O Duque e Eu - Julia Quinn
Sinopse: Simon Basset, o irresistível duque de Hastings, acaba de retornar a Londres depois de seis anos viajando pelo mundo. Rico, bonito e solteiro, ele é um prato cheio para as mães da alta sociedade, que só pensam em arrumar um bom partido para suas filhas.
Simon, porém, tem o firme propósito de nunca se casar. Assim, para se livrar das garras dessas mulheres, precisa de um plano infalível.
É quando entra em cena Daphne Bridgerton, a irmã mais nova de seu melhor amigo. Apesar de espirituosa e dona de uma personalidade marcante, todos os homens que se interessam por ela são velhos demais, pouco inteligentes ou destituídos de qualquer tipo de charme. E os que têm potencial para ser bons maridos só a veem como uma boa amiga.
A ideia de Simon é fingir que a corteja. Dessa forma, de uma tacada só, ele conseguirá afastar as jovens obcecadas por um marido e atrairá vários pretendentes para Daphne. Afinal, se um duque está interessado nela, a jovem deve ter mais atrativos do que aparenta.
Mas, à medida que a farsa dos dois se desenrola, o sorriso malicioso e os olhos cheios de desejo de Simon tornam cada vez mais difícil para Daphne lembrar que tudo não passa de fingimento. Agora, ela precisa fazer o impossível para não se apaixonar por esse conquistador inveterado que tem aversão a tudo o que ela mais quer na vida.
Grande sucesso da Netflix nos últimos tempos, Bridgertons é uma série que começou nas páginas de livros de romance relativamente curtinhos. As histórias possuem paixões de tirar o fôlego, flertes que brincam com a ideia do proibido e um passado onde bailes, folhetins de fofoca e uma sociedade fechada criavam ambientes de romances inesperados, como flores florescendo na calçada. Então eu, Darth Nyx, resolvi reler essas obras e falar um pouquinho sobre cada um dos casais criados pela autora Julia Quinn.
Começamos o livro conhecendo o nascimento e os primeiros anos de vida do jovem duque de Hastings, Simon Basset. O menino passou uma infância infernal isolado de qualquer contato com o pai, um homem duro e que o tratou com indiferença ao sentir no menino a menor possibilidade de dificuldade de aprendizado. O ódio gerado em Simon, por todo o tempo em que ouviu absurdos e por ter sido tratado como morto pelo pai ao longo de muitos anos, fez ele jurar acabar com todo o legado do homem que o gerou e o nome que ele tanto prezava.
Mas quando somos apresentados para o núcleo dos Bridgerton, aos olhos da pena afiada de Lady Whistledown, descobrimos que cada um dos oito filhos de Violet e seu finado marido Edmund, tem nomes em ordem alfabética e feições parecidas, ao passo de poderem ser até mesmo confundidos entre si, segundo a coluna de fofoca. Diferindo da série, Daphne não está em sua primeira temporada, mas sim na segunda, tendo já passado por momentos de bailes e conhecer pretendentes, mas com um grande problema de não conseguir nem a chama do amor ou a proposta de casamento.
O livro constrói os dois personagens separados, dando uma boa noção de quem são, antes de juntar ambos em um encontro que, sem dúvidas, deixa claro que as intenções de Simon não eram boas e Daphne não tinha a menor ideia do que ele pensava sobre. O romance entre eles surge de uma amizade genuína onde, finalmente, ambos encontram pessoas que os veem como são e não apenas um título ou parte de uma família de prestígio.
O Duque e Eu é um livro que coloca na mesa a discussão importante sobre masculinidade tóxica e consentimento, onde o homem é retratado como uma figura que merece amor, respeito e consolo. Ver essa discussão ser transportada para as telas foi uma grata surpresa, já que durante a primeira leitura que fiz, notei que seria um tópico muito intenso e sensível de se retratar.
Simon é um personagem que cresceu sendo rejeitado, em muitos momentos assombrado pelo medo do pai e de falhar com suas responsabilidades e, após o casamento, viveu um momento onde seu pouco controle lhe foi tomado e seu consentimento usurpado. O “não” é uma resposta completa e precisa ser respeitado por todos em qualquer situação.
Em termos de adaptação para as telas, um dos pontos principais de mudança na trama foi a inserção de novos personagens, como a Rainha Charlotte e todo seu núcleo que, com exceção de Lady Danbury, não existia nos livros de Quinn. Tornar Daphne o diamante desejado da temporada é uma maneira de destacá-la, algo que no livro, sendo contado por seu ponto de vista, não é necessário, mas em termos de televisão, é preciso.
Desde o começo da produção, a produtora Shonda Rhimes deixou claro que não seria uma série de época como todas que estamos acostumados. Prova disso, foi ela selecionar um elenco rico em diversidade e elaborando uma trilha sonora bem marcante. Sem contar a moda a qual os vestidos são inspirados, já que mesmo seguindo um padrão próximo ao históricamente adequado, eles são bem mais elaborados e com personalidades que remetem aos momentos vividos pelos personagens na tela.
Eu me senti cativada pela leitura e capturada pela adaptação que, mesmo com suas mudanças, manteve um charme para a obra. Claro, conforme as temporadas foram passando, mais discussões de alterações foram surgindo, mas vamos trazer isso no devido momento, confie.
Se você é apaixonado por ler e assistir, recomendo demais este combo, O Duque e Eu é uma ótima leitura aos apaixonados por romances de época. Mas se você prefere apenas assistir, Bridgerton está com 3 temporadas, cada uma focada em um casal diferente e, sem qualquer dúvida, vai ser uma aventura interessante de se viver.
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