Uma Janela Sombria - Rachel Gillig
Quando Elspeth encontra um misterioso bandoleiro na floresta, ela é lançada em um mundo obscuro e traiçoeiro. O bandoleiro é Ravyn Yew, sobrinho do rei e capitão da Guarda Real, os homens mais perigosos de Blunder. Envolvido em um esquema de traição contra o Estado, Ravyn deseja acabar com a maldição que se esconde na névoa do reino e só Elspeth é capaz de ajudar nessa missão.
Juntos, eles devem reunir as doze Cartas da Providência ― que são a chave para a cura. Mas a medida que os dois se aproximam e uma atração inevitável se intensifica, Elspeth vai ter que aprender a confiar no homem que sempre viu como seu maior inimigo enquanto enfrenta seu segredo mais sombrio: o Pesadelo está, aos poucos, tomando sua cabeça e ameaça devorar sua alma ― e pode ser que ela não seja capaz de detê-lo.
Texto por: Talita Castanho
Hoje, quem vai trazer a dica sou eu, Talita! Arquiteta e Whovian, fui convidada para falar de uma das leituras que me capturou de graça!
Antes mesmo de ler a sinopse desse livro eu já estava intrigada com o que ele tinha a oferecer, isso porque escutei em algum lugar - talvez naqueles vídeos de indicações das book redes - alguém dizer que ele era algo meio “Fantasia Gótica” com “Sakura Card Captors”. Para um bom fã de fantasia não precisa ir além disso, não é mesmo? Uma Janela Sombria traz um sistema de magia muito único, que eu particularmente ainda não tinha encontrado nada parecido, onde um baralho com cartas mágicas é o centro de tudo.
Para te explicar um pouco sobre esse sistema mágico, primeiro preciso te contar onde tudo se passa, mais especificamente Blunder. Esse reino é cercado por uma espécie de bruma mágica e misteriosa que adoece todos aqueles que entram em contato com ela. Além disso, existe uma doença, a Febre, que se espalha e faz com que quem a contrai exiba sinais de magia. Nesse mundo a magia não é algo que se possa ter livremente, apenas o Rei e aqueles que possuem as Cartas da Providência podem manifestá-la. Todos que contraem a febre passam a ser inimigos da coroa e são caçados por isso. Essas cartas mágicas foram criadas pelo Rei Pastor, muito tempo antes, e concede a quem as usa uma habilidade específica, mas toda magia tem um preço e a cada vez que se usa deve-se pagar.
“Descritas em nosso texto antigo, O velho livro dos amieiros, as Cartas da Providência não eram apenas o maior tesouro de Blunder, mas também o único modo legalmente permitido de praticar magia. Qualquer pessoa podia usá-las — bastava contato e intenção.”
A história se inicia em torno da nossa protagonista Elspeth Spindle, que contraiu a febre, mas conseguiu esconder isso de todos com a ajuda da família, indo para longe viver com os tios em segredo. O que ninguém sabe é que dentro da mente da garota vive um monstro que lhe concede poderes e divide sua mente, seus dilemas e dúvidas, mas também às vezes fornece pitadas de sabedoria. O problema de dividir a mente com seu pesadelo, no entanto, é que tudo que ele sempre entrega a nossa jovem protagonista são rimas cheias de mistério sobre o que foi e o que pode ser, nem sempre sendo realmente de grande ajuda.
Eles precisam destruir essa maldição que assola Blunder e para isso eles precisam reunir as Cartas da Providência. Nessa jornada, tanto a mente de Elspeth quanto os aliados que ela faz pelo caminho são cheios de mistérios e nuances complexas. Ela está longe de ser uma protagonista burra e indefesa, indo além do que esperamos e entregando grandes momentos. É claro que teremos também o contraponto da nossa protagonista, porque não poderia faltar um moreno de índole duvidosa, passado misterioso e com motivações desconhecidas para engrandecer essa leitura, e Ravyn Yew é tudo isso e muito mais. Porque convenhamos que sempre que o badboy frio e aparentemente indisponível aparece já dá pra sacar que “é ele!”.
Não posso dizer para você, querido leitor, que esse é o livro de fantasia mais profundo e complexo que você vai ler. Porque não é. Mas é uma fantasia que tem a capacidade de encantar e prender desde a primeira página, com uma escrita poética e rimas divertidas (e às vezes não tão óbvias), personagens cativantes e um ritmo delicioso e entrega de tudo um pouco. O romance fica óbvio desde o início e é aquele tipo de slow burn com tanto slow, que você se pergunta se alguma hora isso vai queimar mesmo (desculpem a piadinha ruim). Mas, a questão é que o romance não é o foco desse livro e acontece em segundo plano. Porém, ele é bom e faz sentido, então apreciem. Infelizmente, para os leitores de livros mais adultos, como eu, temos um total de nenhum hot, então é livre para todos os públicos.
Em resumo, temos uma mocinha com poderes e segredos que não confia em ninguém e, aos poucos, vai abrindo o seu coração e um moreno com passado sombrio, que não é nem vilão e nem mocinho. Tudo isso junto e misturado nos fornece uma alta fantasia com pitadas de romance, um sistema de magia rico e diferente do que estamos acostumados a ler no gênero, um espírito dentro da mente da nossa protagonista nada amigável e, às vezes, um humor negro delicioso.
É para se apaixonar da primeira até a última página e devorar esse livro em poucos dias (como foi o meu caso).
Se eu amei a leitura? Amei com força e não vejo a hora de ler a sequência e finalmente descobrir tudo o que acontece. Porque, obviamente, o final me fez querer arrancar os cabelos e gritar alto.
E como tudo não é perfeito, senti falta de alguns detalhes e explicações tanto do sistema mágico como do mundo onde estamos inseridos, então torço para que essas explicações cheguem junto do segundo livro.
Porém, como são detalhes que não atrapalham o desenvolvimento da história, a jornada de leitura foi incrível e me vi suspirando a cada fim de capítulo.
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