Amante Liberto || J. R. Ward
Sinopse: Nas sombras da noite em Caldwell, Nova York, a guerra explode entre vampiros e seus assassinos. Há uma Irmandade secreta, sem igual, formada por seis guerreiros vampiros, defensores de sua raça. O coração gelado de um predador será aquecido mesmo contra a sua vontade...
Destemido e brilhante, Vishous, filho de Bloodletter, possui uma maldição destrutiva e a capacidade assustadora de prever o futuro. Criado no campo de guerra de seu pai, ele sofreu maus tratos e abusos físicos e psicológicos. Membro da Irmandade, ele não se interessa por amor nem emoção, apenas pela batalha com a Sociedade Redutora.
Mas quando uma lesão mortal faz com que fique sob os cuidados de uma cirurgiã humana, a Dra. Jane Whitcomb, ele é levado a revelar a dor que esconde e a experimentar o verdadeiro prazer de pela primeira vez... Até que o destino, que V. não escolheu, o leva para um futuro do qual Jane não faz parte.
Se tem um mundinho que não tenho conseguido largar, é o da Irmandade da Adaga Negra! Sua Darth Nyx aqui realizou mais uma leitur: Amante Liberto, história de um dos irmãos mais sofridos da trama: Vishous (ou apenas V). A história é um pouco mais morna, mas não menos importante!
Lembrando que, apesar de não ter spoilers já que cada livro é focado em um casal, se você não quer saber nada de nada, melhor dar uma pausinha e ir conhecer o primeiro: Amante Sombrio! Nesse volume, teremos um pouco mais sobre o livro anterior (Amante Revelado), e vou deixar o máximo dentro da “spoiler free zone”.
Vishous sofreu durante toda a infância, juventude pré-transição e pós-transição para se tornar um vampiro. Ter crescido no acampamento de guerreiros no Velho Mundo e ser filho do impiedoso Bloodletter, não o ajudou em nada. Ele era tratado tão mal quanto qualquer um no ambiente impiedoso e era visto como um pária por não ser adepto das violências tidas como naturais. Apesar de tudo isso, seu consolo eram os diários de um guerreiro que sobreviveu ali e se recusou a deixar sua mente ser destruída pela maldade gratuita do ambiente hostil.
As marcas que ele traz consigo, físicas e mentais, são irrevogáveis. Tudo o tornou mais vazio e distante até a chegada de Butch, o policial que se tornou parte da irmandade. Ele era mais do que apenas um amigo ou novo companheiro de guerra: era parte do seu coração, um pequeno bálsamo para sua alma mas que, ao mesmo tempo, se tornou seu tormento, já que trouxe sentimentos conflituosos à superfície. Estaria Vishous apaixonado por ele? O que isso diria sobre si e qual o peso que causaria em sua amizade?
Enquanto sabe que o amigo está feliz com sua amada Marissa, ele sente que lhe falta um pedaço que seria completo apenas com Butch. Com todos os questionamentos, sua mente se torna um completo caos, quase como que uma nova prisão de tortura e isso faz com que V acabe lançando-se em uma jornada de autodestruição que o coloca de cara com sua mortalidade. A sua salvação? Uma médica humana que jamais imaginou que um plantão qualquer traria mais complicações do que o esperado.
Jane não teria como sonhar com o tamanho do problema que a esperava quando começou a operar o desconhecido. Ele, além de ter tatuagens misteriosas e cicatrizes aterrorizantes por todo o corpo, possui uma anatomia bem fora do comum para um humano qualquer. Desde o coração que parece ter mais saídas até o sangue de identificação desconhecida, tudo nele grita “sobrenatural”.
A narrativa desenvolve uma aproximação proibida, visto que ela é uma humana e ele não é só um simples vampiro. Sendo prometido a função de protetor do futuro da raça dos guerreiros, Vishous é considerado um “semi-deus”. Essa situação cria um desafio ainda maior para o interesse mútuo de Vishous e Jane, pois é uma ofensa contra a deusa Virgem Escriba, mãe de todos vampiros e, especialmente, mãe dele próprio.
O livro possui uma trama que, apesar de desenvolvida em detalhes, me soou rápida demais. Ward, em sua sede de lançar um volume para cada irmão sem deixar de abrir destaque para outros ramos da história, aplicou neste um ritmo fora do normal e com pouco desenvolvimento do casal principal. Ao meu ver, Vishous é um personagem de história complexa e exigia-se um maior desenvolvimento.
De todos que li até agora, este foi um dos que mais me deixou um gosto amargo. Para entender o rancor e as motivações de Vishous para suas decisões, merecíamos mais páginas dedicadas a ele, já que lemos sobre sentimentos emaranhados e seu passado, tendo em mãos um personagem complexo, denso e profundo demais.
Além disso, acompanhamos um pouco sobre Jane, que parece mudar de ideia instantaneamente e escolhe deixar sua vida humana para viver no mundo das sombras com V. Esse detalhe a fez parecer, por vezes, como que enfeitiçada, e isso não combina com a primeira visão que temos da personagem. Também perde-se um gancho importante lançado nas primeiras páginas (que vou deixar aos interessados na leitura descobrirem, é algo bem interessante!).
Sigo para a leitura do próximo um pouco chateada com a falta de desenvolvimento oferecida ao personagem, mas com uma pontinha de esperança de que mais explicações podem vir adiante. Afinal, com 22 livros lançados, a série com certeza mostrará mais sobre eles e seus conflitos!





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