A libertação || 2024

Hoje a gente conversa um pouquinho sobre este filme baseado em um caso real, A libertação foi dirigido por Lee Daniels e lançado este ano.⠀


No longa, conhecemos Ebony Jackson, uma mãe solo que luta para sustentar a casa, pagar o tratamento de câncer da mãe, ao mesmo tempo em que se rende aos vícios. Não bastasse essas dificuldades, ela ainda tem que lidar com acontecimentos perturbadores surgindo em sua nova casa, o recente comportamento estranho de seus filhos e com uma assistente social obstinada a tira-los dela. O pesadelo toma forma quando Ebony percebe que seus filhos estão sob alguma influência maligna.



Inicialmente, A Libertação nos confunde devido a cinematografia, o teor e leve mistério que parecem indicar que se trata de um filme cristão. E isso é bom. A aura sobrenatural vai se desenrolando lentamente, o que vai induzindo nossa curiosidade sobre o que está acontecendo na casa.⠀



No entanto, todo este crescimento gradativo é abandonado em quase um quarto do filme, nos momentos finais, quando a trama tem uma mudança acentuada voltada aos exageros. E eles acontecem de modo tão desorganizado que não sabemos mais o que estamos assistindo. Afinal, era para ser um filme cristão, terror ou humor pastelão? De repente há tantas frases de efeito, uso exacerbado de CGI e caminhos apontados que não sei dizer o que o diretor queria ao final.⠀


Mas assim como grande parte dos filmes de terror lançados atualmente, a história tem seus lados positivos e negativos. No início da obra, o diretor Lee Daniels acerta em nos mostrar o drama familiar através de personagens completamente desestruturados e instáveis. O excesso de palavrões utilizados, a rispidez no trato e a falta de respeito usadas com aqueles que dividimos o lar, são tão impactantes que vão incomodar, mas é justamente essa interação tóxica que nos prende.⠀


Aqui vemos Ebony Jackson, interpretada por Andra Day, lutando para sustentar a casa e pagar o tratamento de câncer da mãe, ao mesmo tempo em que se rende aos vícios devido ao peso das responsabilidades. A interpretação da atriz foi crucial para despertar o asco pela personagem, é até difícil lembrar que é apenas um papel de tão real que é sua entrega. Se existisse um prêmio de personagem boca suja, agressiva e insuportável, Ebony estaria no páreo.


Simultaneamente temos Alberta, mãe de Ebony, interpretada por Glenn Close, trazendo uma personalidade que aparenta ser oposta a da filha e que traz sobriedade a trama. Entretanto, conforme o tempo passa, vemos que o comportamento de Ebony é um espelho do que viveu com a mãe.  O que nos faz entender que esta é uma cadeia que vem sendo passada de geração para geração. 


A cereja do bolo certamente está na atuação entregue por Andra Day e na personalidade de Ebony, que possui as últimas coisas que esperamos associar a uma mãe. Pelo drama, vale super a pena conhecer a produção.

 


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