Perfect Blue || 1997





Olá, amores! Mila aqui e irei falar sobre um filme que passei um bom tempo tentando entender como falar sobre, sem estragar a experiência de vocês e trazer o peso que a obra possui e representa. Não sei se consegui, mas vamos lá!

Satoshi Kon, renomado diretor japonês de animação, entrega em Perfect Blue uma obra-prima que mergulha profundamente na psique humana. Lançado em 1997, o filme cativa e perturba, deixando uma impressão duradoura em nossas mentes.

A trama segue a vida de Mima Kirigoe, uma ex-idol pop que decide deixar sua carreira musical para se tornar atriz. No entanto, a transição para o mundo da atuação não é tão suave quanto ela esperava. Enquanto Mima lida com as pressões da indústria do entretenimento e as expectativas de seus fãs, ela se vê presa em um turbilhão de eventos perturbadores que inclui um fã obsessivo que parece acompanhar cada passo de sua vida, além de eventos estranhos que começam a ocorrer ao seu redor, levando-a a questionar sua própria sanidade.



E conforme assistimos, fica claro que a base do filme é explorar a mente de Mima, com todos os questionamentos gerados sobre realidade e identidade. À medida que a linha entre o que é real e o que é imaginário se torna cada vez mais complexa, fui arrastada para um mundo de paranoia e confusão. O diretor manipula a narrativa com agilidade, conseguindo deixar dúvidas sobre o que é verdadeiro e o que é apenas uma ilusão.

Algo que sempre gosto de observar é a animação em si e, apesar de ser uma animação com o traço mais clássico dos mangás do final dos anos 1990 (como Akira), cada cena é meticulosamente elaborada, com atenção aos detalhes que eleva a experiência visual. Os momentos de tensão são muito bem construídos e, sem dúvida, a trilha sonora tem um peso absurdo. Cada cena parece ter uma atmosfera de suspense muito maior por causa desse cuidado e escolhas bem feitas, intensificando a tensão em todos os momentos certos. 


Mas fica claro que o ponto alto está na capacidade de deixar uma marca na nossa mente. Mesmo após o término do filme, as questões levantadas continuaram a ecoar, me levando a uma reflexão mais profunda sobre o que vivemos hoje em dia, estando ou não na mira do olhar dos outros. Mostrando que, muitas vezes, o que cobramos de nós mesmos pode ser muito pior do que o que achamos que o mundo exige. 

Mima é forçada a confrontar as expectativas da sociedade e a lutar para manter sua própria integridade em meio à pressão constante para se conformar aos padrões impostos pelos outros. Essa exploração da dualidade entre a pessoa pública e a privada é feita de maneira bem emocionante e  provocativa.




No fim, Perfect Blue é mais do que apenas um filme de animação; é uma experiência que desafia as expectativas e mexe com a nossa mente, gerando questionamentos bem importantes. E, sim, é uma jornada perturbadora pela mente humana, onde as fronteiras entre o real e o imaginário se desfazem.

Para quem busca um filme que te faz pensar, causando desconforto, gerando empatia, raiva e tantos questionamentos mais... esse filme é para você. Apesar de ser uma obra antiga, infelizmente muito do que é mostrado ainda é bem atual e a saúde mental é um assunto que deveria ser mais debatido.
E ah! A animação não é recomendada para menores de idade e possui diversos gatilhos. Estejam avisados.

Para quem se interessou, deixarei o trailer abaixo e apesar do filme não estar nos streamings usuais, é possível assistir pelo Youtube e, para quem tem Roku, no canal Manga TV é possível conferir o filme. 




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