que o avô tinha contado muitas verdades sobre seu passado, a correria e lentidão misturadas acabam deixando tudo um pouco...morno.




O que não é de todo ruim se tivesse tido um desenvolvimento bom e com um final melhor ainda. O que, para mim, não acontece. A partir do meio do filme, quando a tensão é evidente e decisões precisam ser tomadas, tudo acaba decaindo muito. Prometo ter tentado ignorar o que eu sabia do livro e o que fizeram com o filme a partir de certo momento, mas é difícil. E por mais que ignore, fica evidente que o filme acabou tomando um rumo muito mais cômico que o necessário, onde a trilha sonora deixou cenas que eram para ser importantes, terem um clima muito mais infantil que o esperado.




O roteiro ficou na mão de Jane Goldman, e alguma coisa deu muito errada na ideia que tentaram passar. Até o próprio vilão (Samuel L. Jackson) se torna tão caricato e cheio de piadas, que todo o clima sombrio que o filme poderia ter seguido, dando mais valor a todo o cuidado que a Srta. Peregrine veio tendo por anos e anos....some. Nada parece ter consistência, e podemos incluir nisso a atuação da maioria do elenco mais jovem que tem um destaque um pouco maior. Jake e Emma (Ella Purnell) acabam seguindo juntos devido ao passado do avô do garoto e um clima romântico acaba sendo imposto muito rapidamente entre os dois, o que me incomodou um pouco. Porém, isso se perde em meio a tanta coisa =D




O filme se torna um enredo de fantasia, com doses de comédia, aventura, músicas que tentam ser atuais em momentos errados e vira muito do mesmo. Digo na minha humilde opinião que se o mesmo tivesse seguido muito mais do livro do que em tentativas de conquistar um público mais amplo, talvez o resultado tivesse sido muito melhor. O final do filme se torna algo que deixa muita coisa em aberto, sem tantas explicações quanto o esperado e com aquela pitada de filme que pode terminar ali mesmo, caso não venha a ter continuações como a trilogia já lançada dos livros.




Então, se espera um filme com uma história base interessante, que te prende no começo enquanto você vai tentando juntar as informações que são jogadas em você e depois acaba indo por um caminho não tão esperado, acho que vale arriscar. Ainda mais porque a produção é excelente e os efeitos estão perfeitos. Uma experiência que, apesar de tudo, vale a pena conferir com tudo isso em mente =D

Caso queira conferir o trailer do filme, apenas clicar AQUI



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