Morte Morte Morte || 2022


Uma viagem com jovens cheios de conceitos e pouca sinceridade...




Olá, amores! Mila aqui e falaremos sobre um filme que conferi na antiga HBO Max, agora apenas Max.
Em um cenário dominado por fórmulas previsíveis, "Morte Morte Morte" (Bodies Bodies Bodies), lançado em 2022, emerge como uma obra singular que desafia os clichés do gênero, prometendo uma experiência repleta de reviravoltas. 

Como qualquer filme de suspense com jovens, somos colocados em um cenário basicamente comum, que é a receita certa para o erro.
Bee e sua amiga decidem viajar juntas para uma festa em uma mansão remota. Junto com elas, conhecemos outros personagens, com personalidades variadas e acrescentando pequenas informações, já que o começo não passa de um grande cliché. E depois de beber, usar drogas e dançar, o grupo decide jogar "Morte Morte Morte", uma brincadeira onde alguém é assassinado e todos precisam adivinhar quem foi o assassino. Mas antes de terminar o jogo, alguns decidem dormir e o jogo fica inacabado. No meio da noite, após a energia acabar na casa no meio de uma tempestade, Bee acaba achando um dos amigos com a garganta cortada. Agora, sem sinal, carro, eletricidade ou qualquer ajuda externa, o grupo precisa se unir para achar o real assassino dentre o grupo antes que seja tarde demais.



E com essa base, vamos notando a personalidade de cada um e pequenos motivos para estarem ali, em um momento tão aleatório. À medida que suas histórias se entrelaçam, os limites entre a realidade e o caos se tornam cada vez mais turvos, nos fazendo usar a roupa de detetive para entender quem estava fazendo tudo e por qual motivo.

O filme que é dirigido pela cineasta holandesa Halina Reijn e com produção de terror do estúdio A24, teve sua estreia oficial no festival South by Southwest em março de 2022 e chegou ao Brasil em outubro, pela Sony Pictures. Estrelado por Amandla Stenberg, Maria Bakalova e Rachel Sennott, o slasher prometeu bastante coisa.




Cada momento da trama é meticulosamente elaborado para construir a sensação de tensão e intriga crescentes. E com a premissa de isolamento, ter um assassinato em andamento já deixa tudo mais problemático. Mas a grande sacada do longa é ter um grupo de jovens ricos da Geração Z, com opiniões bem fortes, militância da forma mais pura e a hipocrisia clara, que notamos existir em uma vibe de completa ironia. O que deixa tudo mais intenso é como fica fácil não se identificar ou sentir empatia pelos personagens, que tem problemas tão bobos no meio do caos que, para alguns, pode se tornar mais difícil de assistir.

E não se enganem, o clima de mistério do filme existe, mas de forma mais lenta, com mortes muito espaçadas e não como todo bom slasher que conhecemos.
O verdadeiro triunfo do filme reside em sua capacidade de mudar as expectativas do público e desafiar o que já é esperado. O filme mergulha em temas como morte, amor, perda e redenção, oferecendo uma reflexão provocativa sobre o significado da existência humana, com uma pitada de ironia muito bem calculada.



O filme busca criar uma atmosfera intensa e alcança isso com facilidade, especialmente devido ao aproveitamento do espaço limitado e ao elenco que dá vida aos jovens que falam demais, militam demais e, claramente são o maior problema. Ao se aproximar do desfecho, criar questionamentos sobre as relações pessoais e amizades ao longo de nossas vidas, é inevitável.

Se você é fã de filmes que exploram os mistérios da condição humana, este é um filme que merece uma chance. Com um enredo crítico e satírico sobre a nova geração, Morte, Morte, Morte é uma boa opção de entretenimento. No entanto, se você realmente busca uma obra que entregue muito terror ou comédia, melhor procurar outro título.




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