A Vida Invisível de Addie Laurie - V.E. Schwab

 





Olá, amores! Mila aqui e vamos falar de um livro super bem indicado, ao qual tentei controlar as minhas expectativas ao ler. E o que eu li foi bom, mas diferente do que eu esperava... não me surpreendeu tanto assim e irei tentar dizer os motivos.


Ela descobriu que os livros são uma maneira de se viver milhares de vidas diferentes - ou de encontrar forças para viver uma muito longa.

 

Na história, durante os anos 1700 na França, em uma pequena vila, acompanhamos Adeline LaRue que, vivendo uma vida jovem a qual ela não tem muito controle, se vê assustada e sem saída quando é forçada a se casar jovem.
Notando que sua vida se resumirá ao que vive todo dia, agora com um homem que não quer casar, ela foge para a floresta a fim de oferecer qualquer coisa em troca de liberdade. Só que, quando ela pede para um deus, é a escuridão que responde, e eles selam um acordo: Addie dá sua alma em troca da imortalidade.
Mesmo tendo sido avisada por uma das mulheres da vila para nunca falar com os deuses da noite, assim ela o faz. E o preço? Ninguém além da escuridão vai se lembrar dela. 


Esquecer é uma coisa triste. Mas é muito solitário ser esquecido. Lembrar-se de tudo quando mais ninguém se lembra.


Addie se torna imortal, mas esquecível. Enquanto não envelhece, também não pode dizer seu nome. E tudo o que tem a ver com sua história, seus passos e criações, some tão rápido quanto a lembrança da sua existência. E é entre capítulos variados, em um século diferente do outro com aquele vai e volta de capítulos (que eu amo), que vamos absorvendo mais detalhes sobre a vida dela e onde ela vem parar até encontrar alguém que, por seja lá o motivo, consegue se lembrar dela.


- A coisa mais perturbadora sobre o tempo é que nunca é o bastante. Talvez seja abreviada por uma década, ou talvez apenas por um momento. Mas a vida de uma pessoa sempre acaba cedo demais.


O livro tem uma ótima premissa, detalhes super bem escritos, momentos históricos de seus respectivos países e uma construção de uma personagem que apesar de esquecível perante todos, tem seu carisma, seu charme, seu lado emponderado de quem vai lutar até o fim para não ceder ao desejo de um deus sedento por sua alma.

Porém, o livro precisa de mais paciência do que eu imaginei. Não me entendam mal, faz todo sentido ser uma livro super adorado, mas para mim seria fácil retirar algumas muitas páginas da trama e focarmos um pouco mais em momentos chave e personagens que precisavam de um pouco mais.


Porque a felicidade é breve, mas a história é duradoura e, no fim, todo mundo quer ser lembrado.


Em pesquisa, descobri que a autora levou dez anos para escrever o livro e seu trabalho é bem reconhecido, sim. Mas, entre páginas que trazem mais do mesmo, fui esperando o ápice do sentimento tão citado por todos e ao chegar ao final, o que era esperado aconteceu. E isso não me surpreendeu, mas não deixa de ser um momento super bem escrito, com sentimentos tão detalhados de ambos os personagens que eu senti que acontecia comigo, me deixando de coração apertado.
Chorei? Não. Mas senti como muitos se sentiram depois de acompanhar uma personagem que vivenciou tanto e poderia ter explorado muito mais. 


Sabe que o tempo sempre acaba um segundo antes de você estar pronto. Sabe que a vida dura os minutos que você quer menos um. 

 


Um livro que vale guardar na lembrança, mas que para mim faltou aquela pitadinha de intensidade que poderia ter vindo com o ditado de que menos é mais. 
Com uma escrita fluída apesar da repetição de momentos, a autora cria um enredo que no fim, não queremos dizer adeus, seja esperando por mais ou apenas querendo acompanhar o que restou. 
Com personagens imperfeitos, interações bem construídas e a representatividade LGBTQIA+ que veio como um acréscimo maravilhoso não apenas para personagens secundários... é um livro que recomendo.
Talvez, como eu, controlem as expectativas porque a surpresa pode ser muito melhor e se torne uma história a levar no coração por muitos e muitos anos. 


A fé se parece um pouco com a gravidade. Quando um número suficiente de pessoas acredita em algo, esse algo se torna tão sólido e real quanto o chão sob os seus pés. Mas quando você é a única pessoa que se apega a uma ideia, a uma lembrança, a uma garota, é difícil impedir que voe para longe.

 

 

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