Batem à Porta - M. Night Shyamalan
Sinopse: Em Batem à Porta, Eric (Ben Aldrige) e Andrew (Jonathan Groff) estão de férias com sua filha Wen (Kristen Cui) em uma cabana isolada no campo. Enquanto brincava na floresta, o pequeno Wen conhece o educado Leonard (Dave Bautista). A tranquilidade da família então chega a um fim abrupto quando ele, acompanhado por três outros estranhos armados (Rupert Grint, Nikki Amuka-Bird e Abby Quinn), conseguem entrar à força na cabana e faz a família como refém. Os invasores contam a seus reféns sobre uma visão misteriosa e os forçam a tomar uma decisão inimaginável, um sacrifício para evitar o apocalipse iminente. Com acesso limitado ao mundo exterior, a família deve decidir em que acredita antes que tudo se perca: eles realmente pretendem salvar o mundo ou Leonard e seus companheiros fazem parte de um culto insano?
Darth Nyx chegando para contar a experiência que foi assistir ao filme Batem à Porta, obra que tem roteiro de M. Night Shyamalan e Michael Sherman, com direção do próprio Shyamalan. E antes de mais nada, o mais importante é avisar aos leitores de plantão que aqui não irei explorar spoilers sobre o final e etc, os filmes do Shyamalan são controversos e desfechos são sempre bom quando são surpresinha, não é mesmo?!
O filme começa com um tom que já inspira ansiedade no espectador, já que os enquadramentos são todos de close tanto nos movimentos da pequena Wen (Kristen Cui), que brinca em um bosque, capturando gafanhotos e se divertindo de maneira inocente. Tudo é transformado com a chegada do primeiro personagem controverso a esse ambiente de "paz", Leonard (Dave Bautista). Uma das escolhas de direção que cria tensão são os movimentos calculados de Leonard ao redor da garotinha, a forma controlada de falar e as frases que inspiram medo em quem assiste e atenção na própria menina.
O filme se desenvolve após esse primeiro momento de maneira a instigar em quem assiste o medo, a revolta e a dúvida. Cada personagem que é apresentado causa um tipo de sentimento diferente, indo desde desespero e empatia, como quando conhecemos os pais de Wen, Eric (Ben Aldrige) e Andrew (Jonathan Groff), até medo, agonia e incredulidade, como senti ao ver a entrada dos invasores que são interpretados por Rupert Grint, Nikki Amuka-Bird e Abby Quinn).
Um ponto que quero exaltar aqui é a qualidade de atuação de todo o elenco, eles passam em todos os momentos sentimentos diversos que fazem você se conectar e ao mesmo tempo desesperar com a história. Principalmente a pequena Kristen Cui, que traz vida para Wen de todas as maneiras e faz com que você sinta empatia, medo e amor pela personagem. Ao mesmo passo, quando vemos Rupert Grint, não sentimos por ele a ansiedade e o medo. Eu já tinha assistido outros trabalhos dele após Harry Potter, mas aqui eu vi nele uma aura de um nome que tem muito a oferecer a indústria do cinema.
A atuação bem feita sustentou para mim a história de maneira que em alguns momentos, o roteiro falhou. Mas isso também pode se valer por um outro questionamento, já que vivemos em um momento onde os filmes sempre são aqueles onde as histórias são contadas de maneira direta, seguindo em quase um todo a jornada do herói ou até mesmo, uma trama de narrativa mais direta. Aqui, Shyamalan vai levar você a pensar e repensar e isso me fez ficar remoendo o filme. A um primeiro momento, não gostei muito, mas conforme foi passando os dias, senti que na verdade eu tinha gostado, só não estava pronta para ter a história contada daquela maneira para mim.
Recomendo que quem for assistir no cinema, se atente bastante ao filme como um todo, todos os detalhes do começo, quando os créditos iniciais ainda estão em tela são importantes e valem a pena que você perceba neles os pequenos trechos que depois vão se encontrar com a história como um todo lá na frente. Tudo na história é importante, cada pequeno momento e detalhe é parte de um grande todo. Shyamalan faz com que visitemos momentos do passado do casal Eric e Andrew, desde o momento em que se conhecem, até quando ambos estão decidindo adotar a pequena Wen. Essa escolha de trabalhar o filme em momentos de passado e presente faz com que você se pergunte, que escolhas tem moldado seu futuro e como elas podem mudar quem você é. O que poderia ter impedido algo ruim, ou o que poderia ter sido uma boa mudança na sua vida.
Como uma boa amiga me disse, os filmes do Shyamalan são um caso grande de "ou você ama, ou você odeia", não existindo muito uma oportunidade de meio termo. Particularmente, senti que depois de repensar o filme e remoer a história, gostei mais dele. Vejo que quem gosta de histórias mais abstratas e que exijam muita atenção, filmes que exaltem bastante ambientes e fotografia, vão gostar demais dessa obra, mas se você é do tipo que gosta de tramas com resoluções e plot twists intensos, provavelmente não vai ser um filme que te agrade.
Será que você abriria a porta para um desconhecido que diz para ti que você e sua família precisam dele e seus companheiros para sobreviver?
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