Os Dois Mundos de Astrid Jones – A. S. King



A autora é conhecida por seus romances premiados para jovens, embora também escreva para adultos. Seus prestigiados livros Glory O’Brien’s History of the Future e Reality Boy foram vencedores do Los Angeles Times Book Prize de 2012. Ask the Passengers e Everybody Sees the Ants integraram a lista da ALA Top Ten Book for Young Adults de 2012 e do Andre Norton Award; com Please Ignore Vera Dietz, ela ganhou o Edgar Allan Poe Award e o Michael L. Printz Honor Book de 2011. É também autora de Dust of 100 Dogs e do livro de contos premiado, Monica Never Shuts Up. Depois de mais de uma década morando na Irlanda, período em que se dividiu entre a restauração de sua fazenda, a alfabetização de adultos, e a escrita de romances, ela voltou para os Estados Unidos em 2004, e hoje mora com o marido e filhos na Pensilvânia. A autora A.S King informou em seu twitter que a editora Autêntica comprou os direitos de publicações de alguns de seus livros, sendo eles: Everybody Sees the Ants, Reality Boy e Glory O’Brien’s History of the Future;
Os Dois Mundos de Astrid Jones – “O movimento é impossível.” É o que Astrid Jones, 17 anos, aprendeu na sua aula de filosofia. E, vivendo na pequena cidade em que mora, ela começa a acreditar que isso é mesmo verdade. São sempre as mesmas pessoas, as mesmas fofocas, a mesma visão de mundo limitada, como se estivessem todos presos em uma caverna, nunca enxergando nada além.
“ O legal sobre os passageiros é que eles não podem dizer nada de volta. Não posso ver nenhum rosto cheio de decepção. Não posso ouvi-los dizendo coisas ruins sobre mim. Não posso ouvi-los me julgando por não querer dar sem receber, bem no Dia de Ação de Graças. Enfim, não é que eu queira meu amor de volta. Só estou desacelerando as coisas. Eles podem ter um pouco. Posso dizer “eu te amo!” quando vir um avião. Provavelmente sempre direi, mas não podem ter todo meu amor. Tenho muitos usos para ele agora.”

Nesse ambiente, ela não tem com quem desabafar suas angústias, e por isso deita-se em seu jardim, olha os aviões no céu, e expõe suas dúvidas mais secretas aos passageiros, já que eles nunca irão julgá-la. Em seu conflito solitário, ela se vê dividida entre dois mundos: um em que é livre para ser quem é de verdade e dar vazão ao que vai em seu íntimo, e outro em que precisa se enquadrar desconfortavelmente em convenções sociais.
“E eu não me importo se essas pessoas não me amam de volta. Isso não é para ser recíproco. É uma entrega. Porque se eu entregar tudo, então ninguém vai poder me controlar. Porque se eu entregar tudo, estarei livre. “
Em um retrato original de uma garota que luta para se libertar de definições ultrapassadas, este livro leva os leitores a questionarem tudo e oferece esperança para aqueles que nunca deixarão de buscar o significado do amor verdadeiro.
” Talvez se você pegar este amor, pode mantê-lo em segurança?…Talvez alguém aí embaixo saíba o que fazer com isso enquanto eu recebo lavagem cerebral de gente que me odeia?
(…)Não se preocupe. Vou mantê-lo em segurança. Seja forte”


Com uma narrativa tranquila, onde vemos uma adolescente lidando com todas as dúvidas que muitos passam nessa fase da vida, é impossível não achar algum momento ou detalhe que nos faça identificar com Astrid. O livro ganha uma notoriedade muito boa ao ter pequenas “participações” dos passageiros nos aviões, cada um em um momento específico, lidando com amor, vida, trabalho e se conectando, de alguma maneira, com a vida e o amor passado pela Astrid.
“Eu só espero que por enquanto vocês se lembrem que não há lugar para ódio numa vida feliz. Não me importam quem sejam, de onde vem ou em que Deus acreditam. Posso garantir que se vocês odiarem, nunca vão conquistar a verdadeira felicidade.”
Sem dúvida, um livro importante de ser lido e conhecido, seguindo a linha de livros com temas homoafetivos que vem sendo mais comum e introduzido na lista de livros juvenis, assim como o autor David Levithan sempre faz em seus livros.
“Cara, o que importa é se você está feliz. O que importa é seu futuro. O que importa é sairmos daqui inteiros. O que importa é encontrar a verdade sobre nossas próprias vidas, não se importar sobre o que as pessoas pensam que é verdade para nós!”

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