Silêncio - Richelle Mead



Sinopse: Um romance de fantasia e aventura da mesma autora de Vampire Academy.
Pelo que Fei se lembra, nunca houve um ruído em seu vilarejo — todos são surdos. Na montanha, ou se trabalha nas minas ou na escola, e as castas devem ser respeitadas. Quando algumas pessoas começam também a perder a visão, inclusive a irmã de Fei, ela se vê obrigada a agir e a desrespeitar algumas leis.
O que ninguém sabe é que, de repente, ela ganha um aliado: o som, e ele se torna sua principal arma. Ao seu lado, segue também um belo e revolucionário minerador, um amigo de infância há muito afastado em função do sistema de castas.
Os dois embarcam em uma jornada grandiosa, deixando a montanha para chegar ao vale de Beiguo, onde uma surpreendente verdade mudará
suas vidas para sempre. Fei não demora a entender quem é o verdadeiro inimigo, e descobre que não se pode controlar o coração.

Você pode ouvir ao som de: Warrior

Ah! Richelle Mead. Tenho apenas amor por essa autora e, dessa vez, ela nos presenteia com um livro que, para mim, fou super interessante. Fugindo um pouco dos padrões de histórias sobrenaturais a autora nos leva para um tempo incerto, onde temos poucas informações sobre o povo do vilarejo, apesar de ficar bem claro que todos são surdos e se comunicam por sinais. O desenrolar da história nos mostra como o povo é bem dividido com suas tarefas, deixando cada dia se transformar em algo harmonioso. Ao menos é isso o que Fei, a personagem principal, pensa.


E o grito de dor ou de raiva... Bem, esse é inteiramente diferente. Ele vem de um lugar mais obscuro, das profundezas da nossa alma, e, quando gritamos nesses momentos em que estamos tristes ou com muita raiva, existe uma contatação terrível que acompanha esse ato: a de que estamos dando voz a uma emoção que é simplesmente grande demais para caber no nosso coração.  

Ela e a irmã fazem parte de aprendizes de artistas, tendo uma vida com um pouco mais de regalias que outras pessoas. E as duas se dedicam muito bem ao trabalho que puderam ter logo depois que perderem os dois pais. O vilarejo inteiro trabalha, os mineradores conseguem a parcela de minérios à enviar para o povo abaixo da montanha onde vivem e, em troca, eles recebem comida. Como vivem em um lugar onde não conseguem plantar nada ou ter animais para conseguir criar um sustento, o vilarejo inteiro depende do trabalho e da troca que vem por cabos até onde vivem.Mas, como toda boa história, as coisas começam a ficar estranhas quando mais e mais pessoas começam a perder a visão, e Fei entende que esse problema está muito mais próximo dela do que ela esperava. Tudo piora assim que a comida começa a ficar mais e mais escassa.

É por isso que as coisas nunca mudam (...) Todos ficam apegados à maneira como as coisas sempre foram, e essa maneira está nos matando. Se vamos morrer de uma forma ou de outra, quero rumar para a morte me esforçando para ter feito alguma diferença: tentando salvar a mim mesmo e aos outros. Somente viver um dia depois do outro já não basta. Tem que haver algo mais nesta vida, algo mais que se possa esperar. 

O livro tem um ritmo bem como a vida de Fei : calmo, incerto em alguns momentos, duvidoso, até ela entender que sair da rotina e da zona de conforto é a única maneira de tentar achar uma solução para o problema. E somos apresentados a Li Wei, seu amigo de infância, que é peça importante nesse novo caminho que Fei decide tomar. Os dois acabam entrando em um novo mundo, onde as pessoas e atitudes são mais perigosas do que parecem, e notam que o mundo em que viviam não era nada além de mentira. É preciso entender que o ritmo não é de tirar o fôlego a todo momento. A história é interessante, a maneira como a mente deles vai mudando conforme mais peças do quebra cabeça são descobertas, nos faz pensar em como somos ensinados a acreditar em muitas coisas sem questionar. Acho que a boa dose de mitologia acaba surgindo mais para o final e o livro acaba tendo uma conclusão muito, muito boa. Talvez o ápice inteiro do livro tenha acontecido rápido demais, mas em nenhum momento o livro deixa a desejar. É necessário apenas entrar no ritmo do mundo apresentado.
Tem que se casar com alguém que a ame. A ponto de ser capaz de mudar o mundo por sua causa. 

Richelle nos apresenta uma história sobre valores, respeito, humanidade e sobrevivência. Recomendo, facilmente!

A perfeição é uma meta admirável, Fei (...) Mas saber a hora de parar é igualmente importante. 

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