O Clube de leitores assassinos (2023)

 


Adaptação do livro homônimo El Club de los Lectores Criminales (sem previsão de publicação aqui), o filme lançado a pouco pela Netflix promete ser uma experiência arrepiante e assustadora. Será que a obra consegue realizar esta façanha? Vem conferir!


Quando um professor conceituado da Universidade chama Ângela para falar sobre o trabalho entregue, ela se pergunta muitas coisas. A primeira delas: como ele havia conseguido o material? E a última: Por que ele havia tentado atacá-la sexualmente?


Logo os membros do Clube de Leitura descobrem o ocorrido e decidem pregar uma peça assustadora no professor, eles só não contavam que a brincadeira poderia ter um final macabro... ou que acabariam entrando na mira de um assassino misterioso.



Roteirizado pelo próprio autor da obra literária, Carlos Gárcia Miranda, O Clube dos Leitores Assassinos vem trazendo à tona opiniões negativas entre os expectadores. Muitos cinéfilos acusam o longa de ser uma cópia de filmes famosos e não trazer elementos novos. Até certo ponto, consigo compreender este pensamento já que algumas cenas são fáceis de associar a determinadas obras. Ao buscar informações sobre a parte literária, me deparei com entrevistas antigas do autor declarando que a obra é uma homenagem aos filmes slashers já conhecidos (Pânico, Eu sei o que Vocês fizeram no Verão Passado, entre outros) e a um famoso autor. 


Quanto a não ter novos elementos, não posso concordar totalmente. Particularmente, gostei da ideia do assassino manter suas vítimas atualizadas através de links que continham os capítulos que escrevia, mas não gostei da execução. O conceito, que mira na série Black Mirror, é bom, mas é tão pouco trabalhado e aprofundado que nem faria falta se tirado.


Após assistir ao filme, me veio certo incômodo, quanto ao título. O fato de envolver leitura foi o que me chamou a atenção e me fez ter vontade de assisti-lo, não havia visto o trailer ou resenhas indicando. Contudo imaginei algo e o que recebi foi um filme no qual a leitura não tem relevância à trama. Por um momento achei que fosse o título, que ao ser traduzido perdeu o significado, mas após algumas pesquisas consegui entender o que houve.


Na entrevista, o autor deixa claro que O Clube de Leitores Assassinos é uma homenagem a Stephen King. Ao ler a sinopse ou resenhas do livro, vemos que o Clube de Leitura é focado nas obras de King e que o assassino usa enigmas ligados aos seus livros para que os membros do Clube decifrem. Entretanto, ao roteirizar o filme, Carlos Miranda perde essa essência ao deixar a homenagem de lado. No filme, não há menção direta a King ou seus livros. Não há enigmas ou algo que se ligue a outras obras literárias. Logo, o assassino podia ser qualquer um, pois não tinha analogias a leituras.


O filme tem uma bela filmografia e uso de cores, porém o roteiro peca ao eliminar elementos que tornariam a história única. E colocando os últimos pregos no caixão: a obra não assusta (nem um pouquinho); são tanto personagens e tão pouco tempo de tela que é impossível se importar com eles; o assédio tem um tratamento bem tosco para estudantes de uma faculdade (pregar peça, jura?) e o final é previsível.


Recomendo? Olha, só se você não tiver nada melhor para fazer.

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