Sinopse: Tiernan de Haas não liga para mais nada. Filha única de um produtor de cinema e sua esposa estrela, ela cresceu com riquezas e privilégio, mas sem amor ou orientação. Enviada para colégios internos desde cedo, era impossível escapar da solidão e criar uma vida para si própria. A sombra da fama de seus pais a segue por todo lugar.
E quando eles morrem de repente, ela sabia que deveria estar devastada.
Mas alguma coisa realmente mudou? Ela sempre esteve sozinha, não esteve?
Jake Van der Berg, meio-irmão de seu pai e seu único parente vivo, assume a guarda de Tiernan, que tem mais dois meses até os dezoito anos. Indo morar com ele e seus dois filhos, Noah e Kaleb, nas montanhas do Colorado, ela logo aprende que esses homens agora têm opinião sobre o que ela escolhe se importar ou não. Com os três a colocando debaixo de suas asas, ensinando a trabalhar e sobreviver nas florestas remotas, distantes do resto do mundo, ela lentamente descobre seu lugar entre eles.
E como parte deles.
Ela também percebe que as linhas ficam borradas e que regras se tornam fáceis de serem quebradas quando ninguém está olhando.
Um deles a tem.
O outro a quer.
Mas ele...
Ele vai ficar com ela.
Se por um lado, às vezes pensamos já ter lido de tudo, venho com esse livro para te dizer que talvez não tenha ainda! Darth Nyx se aventurou por mais uma obra prima de Penelope Douglas e saiu viva para contar a história. E dessa vez, vamos para o meio do mato, em época de nevasca, falar sobre Credence: Quebrando as regras, um romance que realmente te faz questionar todos os pensamentos intrusivos que já vivenciou durante uma leitura.
Tudo começa quando o mundo de Tiernan de Haas desmorona. Os pais, que eram um produtor de cinema e uma estrela muito famosos, resolveram dar um fim juntos à própria existência, sem se importar com a menina à beira dos 18 anos que deixaram para trás. Sem familiares próximos, amigos ou alguém para guiá-la, além da assistente dos pais, a menina recebe a notícia que, segundo seu testamento, pode ir morar com um irmão adotivo do pai, um suposto tio que recebeu a sua guarda.
É quando conhecemos Jake Van der Berg, irmão adotivo do pai da jovem e que a recebe em casa, onde vive com seus filhos Noah e Kaleb, nas montanhas do Colorado. Ali, as regras são como meras linhas morais pedindo para serem quebradas e o clima do ambiente que antes era completamente masculino, ganha um novo ar com a chegada de Tiernan, que entende que talvez precise fazer escolhas muito precisas se deseja sair com sua sanidade e coração intacto dessa aventura em meio ao luto mal compreendido.
O livro vai enveredar por tabus muito conhecidos como incesto e relações familiares, tratar de traumas sobre abandono parental e luto, mas uma coisa que Douglas, a autora, sempre entrega, são muitas cenas que te fazem questionar sua escolha em ler aquela obra. Seja pelas cenas de relações explícitas ou pelos diálogos que se seguem antes e após elas.
Não darei spoiler de como Tiernan passa o período ou como terminamos o livro, mas deixo claro que sim, todas as barreiras e regras foram quebradas nessa história. Acompanhamos as lutas internas dela e também dos outros personagens, já que a autora trabalha múltiplos pontos de vista e temos sempre aqueles pensamentos intrusivos de “fulano não faria isso”, sendo realizados.
Essa leitura foi para mim a cura de uma ressaca literária, mas não vou dizer que gostei pois acho que ela poderia ter trabalhado muito melhor conflitos da Tiernan, como os terrores noturnos que a menina tinha. Faltou perspicácia da autora em explorar também os personagens masculinos, como Noah, que é um garoto que sempre desejou sair dali, mas ainda assim, nunca deixou o pai e o irmão para trás. Ou o próprio Jake, que é um pai solteiro de dois garotos adolescentes e recebe uma jovem em casa.
Acho que é uma leitura para não se levar a sério de forma alguma, feita principalmente para relaxar e rir. Recomendo ler com alguém que também tenha costume de ler tabus assim para irem discutindo. Fiz isso com uma amiga e ela simplesmente não aguentou e releu comigo alguns trechos, para ver minhas reações a certos momentos exagerados da trama.
É um livro para maiores de dezoito anos (muito maiores) e que beira muitas problemáticas, então peço que se forem mergulhar nessa, façam com total cuidado e atenção. No mais, vamos à floresta enquanto o sr. Lobo não vem?
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