Not Dead Yet || 2023-2024
Lições divertidas de uma vida que não é ideal, mas ainda está longe de acabar...
Olá, amores! Mila aqui e irei falar sobre a série Not Dead Yet (Não Estou Morta), que é baseada no livro Confessions of a Forty-Something F**k Up, escrito pela autora Alexandra Potter. Já a série foi criada por David Windsor e Casey Johnson, roteiristas conhecidos por trabalhos em séries de comédia e drama. Não tive a chance de ler o livro, mas poder conferir a série foi uma ótima experiência e irei dividir com vocês!
Not Dead Yet parte de uma premissa curiosa: Nell Serrano (a incrível e maravilhosa Gina Rodriguez), solteira, praticamente falida e em crise de identidade, volta aos Estados Unidos depois de passar um tempo no exterior, vivendo um relacionamento. E ao retornar para a sua vida, ela aceita voltar ao seu antigo emprego só que, agora, como redatora de obituários. A partir daí, sua vida vira uma mistura de humor, reflexão, pequenas tragédias diárias e momentos sobrenaturais já que Nell começa a ver fantasmas das pessoas que precisa escrever obituários. Para melhorar a situação, essas “visitas” ajudam com conselhos indiretos, a fazendo enfrentar seus próprios erros e aumentar suas esperanças. É uma comédia leve com pitadas de fantasia, e o tipo de série que parece feita pra assistir descansando e com algo ao fundo que parece te cutucar o tempo todo.
A série oscila entre momentos muito bons e outros mais desajeitados. Gina Rodriguez lidera o elenco com simpatia e entrega: sua Nell é alguém frágil, mas que tenta se recompor sem fingir perfeição, o que ajuda bastante para rolar aquela famosa identificação. Os amigos, colegas de trabalho e até os fantasmas convidados, proporcionam cenas divertidas, especialmente quando o enredo usa bem o humor de escritório, a comparação entre vida real, expectativas e os dilemas pessoais de Nell.
E a fórmula é ótima e divertida, mas... às vezes esses episódios “fantasmas do dia” soam repetitivos, como se o modelo se fixasse demais na ideia: “Nell vê um morto, aprende algo, tenta consertar, não consegue totalmente, vai pro próximo fantasma”. Há episódios mais memoráveis, claro, com bons momentos de vulnerabilidade, mas falta algo a mais na narrativa para tornar o conjunto mais arrebatador.
O tom sobrenatural é usado de modo suave: não é terror nem mistério pesado, mas uma ferramenta para amplificar emoções. Isso deixa o clima agradável, embora nem sempre surpreendente. Em certos momentos, a série não aproveita todo o potencial de seus temas: perda, culpa, recomeço, expectativas frustradas. Há potencial para explorar mais intimamente o passado de Nell, seus relacionamentos passados, suas feridas, mas isso nem sempre acontece com profundidade porque a série preza pela comédia do dia a dia. O que não é de todo ruim, ainda mais quando abre espaço para conhecermos um elenco incrível que traz outras questões importantes.
Gina Rodriguez divide a cena com nomes como Hannah Simone, que interpreta a colega de trabalho Sam, trazendo carisma e um contraponto equilibrado à excentricidade da protagonista.
Lauren Ash, que dá vida à durona, mas inesperadamente divertida Lexi, dona do jornal em que Nell trabalha, é responsável por alguns dos momentos mais engraçados e surreais da trama.
Angela Gibbs, no papel de Cricket, a amiga confidente, acrescenta calor humano e emoção em meio ao humor ácido.
Também temos Edward (Rick Glassman), o roommate de Nell, e Dennis(Josh Banday), seu colega de redação. Edward é excêntrico e metódico, com hábitos que beiram a obsessão e um estilo de vida completamente diferente do de Nell. A convivência entre eles gera situações engraçadas, mas também momentos inesperados de afeto e cumplicidade, mostrando como pessoas opostas podem se equilibrar. Já Dennis, é o amigo de bom coração que oferece a Nell tanto apoio quanto ironia. Seu humor sagaz e sua presença constante no jornal, trazem outros tipos de questionamentos e ele se torna aquele ponto de união interessante entre as personagens dentro do jornal.
Esses personagens, cada um à sua maneira, ampliam o alcance da série ao mostrar diferentes formas de lidar com frustrações e recomeços, funcionando não apenas como apoio cômico, mas como reflexos das próprias inseguranças e desejos de Nell. Esse equilíbrio entre a protagonista e o elenco de apoio evita que a série caia na monotonia e reforça seu espírito de comédia dramática com toques de humanidade.
Sobre o final: temos um encerramento relativamente satisfatório dentro do que a série propôs. Mas, por ter sido cancelada, não posso dizer que todos os arcos foram fechados. Porém, é um final interessante que deixa claro que a vida continua e que algumas dívidas emocionais ficam pendentes e tá tuuuudo bem.
Uma pena que foi uma série terminada prematuramente porque fiquei altamente envolvida e queria mais, muito mais.
Se você gosta de comédias dramáticas leves, que tratam de temas profundos sem peso excessivo como crises de meia idade, recomeços e falhas pessoais, Not Dead Yet pode ser uma ótima escolha. Não espere algo alucinante ou mistérios complexos: espere empatia, momentos tocantes, e risadas suaves misturadas com reflexão.
Para os curiosos, segue o trailer:







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