Para o Lobo - Hannah Whitten (Wilderwood 1)
Sinopse: Destinada a se sacrificar pelo reino, Red enfrentará os perigos de uma floresta mágica para proteger aqueles que ama e descobrirá verdades perigosas por trás das lendas de seu povo. Primeiro volume da duologia Wilderwood, Para o Lobo é uma fantasia dark que combina elementos de contos de fadas em uma narrativa envolvente e repleta de personagens inesquecíveis.
Darth Nyx presente para falar de um livro incrível e com uma fantasia recheada, “Para o Lobo”, de Hannah Whitten. Apesar do potencial de ser um encontro de casal avassalador, o que encontrei aqui foi uma grande fantasia bem construída e com personagens “cinzas”, que fogem do que estamos acostumados a ver onde relacionamentos amorosos são o foco. Aqui temos paixões, mas também sacrifícios, dores, perdas e muita história se tornando lenda.Red nasceu sob apenas um propósito de vida: o sacrifício. Enquanto sua irmã, Neve, sempre foi destinada ao trono. O destino das segundas filhas em Valleyda ao completar vinte anos, é se entregar ao temido Lobo em Wilderwood ― a floresta que faz fronteira com o reino ―, para cumprir o pacto selado há quatro séculos e garantir a segurança não só de suas pessoas amadas, mas também de todos os demais reinos. Carregando um poder que não consegue controlar, Red sempre soube de seu destino e está quase aliviada por cumpri-lo, afinal na floresta, ela não pode machucar aqueles que ama.
O que ela não esperava, é que apesar do que dizem as lendas, o Lobo é apenas um homem, não um monstro. E os poderes de Red são um chamado, não uma maldição. Enquanto descobre a verdade por trás dos mitos, a Segunda Filha precisará aprender a controlar sua magia antes que as sombras tomem conta de seu mundo.
Um dos pontos que mais gostei na construção da trama das irmãs foi notar que, mesmo sabendo que tinham destinos diferentes, elas se mantiveram unidas, principalmente porque notamos que a relação de ambas com a mãe não é das melhores. Redarys (Red) e Neverah (Neve) viveram aventuras, tropeços e paixões, mas quando chega a hora, Neve não se conforma com a escolha da irmã de entrar voluntariamente na floresta.
Do outro lado das margens das árvores densas e cheias de uma magia antiga e poderosa, o “lobo” espera. Ele não é jovem, viveu e viu demais para se achar humano em coração e sangra para proteger seu mundo de um mal avassalador que espreita. Entretanto, a floresta Wilderwood continua a enfraquecer, e a chegada de Red coloca o lobo em uma posição ainda mais delicada. Como ele poderá proteger a vida enquanto luta para impedir que as árvores sagradas sejam destruídas?
Esse é o tipo de livro que descrever demais o enredo pode causar menos impacto na leitura, já que muito dele é construído nessa situação onde Red está entendendo e aprendendo sobre seu mundo e sobre tudo o que lhe foi dito a vida inteira, desde verdades, e mentiras construídas por pessoas gananciosas.
Ao terminar o livro, senti que a história foi escrita de um jeito que lembra muito como são as raízes profundas de uma árvore. Temos momentos que vão se encontrando aos poucos e, conforme a história vai seguindo, vamos descobrindo mais a fundo o que cada elemento quer dizer, o que cada mito, lenda ou ritual realmente significa. Inclusive, esse foi um dos pontos que amei, porque a história mostra como um ato contado de boca em boca por séculos, transforma uma história em religião.
Um ponto de atenção neste livro é que, embora os eventos sejam apresentados de forma cronológica, a narrativa não é exatamente linear. É fácil se perder em meio aos detalhes, às descrições de lugares e aos perfis dos personagens. A autora trabalha os personagens de forma animalesca em diversos aspectos, desde expressões faciais até maneirismos na forma de se comportar ou expressar. Não chega a ser uma leitura de extrema profundidade, mas é uma boa narrativa de fantasia que brinca com os tons de um conto de fadas conhecido, que é Chapeuzinho Vermelho e o transforma de maneira mais sombria.
Aos leitores que buscam algo sem muito romance, essa trama é uma ótima pedida já que, desde o começo, temos aquela dança entre diversos personagens, mas as paixões não são o foco. Quem gosta de uma boa leitura de intrigas políticas e magias sombrias, vai encontrar aqui uma pitada interessante de conteúdo. Particularmente, foi uma leitura divertida e me deixou interessada em desvendar o segundo volume, “Para o Trono”, que irá acompanhar Neverah, além de me divertir bastante, criando um mundo interessante.
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