Gyo - Junji Ito




Olá, amores! Mila aqui e vamos falar de mais um volume do incrível Junji Ito! Dessa vez, temos uma história completa de 400 páginas que se encaixa perfeitamente em uma das leituras mais nojentas do autor que já li. E isso é ruim? Jamais! Para quem conhece o estilo, os traços e gosta do caos bem trabalhado do autor, é um prato cheio.
Gyo foi lançado pela editora Devir Livraria e ainda está a venda, mas não em todos os locais, subindo o valor e não sendo tão fácil de encontrar.



Porém, vamos entender um pouco mais sobre a história.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o exército imperial japonês desenvolveu um plano ultra-secreto para criar armas biológicas, mas o navio que transportou o experimento afundou em um bombardeio.
Já no presente, o casal Kaori e Tadashi decidem tirar férias nas praias de Okina, mas depois de um terrível incidente, decidem voltar para Tóquio. Porém, antes de conseguirem voltar, criaturas assustadoras que parecem peixes com pernas e um fedor de morte começa a permear toda a ilha. Quais são esses seres realmente e o que estava acontecendo no fundo do mar durante todas essas décadas?

E é com essa base e questionamento que seguimos o casal que, apesar da situação caótica, mostra uma Kaori histérica, exigente e perturbada enquanto Tadashi tenta a manter sob controle, esperando o momento em que poderão ir embora. 

E claro que as coisas começam a escalar rápido demais e nada fica apenas entre eles ou na imaginação deles como vemos em muitas das histórias do autor. Aqui, a situação se torna um problema nacional que  deixa a maioria das pessoas sem qualquer escapatória.



Quando disse se tratar de uma das leituras mais nojentas do autor, não menti. A descrição de incômodo com o odor que o local tinha, assim como gases mal cheirosos bem descritos que vinham de locais muito específicos e uma arte que nos deixa bem cientes da situação.... a leitura não é para todos. Especialmente porque, de maneira bem detalhada, vemos o sofrimento humano em pedaços já que acompanhamos a visão de Tadashi.

A obra tinha tudo para ser muito boa mesmo com a intensidade de detalhes, se não fosse o excesso. Houve repetição de situações com os animais e humanos, algumas voltas que não levaram a lugar algum e um final que...bem, não é realmente um final. Ele encerra um ciclo, mas nem de perto nos traz respostas ou sinais do que ainda acontecia e como tudo terminaria. O tipo de enredo que tem final de conto, dando aquele gosto por mais respostas e, como sempre, abrindo espaço para as nossas próprias conclusões. 



O mangá, ao fim dessa história, ainda traz mais duas histórias rápidas ao fim, sendo que a minha favorita é sobre buracos aparecendo em uma montanha e todos eles possuem formatos humanos, atraindo a atenção de algumas pessoas por sentirem certa conexão com eles. 
Gyo possui personagens que não sustentam tanto a trama e são jogados em uma espiral de emoções e mudanças rápidas demais, mal tendo tempo de absorver a realidade. E sinto que traz uma mensagem importante sobre os erros enterrados do passado que voltam à tona. Mas, a interpretação fica por conta de cada um ;D


No fim, um mangá que vai misturar terror, ficção científica, intensidade com terror corporal e tudo o que o autor faz de melhor. Para quem sente que precisa conhecer esse lado aterrorizante, vale a pena, mas já resenhei obras melhores e que seriam experiências mais interessantes.|


E me digam, se estivessem em uma situação sem saída, preferem lidar com humanos ou animais assassinos? Nos indiquem alguma leitura de terror que amam! =D





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