Minha Metade Silenciosa - Andrew Smith





Hoje falaremos deste drama juvenil que me fez refletir dias a fio. Afinal, o que levaria duas pessoas que se odeiam a continuarem casadas? 

Como se ela não importasse. Como se nós fôssemos duas malas vazias, e minha mãe estivesse lá para pegar as coisas sem dono que iam saindo de nós.


A vida de Stark McClellan não podia ser mais adversa. Apelidado de Palito devido ao corpo magro e altura, Stark sofre bullying na escola por ter nascido com apenas uma orelha. Bosten, seu irmão mais velho, tenta defender Stark dos agressores na escola e ser seu apoio em todos os momentos, mas ambos não conseguem se defender dos pais abusivos e dos horrores que acontecem no quarto de São Fillan. Uma noite, a situação dentro de casa perde o controle e Bosten some... Agora, sozinho em um lar ameaçador, Palito parte em busca de quem sempre esteve ao seu lado.


Eu não queria olhar para ela de novo porque estava começando a chorar  todos estávamos  e me senti como se algo dentro de mim estivesse morrendo.


Em Minha Metade Silenciosa é possível ver duas pessoas frustradas com suas vidas descontando nos filhos. Fica evidente que o desejo de dar satisfação a sociedade – seja por regras rígidas de comportamento e vestimenta ou cobranças – é a única coisa que mantém o casal unido, além do desprezo pelos filhos. O relacionamento de Bosten e Stark faz um contrapeso a isso e é algo lindo de se ler. Embora tenham crescido em um ambiente hostil, são muito unidos e tentam dar todo o amor, a proteção e o apoio que não tiveram dos pais. 


O autor consegue nos deixar apreensivos em alguns momentos, mérito de sua escrita. Aqui nos preocupamos com o destino dos personagens e suas dores, questionamentos e medos conseguem encontrar nossa empatia. Durante a busca, vemos Stark conhecendo pessoas ruins e, nestes momentos, é impossível não sentir um pouco de aflição, afinal ele tem apenas 13 anos. 


Também temos a personificação do descobrimento sexual de Stark. Sua amiga Emily seria o amor inocente e puro da infância já Kim, a paixão com desejo pela intimidade.


Duas coisas não me agradaram na leitura, uma delas a conveniência. Amei tia Dahlia, mas não o aparecimento a la "Mary Poppins". É muito adequado ela aparecer após anos, viver sozinha e ser muito permissiva. A outra foi o final que deixa o leitor com a sensação de que ou faltaram folhas ou o autor não tinha interesse em elaborar mais alguns acontecimentos, o que não desmerece a história.


Então, se está procurando um drama sobre amadurecimento e autoaceitação, este livro é para você. 


Conta aqui para a gente, já teve a sensação de que uma história ficou incompleta? 

Quais motivos levariam duas pessoas que se odeiam a continuarem casadas?


Situação emocional desta leitora após a leitura: 






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