Tartarugas até lá Embaixo || 2024
Uma jornada sensível e angustiante sobre a mente humana...
Olá, amores! Mila aqui e falaremos sobre um filme que, após postar o #tbt de um livro de 2018 que não me agradou tanto, quis muito conferir a adaptação. E posso dizer desde já que foi bem interessante.
A diretora, Hannah Marks, traz uma adaptação bem interessante da obra literária de John Green, Tartarugas até lá embaixo. Disponível na plataforma Max, o filme aborda temas delicados e complexos como transtorno obsessivo compulsivo (TOC), amizade, amor e a luta constante com os próprios pensamentos.
Aza Holmes (Isabela Merced) é uma adolescente introspectiva que luta diariamente contra o TOC, um transtorno que se manifesta em pensamentos obsessivos e compulsões que a aprisionam em reflexões intermináveis. A história começa quando Aza e sua melhor amiga, Daisy (Cree Cicchino), se envolvem na busca pelo pai de um amigo, um bilionário desaparecido, cuja recompensa por informações sobre seu paradeiro é irresistível.
Hannah Marks representa tudo com gestos nervosos de Aza e momentos de silêncio carregados de significado que nos ajudam a conectar com a garota e entender as dificuldades que ela enfrenta. A forma como a diretora utiliza a estética visual para refletir o estado mental de Aza é um dos focos do filme, dando a sensação de angústia que ela parece sentir, junto com a luta interna representada pela própria voz. Senti que a diretora acertou ao não tentar romantizar ou simplificar o transtorno, mas sim mostrar como é uma batalha diária.
Ponto alto para o elenco que me deixou conectada ao filme por todos os minutos, sem pausa. Isabela Merced oferece uma atuação marcada por uma vulnerabilidade bem evidenciada em cada cena, mostrando tanto a força quanto a fragilidade da personagem. Seu trabalho como protagonista carrega o filme e é, sem dúvida, o ponto alto da produção.
Cree Cicchino, como Daisy, é o ponto que sempre gosto em filmes adolescentes, trazendo leveza e humor para a história, equilibrando os momentos mais pesados com humor no momento certo. As interações entre as duas personagens são o coração do filme, mostrando a importância das amizades genuínas, mesmo quando a vida parece um caos.
Felix Mallard, como Davis Pickett Jr., oferece uma performance sólida. Davis é um jovem que, apesar de ser filho de um bilionário, lida com suas próprias dores e inseguranças. A relação entre Davis e Aza é retratada com delicadeza, sem apelar para idealizações românticas excessivas, mas explorando as dificuldades reais de construir um vínculo significativo.
Ainda acho que o John Green sabe trabalhar frases e diálogos intensos entre adolescentes, o que não é uma realidade fácil de encontrar e isso faz dos seus livros e adaptações mais especiais (mesmo que me incomode).
No fim, “Tartarugas Até Lá Embaixo” não é apenas uma história sobre TOC, mas também sobre a conexão humana e a luta para encontrar significado em meio ao caos interno. O filme aborda temas como a importância da amizade, a dificuldade de aceitar ajuda e o impacto das doenças mentais nos relacionamentos.
Aza é uma protagonista que não busca ser perfeita ou inspiradora; ela é real, imperfeita e complexa. Essa abordagem humaniza não apenas a personagem, mas também aqueles que, na vida real, enfrentam transtornos similares. O filme é um lembrete de que as lutas internas podem ser tão desafiadoras quanto qualquer obstáculo externo, mas também que há beleza e força em tentar superá-las.
Para aqueles que buscam uma história envolvente, emocional e profundamente humana, o longa é uma experiência sensível que vale a pena conferir.
E, curiosos, o trailer pode ser visto abaixo:
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