No Fundo é Amor || Ali Hazelwood



Sinopse: Scarlett Vandermeer está nadando contra a corrente, tentando equilibrar os estudos com a rotina de atleta. Concentrada em passar para a faculdade de medicina e se recuperar da lesão que quase deu fim à sua carreira nos saltos ornamentais, ela prefere levar uma vida discreta. Não tem tempo para relacionamentos. Ou pelo menos é o que diz para si mesma.

Garoto de ouro da natação, Lukas Blomqvist é capitão da equipe da universidade e campeão mundial, e conquistou tudo isso com muita disciplina. É assim que ele consegue medalhas e quebra recordes: com foco total a cada braçada.

Na superfície, Lukas e Scarlett não têm nada em comum. Até que um segredo vem à tona, e tudo muda.

Então eles fazem um acordo: ter um casinho temporário, que satisfaça as necessidades de ambos e alivie um pouco o estresse pré-Olimpíadas. No entanto, quando se torna cada vez mais difícil ficar longe de Lukas, Scarlett percebe que seu coração talvez esteja adentrando águas perigosas.

 

É isso, Darth Nyx FINALMENTE se rendeu aos encantos da autora queridinha do momento. Ali Hazelwood, conhecida pelos romances, acaba de entrar para o hall das autoras queridinhas dessa pequena Sith em treinamento!

No Fundo é Amor é um livro que me pegou desprevenida, eu não imaginava que iria amar e me importar com cada um dos personagens. Não fazia ideia de que me envolveria tanto com o casal principal ao ponto de sentir ódio dos esquemas malfeitos de alguns outros. E é importante lembrar que os personagens são jovens saindo da adolescência e, principalmente, FICCIONAIS!

Scarlett Vandermeer era uma promessa dos saltos ornamentais, com competições a vista e um futuro promissor nas olimpíadas. Conhecida pelo time de salto como Vandy, agora ela é uma jovem que está estudando para entrar em medicina e se recuperando de uma lesão que a tirou dos campeonatos pelos últimos seis meses. Em contrapartida, Lukas Blomqvist, capitão do time de natação masculino, está no auge de sua performance, com muitos se perguntando se, em algum dia de sua vida, ele não foi perfeito no nado.

Unidos pelo destino de forma um pouco constrangedora, eles se aproximam através da intensa ex de Lukas, Penelope, que também é da equipe de salto e acaba deixando escapar que ele tem interesses em atividades de BDSM, algo que Scarlett também gosta. Apesar de serem águas extremamente turvas, a autora consegue deixar essa trama bem intensa e interessante, já que Vandy não é uma personagem que interpreta muito rápido algumas dicas, mas nós, leitores ávidos de romance, já conhecemos os sinais.

Se tem uma coisa que me fez amar esse livro foi a autora saber dosar muito bem as interações dos personagens juntos e com outros do círculo social, como colegas de time, apartamento e aulas. Tanto Vandy quanto Lukas são estudantes, atletas, têm uma vida fora das quatro paredes da intimidade e ter esses momentos fez os dois serem mais vivos para mim e bem mais presentes.

Um detalhe importante é que Lukas é um personagem estrangeiro. Ele veio da Suécia para estudar nos EUA e a autora conseguiu algo que muitos autores falham em demonstrar: a sensibilidade com a cultura alheia.

Em diversos momentos, percebemos como o fato de Lukas não ser americano é usado por alguns personagens como uma desculpa para justificar seu comportamento, em vez de ser reconhecido como parte de sua personalidade. O mesmo acontece com o seu sucesso, o que muitos veem como uma coisa de “gringo” e não fruto de seu esforço. Outro ponto positivo é que, por acompanharmos a história pelo olhar de Vandy, temos uma narradora atenta e interessada, que consegue mostrar claramente quando Lukas está apenas sendo ele mesmo: maníaco por limpeza, dedicado aos estudos, excelente nadador, bem-humorado e atencioso.

Algo que tenho que exaltar é a importância que a terapia tem na trama, não só por Vandy ter bloqueios relacionados à sua volta aos saltos após a lesão, mas também como ela lida com todas as questões familiares e de relacionamentos interpessoais. É bom ver um livro que trata a terapia como algo comum e parte da rotina.

Em suas 450 páginas, Hazelwood criou uma trama com amor, interesses, amizades, intrigas e muito caos familiar. É interessante ver como a autora apresenta plots que são comuns aos romances, como a proximidade por conveniência, sem deixar de apresentar dramas relevantes para a atualidade, como a discussão sobre abusos psicológicos e a importância de buscar ajuda.

Sem dúvidas, estou indo atrás de mais livros da autora, já que a sua escrita é de fácil leitura, mas sem deixar de ter uma beleza na construção. E, por sinal, deixo um parabéns gigante para a Thaís Britto, que fez a tradução desse livro para o português! 

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