Morte - Carlos Ruas e Guilherme Bon



Sinopse: Um grupo de amigos derrota a Morte (sim, aquela famosa), e as pessoas param de morrer. Agora, todos podem curtir a vida como quiser… Pular de um avião sem paraquedas, mergulhar no oceano sem equipamentos de mergulho, cair de um penhasco com a galera e ficar só com alguns arranhões. Tudo sem medo de morrer… Até que o tédio bate à porta. Como viver sem um propósito? Como continuar sabendo que não existe um fim? Afinal, por que continuar a viver, mesmo? Assim começa a HQ Morte, novo projeto de Carlos Ruas (autor da web tira Um Sábado Qualquer...) com seu irmão Guilherme Bon. É o primeiro quadrinho que eles trabalham juntos e este vai contar de forma bem-humorada o que acontece quando os humanos resolvem burlar o ciclo natural da vida e conhecem a imortalidade.


Hoje a dica da Darth Nyx é do universo das HQs, e é super divertida, nacional e cheia de emoção! Morte, de Carlos Ruas e Guilherme Bon é o primeiro projeto que os irmãos fizeram juntos e foi lançado pela Editora Conrad. Usando de bom humor, a obra fala sobre a finitude da vida e seu impacto na humanidade.

Como já devem saber, o cálice da imortalidade é sempre aquela tentação convidativa na fantasia. A HQ apresenta um grupo de idosos que tem um plano mirabolante e cheio de margens para problemas, mas que em um golpe de sorte, conseguem não só matar a morte, como enterrar a dita cuja de vez, trazendo ao mundo a tão sonhada imortalidade. 

Foto da página interna da HQ

 

Com isso, não só velhinhos deixam de morrer e plantas param de seguir seu curso, como conflitos se tornam inúteis, já que ninguém vai ficar do lado de lá de vez (morto, no caso). E sem a finitude de tudo, as coisas inicialmente são animadoras, mas os anos tornam elas um pouco… Sem graça.

Enquanto a consciência do que foi feito não chega, Alcino, Beto, Zé, Álvaro e outros amigos vivem o melhor da velhice, sem se importar com doenças ou limites. Visitando, desde o fundo do oceano até o próprio Pólo Norte, sem dores nas articulações, limitações de tempo ou sem se preocupar com dinheiro, já que tudo ficou bem mais relativo depois de darem um fim “no fim”.

Foto das páginas internas da HQ

 

Ver como eles vão tomando consciência da proporção do ato feito e de como o tempo passando afeta a mente de todos os amigos, dá para entender a ideia dos autores por trás da obra. Afinal, qual o valor da vida quando ela não tem mais um limite? Seus dias são mais bonitos quando não são contados? Essas questões filosóficas ficam bem intensas conforme passa o quadrinho e achei uma ideia genial ser trabalhada de maneira tão suave e divertida. Afinal, a obra fala (e muito) sobre o luto, desde de aceitar partir até entender que, sem a perda, a vida pode não ter tanto valor assim.

A história é, sem dúvidas, muito bem escrita. Eu me encantei desde a primeira página com o grupo de amigos e não tive como segurar o riso. Eles não só escolheram viver bem, como também permitiram o mundo experimentar uma nova perspectiva e isso tornou a obra mais encantadora ainda. Os autores criaram uma janela para um mundo de ficção divertido e cheio de possibilidades, e o melhor, sem deixar de lado as consequências do que toda essa falta de fim poderia causar.

A arte é impossível de não se apaixonar, os desenhos são coloridos, criam conexão e passam todo o sentimento dos acontecimentos. Recomendo demais essa leitura, que dá para ser curtida de uma vez em uma tarde ou indo aos pouquinhos, caso queira ir aproveitando por mais dias. 

 

Foto da página interna da HQ

 


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