Lady Killers - Assassinas em Série - Tori Telfer

Sinopse: As mulheres mais letais da história em uma edição igualmente matadora. Quando pensamos em assassinos em série, pensamos em homens. Mais precisamente, em homens matando mulheres inocentes, vítimas de um apetite atroz por sangue e uma vontade irrefreável de carnificina. As mulheres podem ser tão letais quanto os homens e deixar um rastro de corpos por onde passam — então o que acontece quando as pessoas são confrontadas com uma assassina em série? Quando as ideias de “sexo frágil” se quebram e fitamos os desconcertantes olhos de uma mulher com sangue seco sob as unhas? Prepare-se para realizar mais uma investigação criminal ao lado da DarkSide® Books e sua divisão Crime Scene®. 

E foi assim que, em uma leitura conjunta, tive uma visão interessante de 14 casos (alguns mais conhecidos do que outros), de mulheres que em épocas variadas e por motivos diversos, deixaram um rastro de morte por onde passavam. E talvez nossas mentes pulem direto para o estereótipo da mulher poderosa e feiticeira, ou a vítima que mata para se proteger. E não podemos ignorar casos assim, mas o livro escrito por Tori Telfer nos faz analisar a profundidade do quanto a sociedade classifica as assassinas ou o quanto nós queremos fantasiar mais para aceitar com mais facilidade algo que parece apenas ilógico. 

O livro mostra mulheres assassinas inteligentes, egoístas, inconsequentes, confiantes, e tantos adjetivos que não pensaríamos sozinhos se não tivéssemos todos os detalhes. Mulheres que fazem o que precisam fazer para conseguir o que querem, com familiares ou completos desconhecidos que poderiam dar o que queriam, mesmo que fosse apenas a sensação de poder ou coisas mais materiais. 

"Mas ela parecia se deleitar com o poder que tinha sobre as pessoas, e talvez fosse a única coisa de que realmente gostasse."

Apesar de não ser uma leitura tão fácil quanto eu esperava, especialmente porque algumas épocas trazem métodos de assassinatos bem parecidos, o que faz parecer que estamos lendo um pouco do mesmo... a edição da Darkside nunca deixa a desejar. Com ilustrações no começo de cada caso, assim como divisões bem trabalhadas ao longo da narrativa, ter esse livro na cabeceira da cama e se deixar levar por surpresas não agradáveis em um ritmo calmo, se tornou a melhor forma de ler tudo. 

Mas, não se enganem. O livro traz casos nem sempre tão conhecidos, mas ainda nos dá um gostinho de "quero mais" com o final especial para a edição brasileira, com mais 14 casos resumidos em uma página para cada. E, claro, indicações de livros e filmes deixam tudo mais completo ainda.

"Ela representava o lado obscuro do ideal feminino da era vitoriana: a ideia de que nada era mais doce e mais puro do que uma boa mulher em casa."

Uma leitura que pode não ser para todos, mas traz uma  visão interessante para os que nunca se aventuraram em conhecer um pouco mais de uma sociedade cruel, ou para os que (assim como eu), acompanham casos diversos em vídeos e afins.

E com aquela pitada de análise sobre como a sociedade lidava com mulheres assassinas, nos pegamos analisando, questionando e tentando entender como algumas coisas passam despercebidas apenas porque não esperamos que a aparência de determina pessoa venha recheada de maldade interna.

"Estava apenas agindo de acordo com algo que internalizava: que ela era legitimamente melhor do que as outras pessoas e, como tal, poderia agir como quisesse."

Recomendo com facilidade para todos os curiosos, ou aqueles que querem um pouco mais de informações de casos ao longo de séculos. São casos até que rápidos, sem tanta profundidade psicológica já que ao fim, a autora deixa claro que nem todos os casos são fáceis de achar detalhes e trazer de ponta a ponta. Ou seja, teremos a visão de uma sociedade que nomeava assassinas de formas diversas, conforme bem queriam. 

E como foi citado: "Foram implacáveis e inflexíveis. Estavam perdidas e confusas. Eram psicopatas e matadoras de crianças. Mas elas não eram lobos. Não eram vampiros. Não eram homens. Mais uma vez, a ficha mostra: elas eram horrivelmente, essencialmente, inescapavelmente humanas."