Outro Dia - David Levithan



Sinopse: Neste companheiro cativante para seu best-seller do New York Times Todo Dia, David Levithan (co-autor de Will Grayson, Will Grayson com John Green) conta a história pela visão de Rhiannon enquanto ela procura descobrir a verdade sobre o amor e como ele pode mudar você .
Todos os dias são iguais para Rhiannon. Ela aceitou sua vida, convenceu-se de que ela merece um namorado temperamental e distante, Justin, e até estabeleceu algumas regras para manter seu relacionamento: Não seja muito carente. Evite irritá-lo. Nunca ter muita esperança.
Até a manhã em que tudo muda. Justin parece vê-la, querer estar com ela pela primeira vez, e eles compartilham um dia perfeito – um dia perfeito do qual Justin não se lembra na manhã seguinte. Confuso, deprimido e desesperado por mais um dia tão bom como aquele, Rhiannon começa a questionar tudo. Então, um dia, um estranho diz a ela que o Justin com quem ela passou aquele dia, que fez com que ela se sentisse como uma pessoa real. . . Não era o Justin.”

Ler ao som de: Already Home - A Great Big World

Vamos lá. Sabe quando você tem um livro que ama muito e então, uma continuação aparece? Eu amei a ideia a princípio e depois fiquei tensa. Uma história com aquela teve uma conclusão apesar do final me dar um gostinho de quero mais. Aí, entendi que seria a mesma história vista pelo ponto de outra personagem, Rhiannon. Ótimo. Parecia interessante.

" Não faço ideia de que horas são, nem de que dia é hoje. Não tenho nada além do agora. Nada além do aqui. E isso é mais do que suficiente."

E foi! O livro nos apresenta o mesmo universo que o primeiro, com todas as coisas que me fizeram ficar totalmente presa às páginas. E, ao mesmo tempo, senti que lia algo novo pois via coisas que não havia pensado da primeira vez.
Somos apresentados à toda a história de amor mas a pegamos bem do início, de como A entrou na vida de Rhiannon por aquele simples dia em que foi seu namorado por algumas horas e quis dar um dia melhor para ela, ser melhor para ela e por ela. Algo pequeno assim não deveria ter uma reviravolta tão grande, mas quando se fala de amor, não é tão simples.

"Estou de volta ao dia que estava tendo. Talvez ficar sozinha signifique isso: descobrir como seu mundo é minúsculo, e não saber como ir a qualquer outro lugar."

E não ser tão simples é uma das coisas boas no livro. A fazia a ideia de ser uma pessoa diferente a cada dia parecer aceitável, afinal, o amor tem que ser maior. É necessário ver a pessoa que se tem dentro e a amar, lembrando de quem ela é e não o que os olhos mostram. Poderia ser fácil se Rhiannon tivesse nascido da mesma maneira que A, acordando cada dia em um corpo e não crescido com uma vida estável, as mesmas pessoas, gostos, vontades e um namorado. Porque sim, ela ama Justin.

"Eu sabia que não ia colocar em prática a ideia. Mas também sabia que poderia. Eu acalentava a ideia de que seria capaz.
Quando pensamos em estar em busca da morte, quase sempre estamos, na verdade, em busca do amor."

O garoto é péssimo. O livro nos mostra muito mais dele, como ele se prende nas coisas ruins e deixa que aquilo determine seu dia e o dela. Justin não é um garoto feliz. Ele está cansado com o mundo, cansado de ter que ser quem é e faz Rhiannon ter que o amar e o aceitar do jeito que ele quer, como quer.
O que me deixava angustiada durante o livro era o jeito dela, como ela o amava a ponto de querer deixar passar tudo de ruim, ter que andar em ovos e tomar cuidado com cada coisa dita, cada mão segurada. O jeito que ela aceitava viver o relacionamento não era em nada saudável mas era o que Rhiannon tinha. E mudanças nem sempre são fáceis.

"Quase sempre, amar parece ser uma tentativa de descobrir o que a outra pessoa deseja e dar isso a ela. Algumas vezes, é impossível. Mas outras vezes é muito simples."

Não quero dar spoilers, de maneira alguma. Mas, preciso dizer que o livro te faz seguir com Rhiannon, desde a loucura de ouvir uma pessoa aleatória falar que é a mesma do dia anterior, como ela tenta começar a aceitar um amor diferente, a lutar por isso, a tentar manter o que sempre teve ao mesmo tempo que quer se abrir a algo melhor, mesmo que instável. O livro é cheio de altos e baixos de sentimentos. Se você leu Todo Dia e, assim como eu, conseguiu sentir raiva da Rhiannon em algum momento por desistir, tentar de menos, tentar demais...esse livro vai te mostrar o quanto é importante entender que tudo tem dois lados. O que é fácil para você não será em nada fácil para a outra pessoa. A ideia de amor nem sempre é tão simples quanto esperamos ou tentamos fazer ser. E algumas pequenas coisas tem um peso absurdamente bom.

"- Não acho que nada permaneça - diz ele.- Para o bem ou para o mal. Por isso acho que o importante é não se prende a essa preocupação e, em vez disso, desfrutar a coisa ou o momento pelo tempo em que estiver no presente."

Eu acho que o livro é um complemento perfeito ao livro anterior. E, diferente do final de Todo Dia, Levithan consegue finalizar bem a situação para a personagem.

"É aqui que acaba. É aqui que começa. Cada momento. Todo dia."

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